quarta-feira, janeiro 30, 2013

Amor, esse deslargamento...


















Alguém sabe o que é o Amor? Onde começa, até onde vai, o que implica, o que implica que se abdique, quais os direitos, quais os deveres, deve ser emocional e/ou racional, precisa de um contrato, tem de ser para sempre, tem de ser sempre igual, tem de ser maior do que a própria vida, deve ser mais valioso que o ar que se respira, tem de ser exclusivo, pode ser múltiplo, baseia-se na paixão, na cumplicidade, no respeito ou é simplesmente uma coisa à parte, onde se ama ou não se ama, onde se fazem as coisas porque sim e onde não se fazem as coisas porque não? Aposto que cada pessoa terá a sua sentença.
Neste retrato cinematográfico, é um amor mais feito de silêncios do que de sons. É um amor mais feito de passado do que de presente ou futuro. É um amor que faz parte do quotidiano, é um prolongamento dos dias, do tempo e do espaço. É um amor que já só sobrevive a dois (quantos amores sobrevivem a um...?). É um amor que segue o batimento dos ponteiros do relógio... até que um dos ponteiros fica preso num segundo. A partir daí este amor torna-se num amor de sustentabilidade (sustento + estabilidade). Um amor de precariedade. Um amor em falência. Um amor de declínio físico e superação mental. Um amor pré-terminal numa altura em que a própria vida já faz o sprint final (seria esta história ainda mais trágica se a paragem no tempo se desse ainda a meio da corrida...?).
Há duas faces deste amor. E são essas duas faces que se encontram no silêncio que muda uma vida. São essas faces que sempre se encontraram e se deixam de encontrar. São essas faces que se reflectem uma na outra e demonstram que o amor não é só saber ter, é também saber deixar de ter...

terça-feira, janeiro 29, 2013

Escravos no/do cinema...














Primeiro, Lincoln. Uma história real. Grande filme. Maior Daniel Day Lewis. Um enredo lixado de seguir mas com as legendas vai-se lá. Imagens de antologia como só Spielberg sabe criar e performances de luxo, do actor principal ao último figurante. É engraçado como a libertação dos escravos foi uma luta ganha pelos republicanos aos democratas, e o primeiro presidente americano negro acabou por ser um democrata. Uma grande lição de política que pode comprometer o óscar de melhor filme (porque na américa a política é e sempre foi a preto e branco... partidariamente e literalmente).
















Depois, Django Unchained. Uma história ficcional, passada supostamente dois anos antes do filme de Lincoln. Tema comum: os escravos. Django é um filme séria A com todos os clichês de um filme série B. Um filme à Tarantino. E com isto quero dizer um filme que celebra o cinema enquanto arte e provoca a controvérsia. A celebração do cinema prende-se com o facto de este ser um pseudo-remake de um filme de 1966 (http://www.imdb.com/title/tt0060315/), de onde foram retiradas inspirações cinematográficas e a própria música do genérico. E essa é a marca de Tarantino. Para se saborear as suas confecções como deve ser, tem de se saber de onde elas vêm, não se pode atacar o Chef sem se saber do que se está a falar (como este totó fez: http://www.youtube.com/watch?v=DTE8FPgHeE4). A controvérsia da violência é ridiculamente forçada (depois de milhares de filmes violentos feitos desde sempre) quando a verdadeira questão difícil de engolir é a questão da escravatura, que no filme do Lincoln passa muito despercebida (aliás, nem se percebe o que leva os republicanos a querer o fim da escravatura, porque as razões enunciadas parecem demasiado "boazinhas"). A questão de uma sociedade que escravizou a sua própria população é que custa engolir, é que custa trazer à baila. Litros de sangue e cenas de violência já se viam em cinema antes do Tarantino saber o que era uma máquina de filmar. O problema é que os americanos sempre gostaram de violência na vida real, por isso estão actualmente a debater o direito às armas que sempre tiveram mas que agora servem também para matar crianças em infantários. Pior do que um filme (uma fantasia, uma catarse como afirma inteligentemente Tarantino) é a realidade dos telejornais, da maldade humana real, da insanidade com armas reais à mão de semear. Isso é que deve ser preocupante.

quinta-feira, janeiro 17, 2013

Yolo...


"Yolo" foi uma sigla criada na net por quem faz cenas estúpidas e que significa "you only live once". Mas não é verdade que só se viva uma vez. A verdade é que só se morre uma vez. Vive-se todos os dias...

quarta-feira, janeiro 16, 2013

X...

"Samurai X" era daquelas séries de animação que marcam a infância/adolescência de qualquer fã de artes marciais, samurai wannabe, geek kid with big dreams. Mas se a série era para crianças, a versão em filme feita no ano passado é sem dúvida para mentes mais crescidas. Nunca pensei que fosse gostar tanto de uma transição destas. Questões importantes e adultas trazidas de uma animação. Cada vez mais, cinema (e blockbusters) não é só Hollywood.

quinta-feira, janeiro 10, 2013

O declínio em ascensão...


Ando a ver esta série. Vi este episódio ontem. É assustador. Os primeiros 5 minutos podiam ser retirados de um telejornal em Portugal hoje. Ainda não batemos naquele fundo, mas é incrível como a história tende a repetir-se. É bom para todos que ainda haja quem tenha memória...

quinta-feira, janeiro 03, 2013