sexta-feira, maio 23, 2008

Lá em cima está o tiroliroliro...

Descubram as diferenças entre os últimos volumes de dois dos maiores franchisings de sempre...

Dica 1: "Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia" - Shakespeare

Dica 2: Eles andem aí... e são recicláveis!

segunda-feira, maio 19, 2008

A História das estórias...


A Banda-Desenhada sempre foi a minha maior fonte de inspiração. Desde muito cedo que me senti seduzido pelas mais variadas aventuras gráficas. O prazer de ler BD surgiu principalmente a partir do momento em que percebi a diferença entre as histórias ilustradas e a banda-desenhada. Enquanto as estórias ilustradas são prosas que se fazem acompanhar por ilustrações mais ou menos genéricas de uma das partes mais relevantes do texto, na BD as ilustrações têm de contar a própria estória, mesmo que se omitam as palavras. Mas esta afinidade deriva apenas da minha própria evolução enquanto leitor (já que os livros infantis são, na sua maioria, histórias ilustradas). Aliás, se aceitarmos a tese de que a BD descende das gravuras pré-históricas (histórias contadas por imagens) percebemos que a BD bem pode ter antecipado as histórias ilustradas e não o contrário.

De qualquer forma, e sendo eu inatamente inapto para a concretização gráfica, tenho-me dedicado à escrita de argumentos, particularmente para BD. Apesar se também sentir grande afinidade com o mundo do cinema e do teatro, a BD é sem dúvida o meu meio de eleição. A relação gráfica entre as palavras e as imagens é algo que me emociona. Para além da componente fisiológica de estimular ambos os hemisférios do cérebro (o lado da lógica/linguagem e o lado da criatividade/emoções), a BD compreende a fusão de duas expressões antagónicas (a palavra e a imagem) que se sobrevalorizam através de uma primordial complementaridade, que resulta noutras duas extraordinárias concepções: a narrativa e a beleza. Aquilo que tento fazer quando escrevo um argumento é que a narrativa seja inerente à beleza e vice-versa.

Ao longo desta minha pequena “carreira paralela”, com direito a cursos e workshops, já tive algumas breves experiências publicadas, umas más outras boas, mas tive principalmente a oportunidade de perceber um pouco mais sobre como funcionam as parcerias num tipo de arte que, em Portugal, tem a sina de ser muito solitário. Aprendi que, num país onde não há muito dinheiro a ganhar, ainda para mais com livros, são muito poucos aqueles que trabalham por amor à arte e que persistem na luta por conquistar algo em que mais ninguém está disposto a acreditar.

Foi com esta percepção, e com algumas histórias na gaveta, que conheci esta lutadora. Com um estilo influenciado pela BD nipónica, o Mangá, ela tem persistido na sua contenda, apesar de alguns acidentes pelo caminho que, por momentos, lhe podiam ter roubado a esperança. De qualquer forma, é com muito orgulho que apresento aqui os primeiros passos de uma história que esteve enclausurada na gaveta durante demasiado tempo e que agora, finalmente, começa a ganhar forma.


E aqui fica um pequeno preview de uma outra aventura que se prevê épica...


Let’s keep it up, Lemon!

sexta-feira, maio 09, 2008

Mais um assunto delicado...


"Fale com a sua filha antes que a indústria o faça por si", slogan do filme Sob Pressão, a nova campanha da Dove (obrigado, Isabel).

Na minha versão seria: “Fale com a sua filha antes que ela se transforme em mais um estereótipo”.

Depois do relativo sucesso da anterior campanha “Mulheres Reais”, ficou-se a perceber que há uma coisa realmente difícil de comunicar ao público feminino: a realidade. Quanto mais fantasista for uma comunicação, seja ela sobre que produto for, mais sucesso tem junto das mulheres. Curiosamente, as vozes femininas só se têm levantado quando deparadas com as fantasias das menstruações dançantes e sorridentes dos anúncios a pensos higiénicos. Que quererão elas nesse caso? Imagens de sangue a jorrar ou de mulheres mal dispostas?... Acho que aí o problema se prende mais com o medo do ridículo, mas isso é outra questão.

No que diz respeito aos conceitos de beleza, cada vez mais se valoriza a lei do facilitismo e da fantasia. Cada vez mais se desvaloriza a mulher real e se tenta valorizar a mulher irreal, plástica e científica. E a primeira a desvalorizar essa realidade é a própria mulher. Com a facilidade de acesso à cirurgia estética, as mulheres estão a tornar-se em puros esteriótipos (mamas colossais, rabos empinados, peles repuxadas) e, ainda por cima, a partir de idades cada vez mais novas. Como se sentirão as mulheres de 60 anos ao verem uma mulher de 20, bonita e jovem, a rebentar as costuras com mamas de dimensões planetárias, rabo almofadado e lábios a rebentar de silicone? Será que uma mulher já com alguma experiência olha para as outras e pensa: “Coitadas, nem sabem dar valor ao que têm.”?... Pelo que se percebe da sociedade actual, nem sempre. Uma mulher com mais experiência, agora é mais normal pensar: “Eu também quero ter umas mamas daquelas!” Então vá de ir à faca transformar-se num Frankenstein, perdão, Lili Caneças.

E para os que defendem que a cirurgia estética é o mesmo que pôr maquilhagem ou pintar o cabelo, considero sinceramente que são coisas muito diferentes porque enquanto uma muda algo por completo, a outra apenas disfarça/realça algo que já lá está.

Até porque esta questão não se cinge apenas às mulheres. Esta atitude perante o corpo e perante a idade demonstra que as mulheres também têm uma visão cada vez mais estereotipada da forma como os homens as vêem. Será que, depois de sermos vistos como seres básicos que só gostam de desporto, bebedeiras, sexo e violência, também ficaremos conotados com os broncos mal amamentados que só gostam de mamas gigantes, bocas de broche e peles esticadas?... Mas a culpa também é nossa! Nós somos os principais consumidores das meninas de plástico, sejam elas em fotos, filmes ou ao vivo. Há que quebrar o ciclo vicioso!

Sem ser um revolucionário, há questões em que gosto de remar contra a maré. Dito isto, escrevo este “manifesto” para demosntrar aqui a minha aversão pública à plastificação da mulher. Sou a favor da mulher real, da mulher que sabe envelhecer com o seu corpo mas que mantém o espírito jovem (quantas jovens siliconizadas já são velhas de espírito...?), sou a favor das mamas grandes e pequenas, levantadas e descaídas, da pele lisa, com celulite, casca de laranja e casca de pêssego, dos lábios finos, médios e grossos, das loiras, das morena e das ruivas, das peles escuras, das claras, das mais ou menos, das com manchas e com borbulhas, dos dentes direitinhos e dos dentes tortos (adoro dentes tortos), dos olhos verdes, azuis, castanhos, pretos, cinzentos e de todas as outras cores, de cinturas delgadas, largas, rijas e fofas... resumindo: gosto da mulher em toda a sua complexidade, admiro a perfeição da imperfeição e acho que seria fundamental que as mulheres também soubessem valorizar-se enquanto pessoas e não enquanto estereótipos físicos de uma fantasia cultural e social que não se sabe até quando irá durar. E desde a infância. Isso sim, seria uma intervenção estética positiva.

No limite, se as mulheres seguirem o rumo de se tornaram todas iguais, aí sim, serão vistas apenas como meros objectos sexuais. Num futuro em que todas as mulheres têm mamas gigantes, rabos perfeitos e peles esticadas, não haverá escolha. Ou então a escolha será sobre aquela que consegue pôr mais silicone, aquela que tem a pele mais esticada ou sobre aquela que consegue fazer mais lipoaspirações.

E não me venham com questões ridículas, tipo “Então e as mulheres com obesidade mórbida, e as que tiveram cancro e ficaram sem uma mama, e as que têm varizes e as que têm uma perna mais curta do que a outra...?”. Obviamente que é para isso que o silicone, as bandas gástricas e afins existem: para melhorar a saúde, não para sustentar caprichos. E isto leva-nos de volta ao início deste “manifesto”. Muitas vezes, o aumento das mamas e todas as outras intervenções estéticas radicais devem-se a um único problema: falta de auto-estima. E é isso que a campanha da Dove tenta devolver às mulheres. A mensagem é: toda a gente é perfeita nas suas imperfeições. É isso que torna as pessoas únicas. Quantos homens amam incondicionalmente mulheres que muitos outros homens consideram feias? Quantas mulheres que parecem perfeitas têm pele adiposa, celulite, mau odor, etc? Porque a questão já nem se prende com a definição do que é belo, mas sim sobre o que é socialmente e industrialmente considerado belo. Com a plastificação feminina, as mulheres deixam de ser únicas entre si para passarem a ser imagens formatadas daquilo que uma mulher não é: apenas mais um corpo inchado.

Aquelas que, por se sentirem desconfortáveis com o seu corpo, frequentam ginásios, spas, cursos de massagens, fazem actividades desportivas, yôga, pilates, seguem os concelhos de nutricionistas, etc., essas sim, provam que dão valor ao seu bem-estar, sem recorrer ao facilitismo do bisturi. Essas sim, transmitem uma mensagem positiva aos mais novos. Essas sim, manifestam a beleza da sua natureza.

segunda-feira, maio 05, 2008

Música para sonhar...


Há músicas que tocam... sem parar...

You don’t understand me now,
I wonder if you ever will,
I wonder if you’ll ever try.
Don’t get sad about,
All the strange thing I wrote,
They faded as the ink dried…

So I say go, go, hold your fists high,
Grow, slow, stand in for the fight,
Though I hope you never have to.
So I say run, run, sparkling light,
Have your fun and then come home at night,
I’m sure you’ll tell me something new,
Yeah I can see the world through you.

Frozen lakes and night storms,
Most you’ll cross on your own,
You’ll face the biggest landslides.
I’ll catch you on the hardest falls,
I’ll carry you inside this walls,
We’ll sing through all the highest times.

So I say go, go, hold your fists high,
Grow, slow, stand in for the fight,
Though I hope you never have to.
So I say run, run, sparkling light,
Have your fun and then come home at night,
I’m sure you’ll tell me something new,
Yeah I can see the world through you.

So I say go, go, hold your fists high,
Grow, slow, stand in for the fight,
Though I hope you never have to.
So I say run, run, sparkling light,
Have your fun and then come home at night,
I’m sure you’ll tell me something new,
Things you did and thing you do,
Yeah I can see the world through you.

"I can see the world through you"
David Fonseca