segunda-feira, abril 16, 2007
O Império Feminino
Quantas mulheres existem no interior de uma mulher?
Eu fui ao cinema. Eu acho que fui ao cinema. No cinema havia uma peça de teatro com coelhos. Não, havia um filme sobre uma peça de teatro. Não, esperem, havia um filme sobre um filme com uma peça de teatro. Isso. De repente surge uma prostituta com a mente embaciada. Falava Polaco. O Cliente também. Foder para aqui, foder para ali e corta. O filme começa. Uma menina chora. Será polaca? Uma televisão é o centro da emoção. Uma mulher velha visita uma mulher nova. Uma casa demasiado grande. Tudo é detalhado. Um passo em frente. O filme começa. O filme está amaldiçoado. O técnico de luz é surdo que nem uma porta. O sonho começa. Em todas as portas está escrito “axxxonn” (acção). Em todos os corredores há uma nova porta. Algumas portas abrem outras não. Num quarto escuro, por detrás de uma das portas, sobrelotam-se amazonas com lanternas flamejantes. Todas elas conhecem a mesma história. Noutra história, em polaco, uma mulher procura-se a si mesma. Na mesma história, em inglês, a mesma mulher procura outra. A mesma mulher procura saber o que é ser mulher: “Sabes quem eu sou?”, pergunta ela às outras/a si mesma. Espreita-se por um buraco queimado por um cigarro numa lingerie de seda. Para lá do buraco está o Império. O buraco. O Império. Inland. Empire. Corta. No filme do filme, do filme, do filme, do filme, a morte pende sobre as estrelas do chão. O sangue jorra. Mendigos falam num diálogo mal escrito. Alguém falece. Corta. Continua a acção fora do plateau. Alguém espreita. Pelo buraco? Corta. Corta. Corta...
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1 comentário:
Lynchaste-te?
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