quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Viva la revolución...


Este filme fez-me voltar a perceber porque é que sou cinéfilo.
Mais do que fazer-nos entrar no mundo da fantasia, no mundo filmado, feito de cenários e artificialidades, um bom filme, um excelente filme, faz-nos entrar na nossa própria consciência.
Sem ser um filme excessivamente pesado, este “Revolutionary Road” é implacável, seco, sem merdas, com pormenores fantásticos (Sam Mendes é sem dúvida um realizador de pormenor) e, acima de tudo, com uma história que foca os principais aspectos da (minha) vida. O que é o amor? O que é uma relação? O que é a felicidade? O que é viver?...
Sem dúvida que tudo se prende com expectativas, mas o que seria da vida sem elas? Sem a esperança de um amanhã melhor? Será que a vida deve ser apenas vivida como uma condenação eterna àquilo que é “confortável”, àquilo que é o status-quo? Será que temos de ser infelizes para conseguirmos sobreviver segundo as regras estabelecidas pela sociedade? No filme “Vicky, Cristina, Barcelona”, há um momento em que a personagem do Javier Bardem diz à Vicky (com quem teve um caso) que “o amor romântico é apenas aquele que é infeliz/que não é concretizado”. E a vida, também terá de será assim? Eu acredito que não. Eu teria ido para Paris. Sem pestanejar.
Este era, sem dúvida, um filme que eu precisava de ver, neste momento, nesta fase da minha vida, nesta fase do meu crescimento intelectual e emocional. Fez-me enfrentar alguns fantasmas, fez-me reflectir, fez-me perceber melhor o que realmente quero, o que realmente sinto. E se este não é o sentimento mais geek de um cinéfilo, não sei qual será.
Desculpa, Slumdog. Até podes levar o espadachim dourado, mas este foi mais forte que tu.

1 comentário:

Jo disse...

deixaste-me com vontade de ir ver o filme...e já o tinha colocado fora da lista... :)