terça-feira, junho 22, 2010
A verdade...
Finalmente, acabei de ler. Foram várias noites a reflectir sobre o que é a lógica e o que é a verdade. Será que toda a verdade é lógica? E será que toda a lógica é verdade? Poderá o raciocínio matemático ser o único caminho para chegar ao conhecimento ou será que o conhecimento é composto por coisas que não podem ser mencionadas no tempo, no espaço e no verbo?
Todas estas questões cairam sobre mim na forma de um livro imprevisível. Este livro conta a história de Bertrand Russell, um dos mais importantes pensadores da lógica que tentou definir os fundamentos da Matemática e, certo dia, provou em 362 páginas que 1+1=2.
Viver à procura da lógica é, sem dúvida, uma odisseia épica. Muitos dos colegas de Russell, matemáticos e lógicos, acabaram por se suicidar devido a paranóia, depressão, melancolia e outros problemas mentais. O resultado das pesquisas e avanços de muitos deles foi a criação dos primeiros computadores. E, para mim, essa foi a principal lição deste livro. A meu ver, só as máquinas podem desenvolver o verdadeiro raciocínio lógico, simplesmente porque são desprovidas de emoções. As emoções são o oposto da lógica. Tal como um dos mestres de Russell diz, "As mulheres são tão ilógicas". Sem dúvida, porque as mulheres vivem muito mais amplamente as suas emoções. Para mim, é aí que reside a verdade. Na emoção, na falta de lógica, no caos, no imperceptível, na irracionalidade. Porque o que não se controla é que é verdadeiro. O que se pode justificar, o que se pode moldar, o que se pode provar, pode ser contruído ficticiamente. O que se sente, o que não se consegue explicar é que é verdadeiro, porque não se sabe de onde veio nem se consegue replicar. É apenas natural.
Por isso foi tão difícil e, ao mesmo tempo, tão importante para mim ler este livro. Por isso discuti tanto com ele. Por isso lutei para o ler até ao fim. Para saber até onde a lógica poderia subsitir na procura da verdade. E a verdade, é que não subsistiu, nem na história, nem no meu entendimento.
Porque se fosse lógico, não teria encanto...
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