sexta-feira, agosto 29, 2008

O passo seguinte...

O que têm estas personagens em comum?







Em resposta à little star, depois de ver o último Hellboy, retive uma questão: O que faz um homem querer voltar a viver?...

Podia deixar o assunto por aqui... mas apetece-me reflectir mais um pouco.
A questão do medo está a ganhar uma dimensão absurda. A ideia de família está a ser completamente deturpada pela necessidade tónhó de sermos jovens para sempre. Toda a gente quer ser livre, toda a gente quer ser independente, mas toda a gente é filho(a) de alguém. Ou seja, todos nós demos trabalho a alguém para estarmos aqui e ninguém quer ter o mesmo trabalho porque dói muito, custa muito dinheiro, já não se pode sair à noite, perdem-se os amigos, cai-nos a pila ou as mamas, tornamo-nos vegetais e por fim, sempre com muito medo dos monstros que trouxemos ao mundo, temos a coragem heróica de nos suicidarmos.
Esta visão medrosa de algo que é natural aos seres vivos(!), está a criar sociedades envelhecidas, com grandes saltos de gerações, famílias disfuncionais (porque quanto mais velhos, menos paciência têm para aturar os mais novos), um futuro de pessoas sós (resultado de casais que, por estarem tão habituados a ter uma vida de rambóia, não conseguem superar a presença de uma terceira pessoa no seu núcleo e desistem um do outro deixando, na maior parte das vezes, os filhos à responsabilidade das mães, que depois são umas valentes/coitadinhas por conseguirem sobreviver sozinhas com um filho nos braços), pessoas sem alguém para partilhar as suas memórias (porque tudo é vivido no momento), idosos à base de viagra e idosas com corpos turbinados mas com disfunções psicológicas profundas, mais depressão, menos relações e menos partilha de sentimentos. Aliás, duvido que num futuro próximo ainda alguém acredite em sentimentos, já que não se podem comprar, não se podem vestir, não se podem comer, nem sequer se podem ver. Ter sentimentos vai passar a ser brega.
Apesar de estar aqui com este discurso, assumo que ainda não me sinto preparado para dar o passo que estes super-heróis deram, mas acho que a definição de coragem é mesmo essa. Ir à luta. Não desistir. Sabemos que não vai ser fácil mas ainda assim seguimos em frente pelo meio das lâminas rotativas, do kriptonite e das hipóteses impossíveis. Podemos não fazer muitas mais escavações em túmulos assombrados, podemos não fazer tantos salvamentos de boings 747, podemos não enfrentar tantos exércitos magalómenos... mas podemos criar uma nova geração de heróis, uma nova equipa de indivíduos brilhantes. E se isso não acontecer, se criarmos um mutante disforme com instintos assassinos, sempre é melhor termos um vilão do nosso lado do que contra nós.
Por tudo isto, a minha resposta à pergunta do filme é: A esperança num futuro melhor.

quarta-feira, agosto 27, 2008

My eyes...

Uma pequena incursão por um mundo que não é meu...









Obrigado, ponta de lança.

sexta-feira, agosto 22, 2008

quinta-feira, agosto 21, 2008

Já percebi porque é que estou sem ideias...

... porque fugiram todas para aqui!

O que dizer? Mais um grande filme de animação da casa do candeeiro saltitão. Mais uma história apaixonante. Mais personagens que nos inspiram. Poucos diálogos. Muito trabalho de ourives no processo de animação. Um método de realização inovador (tipo reporter de guerra, principalmente nas cenas passadas na Terra). E mais um filme que vou ter inevitavelmente de comprar para, um dia mais tarde, mostrar aos meus filhos.
Houve momentos em que voltei a sentir as mesmas emoções de quando vi o E.T. pela primeira vez. Aliás, as parecenças fisionómicas são evidentes.
No mínimo, inesquecível.

terça-feira, agosto 19, 2008

Ignição...


Preciso de escrever. Não posso pensar. Escreve. Escreve. Escreve. O tempo passa mais depressa se eu continuar a escrever. Palavra atrás de palavra. Estou sem ideias. Estou sem palavras. Preciso de estimular o cérebro. Preciso de imaginar. Imagina. Imagina. Imagina. Uma estória, um conto, um piropo, qualquer coisa. Uma ideia. Uma simples ideia. Algo que possas contar a alguém. Algo que seja belo. Esquece. Não precisa de ser belo. Isso, contradiz-te a ti mesmo. Vai pela contradição. Mas contradizer o quê? Ainda não disse nada. Não faz mal. Sê do contra. Ser do contra dá boas ideias. Não. Não consigo. Contradizer o nada é chegar ao nada mais depressa. O meu cérebro parece adormecido. Preciso de novas inspirações. Preciso de me identificar com o que faço. Preciso de um rumo. Preciso de ter um objectivo. Preciso de um ponto de partida. Preciso de puxar por mim. Preciso de me aventurar. Preciso de arriscar. Preciso de ter coragem para ter o que preciso. Preciso de viver mais, ler mais, ver mais, fazer mais, querer mais. Preciso de ser mais. Estou-me a tornar num clichê. Num tuga contaminado pela tuguice. Num mal falante, irritadiço, queixinhas, pessimista, ignóbil, número insignificante, projecto de trabalhador precário, com lugar marcado nas filas do posto de saúde e nos balcões da segurança social. Num velho barbudo que fala no jornal das oito contra tudo e todos. Num verme que faz mais por não fazer. Num típico comodista que nada faz e tudo diz. Num poço sem fundo de intenções por cumprir. Num idealista que sonha com algo brilhante mas que se contenta com a palmadinha nas costas. Não posso deixar-me cair nesta armadilha. Nesta vidinha. Nesta almofada de penas. Sou alérgico às penas. Tenho de espirrar. Tenho de espirrar. Tenho de espirrar. Tenho de cuspir este veneno que me paralisa. Tenho de me activar. Tenho de acreditar naquilo que faço. Acreditar. Crer. Querer. Estou a ficar para trás. Isso é que não. Isso é que não...

Imagem: EDIE HARPER "Crazy Cat/Crazy Quilt"

segunda-feira, agosto 18, 2008

Obrigado...


Legenda (na pedra maior): EQUIPA 08
Praia de Odeceixe