quarta-feira, fevereiro 20, 2008

O momento que se segue...


O mundo da publicidade sempre me fascinou (do verbo fascinar, do latim fascinare, dar olhado, enfeitiçar, hipnotizar, alucinar, deslumbrar, seduzir, cativar, atrair irresistivelmente, iludir...)! Não só pela recorrente simbiose das palavras com as imagens mas, principalmente, por essa simbiose ter um objectivo: vender um produto. Ao contrário da arte, onde a função depende do artista, na publicidade, a função depende do produto. E esse é um desafio que, quando feito com criatividade, aguça a inteligência.
Vai daí, através deste blog descobri este curioso site que compila anúncios como o que se segue:

Os meandros da publicidade são deveras complexos. Quando o factor subliminar (mensagem construída de forma a atingir o subconsciente do consumidor) é capaz de fazer com que uma campanha tome os mais diversos rumos e/ou atinja aos mais diversos públicos-alvo de uma forma surpreendente, é como criar uma obra-prima. Muito dirão que a publicidade é um subterfúgio da sociedade moderna, um apelo sem alma ao consumismo ou, como Douglas Adams visionou, "algo de profundamente dispensável" e eu direi: "É pá, isso é mais que certo! Não precisamos desta merda para nada!" Mas, por vezes, tão raro como um eclipse solar, uma campanha é capaz de contribuir para algo mais do que apenas a venda de um produto. Uma campanha pode divertir, pode emocionar e, ocasionamente, despertar a nossa mente para algo tão importante como a nossa própria condição humana.
Até decidir escrever um livro ou conseguir viver à custa de guiões, será no seio desta selva criativa que irei deambular...

2 comentários:

Maria Arvore disse...

Se me permites, a publicidade é a arte do instante. Tens de comunicar emoções humanas que num momento rápido atinjam o maior número possível de pessoas. Têm de ser as certas para os outros entenderem e aderirem e lhes ficarem coladas como "Tou xim?" ou "Falam, falam...".

El Felino disse...

Bem-vinda, maria_arvore.
A arte do instante? Sem dúvida.
A arte da facilidade, da frase no ouvido, do jingle que causa pesadelos? Teoricamente, sim. Na realidade, é bom que não fique por aí. Primeiro, porque isso seria muito redutor para quem faz (director criativo: quem acha que este jingle é capaz de tirar o sono a alguém, levante o braço!), nem para quem ouve/vê/lê (quantos jingles/frases-feitas/clichés consegue um cérebro memorizar?). Por vezes uma publicidade destaca-se por não dizer nada, por dizer tudo, por não querer dizer, por dizer por outras palavras ou, simplesmente, por uma imagem que vale um bilião de palavras. Não se fala desses anúncios nos cafés e nas salas de espera? Talvez seja essa a intenção. Apenas uma regra se impõe: Um anúncio tem de se destacar em relação aos outros para que, dessa forma, o produto que pretende vender tenha algo de único e inconfundível. Como se consegue isso? É esse o desafio criativo.