segunda-feira, maio 19, 2008

A História das estórias...


A Banda-Desenhada sempre foi a minha maior fonte de inspiração. Desde muito cedo que me senti seduzido pelas mais variadas aventuras gráficas. O prazer de ler BD surgiu principalmente a partir do momento em que percebi a diferença entre as histórias ilustradas e a banda-desenhada. Enquanto as estórias ilustradas são prosas que se fazem acompanhar por ilustrações mais ou menos genéricas de uma das partes mais relevantes do texto, na BD as ilustrações têm de contar a própria estória, mesmo que se omitam as palavras. Mas esta afinidade deriva apenas da minha própria evolução enquanto leitor (já que os livros infantis são, na sua maioria, histórias ilustradas). Aliás, se aceitarmos a tese de que a BD descende das gravuras pré-históricas (histórias contadas por imagens) percebemos que a BD bem pode ter antecipado as histórias ilustradas e não o contrário.

De qualquer forma, e sendo eu inatamente inapto para a concretização gráfica, tenho-me dedicado à escrita de argumentos, particularmente para BD. Apesar se também sentir grande afinidade com o mundo do cinema e do teatro, a BD é sem dúvida o meu meio de eleição. A relação gráfica entre as palavras e as imagens é algo que me emociona. Para além da componente fisiológica de estimular ambos os hemisférios do cérebro (o lado da lógica/linguagem e o lado da criatividade/emoções), a BD compreende a fusão de duas expressões antagónicas (a palavra e a imagem) que se sobrevalorizam através de uma primordial complementaridade, que resulta noutras duas extraordinárias concepções: a narrativa e a beleza. Aquilo que tento fazer quando escrevo um argumento é que a narrativa seja inerente à beleza e vice-versa.

Ao longo desta minha pequena “carreira paralela”, com direito a cursos e workshops, já tive algumas breves experiências publicadas, umas más outras boas, mas tive principalmente a oportunidade de perceber um pouco mais sobre como funcionam as parcerias num tipo de arte que, em Portugal, tem a sina de ser muito solitário. Aprendi que, num país onde não há muito dinheiro a ganhar, ainda para mais com livros, são muito poucos aqueles que trabalham por amor à arte e que persistem na luta por conquistar algo em que mais ninguém está disposto a acreditar.

Foi com esta percepção, e com algumas histórias na gaveta, que conheci esta lutadora. Com um estilo influenciado pela BD nipónica, o Mangá, ela tem persistido na sua contenda, apesar de alguns acidentes pelo caminho que, por momentos, lhe podiam ter roubado a esperança. De qualquer forma, é com muito orgulho que apresento aqui os primeiros passos de uma história que esteve enclausurada na gaveta durante demasiado tempo e que agora, finalmente, começa a ganhar forma.


E aqui fica um pequeno preview de uma outra aventura que se prevê épica...


Let’s keep it up, Lemon!

3 comentários:

kimo disse...

muito bom!!!!mesmo....

abraço

Barbara Lourenço disse...

Obrigada Rui pelo teu apoio e em acreditares e fazeres parte dos meus sonhos =)
Com vontade e trabalho tudo se consegue ^^x

Siga em frente Felino xD

Lemon

Sandrinha disse...

Leitora já tens...