sexta-feira, novembro 30, 2007

Quente o suficiente para inchar a madeira?


Novamente nos meandros da www, deparei-me com uma beleza original. Passo a citar:
“The themes in Audrey Kawasaki's work are contradictions within themselves.” – porquê? bem, porque - “her work is both innocent and erotic.” – goddamit, that’s so true! - “each subject is attractive yet disturbing.” – precisamente. A delicadeza do traço, as formas subtis mas extremamente bem definidas... os esqueletos de répteis?? – “Audrey's precise technical style is at once influenced by both manga comics and Art Nouveau” – sim, muitas imagens são Alfons Mucha all over again... - “her sharp graphic imagery is combined with the natural grain of the wood panels she paints on, bringing an unexpected warmth to enigmatic subject matter.” – e aqui está, o fulcro, o centro ou, neste caso, o cerne da questão. O uso que esta cachopa dá ao suporte madeira é que distingue a sua arte de todas as outras. A leveza do seu traço, aliado às texturas das madeiras, revela uma nova abordagem que me fez ter vontade de pregar um toro na parede da minha sala. – “The figures she paints are seductive and contain an air of melancholy. They exist in their own sensually esoteric realm, yet at the same time present a sense of accessibility that draws the observer to them. These mysterious young women captivate with the direct stare of their bedroom eyes.” - You go, Kawasaky girl!

Nota 1: Raparigas: ela desenha mesmo bem. Rapazes: ela tem um fetiche por girl-on-girl action!

Nota 2: Acrescentei o site dela nos “sites doces” sob o pseudónimo “madeira inchada” e o blog dela nos “blogs à casa” sob o alias “arte motard”. Check it out!

Nota 3: Hoje estou muito doente...

sexta-feira, novembro 16, 2007

Devaneio necessário


Passo o dia a escrever. E a ler. Escrevo e leio. E vejo. Escrevo, leio e vejo. Sempre em palavras. Mesmo as imagens. O abstracto é-me difícil de ler. E de compreender. Não consigo ler nem compreender o abstracto. Consigo sentí-lo. Não consigo interpretá-lo. Nem concretizá-lo. É-me difícil interpretar ou concretizar o abstracto. Consigo criá-lo. Criar o abstracto é-me fácil. Mas não de uma forma inteligente. Inteligível sim, inteligente não.
Passo o dia a criar. Gosto de criar. Pela escrita. Só pela escrita. Mesmo as imagens. Crio imagens pela escrita. Não digo que crie imagens credíveis nem consistentes. Gosto do desafio de criar imagens com palavras. Gosto de descrever imagens. Criar o abstracto através do concreto.
Passo o dia a pensar. Penso muito. Demasiado. Penso sobretudo em tudo. Penso no que fiz, no que faço, no que tenho para fazer. Vejo-me de longe. Vejo-me ao pormenor. Critico-me. Desespero-me. Rio-me. Auto-analiso a minha auto-análise. Mas quem sou eu para pensar no que penso sobre mim?