segunda-feira, maio 10, 2010

9, ou a importância de ser 1


Sexta-feira fui ver o filme "9". Este poderia ser apenas mais um filme de animação, não fosse a história que esteve na sua origem. "9" foi o título de uma curta-metragem realizada por Shane Acker, como projecto do seu curso de cimema (pode ser vista aqui). Depois de ganhar vários prémios académicos e ter sido colocada no youtube, esta curta metragem chamou a atenção de Tim Burton, que acabou por fazer uma proposta ao jovem Acker para realizar uma longa metragem baseada naquela sua pequena história, tendo Tim Burton como produtor. E foi assim que o filme "9" se concretizou. Um sonho de um puto tornado realidade por um génio.
Ainda enleado nos pensamentos que deram origem ao post anterior, fui ver o filme apenas com a memória da curta-metragem que tinha visto há quase 5 anos. Sabia que havia algo de especial naquele universo, mas não quis ler nada nem ver nada que me pudesse estragar a surpresa. Prefiro sempre ler as críticas aos filmes depois de os ver. Não gosto de ir ver algo com a minha visão condicionada pelas visões dos outros, seja um filme, uma peça ou outra apresentação artística qualquer. A arte implica uma leitura pessoal e toca a cada um de nós de uma forma diferente, porque a nossa leitura baseia-se nas nossas próprias experiências e interpretações. O melhor crítico de arte somos nós mesmos, porque a arte não é feita para ter qualidade, é feita para ter simbolismo e emotividade. E desta vez valeu bem a pena!
Primeiro, ao longo de todo o filme questionei-me porque é que o filme se chamava "9" e não se chamava outro número qualquer? Só porque o personagem principal se chama 9? Não poderia ser assim tão óbvio, teria de haver outra razão... Então lembrei-me da música "Cloud nº9" dos Beatles, do 9 ser o último número singular, dos 9 planetas do sistema solar (que agora já são só 8), entre outras pontas soltas que tentei ligar. Mas nenhuma daquelas fazia muito sentido no contexto do filme.
Finalmente, quase no fim do filme, revela-se o segredo por detrás do número 9 e a minha mente explode em significados e simbolismos como se de um Big Bang se tratasse. Primeiro porque aquele conceito estava guardado nas reminiscências da minha memória, mas acima de tudo porque aquela revelação fez com que eu entrasse naquela sala com curiosidade e tivesse saído com a mente em perfeito êxtase.
Não querendo estragar o filme a ninguém, posso apenas dizer que os nomes ancestrais das personagens principais são: 1. Khat, 2. Ka, 3. Ba, 4. Khaibit, 5. Akhu, 6. Sahu, 7. Sekhem, 8. Ab, 9. Ren.
Uma obra de arte é maior quanto menos se fechar em si mesma.
Eu ainda estou dentro desta.

1 comentário:

Jo disse...

fiquei ainda com mais vontade de ir ver!!! :) :) :)