sexta-feira, novembro 26, 2010
Amor e sexo, o velho e o novo...
Ontem fui ao lançamento deste livro. Conheço a escritora-jornalista há já alguns anos e cedo descobrimos um ponto comum. A curiosidade sobre a sexualidade, as suas nuances, as suas manifestações e até a sua condição clínica. Esta busca incessante de conhecimento levou-nos a que nos fossemos reencontrando ao longo do tempo nas mais diversas e ocasionais... ocasiões. Primeiro de uma forma indireta, através do livro "Fantasias eróticas das mulheres portuguesas" que encontrei por acaso, empilhado numa banca de feira e que, ainda hoje, tenho guardado como um pequeno tesouro, todo sublinhado e cheio de apontamentos. Mas apesar de o ter comprado por causa do título, só depois de o ter aberto quatro ou cinco vezes é que identifiquei a foto da autora. Foi por causa desse livro que, anos mais tarde, decidi inscrever-me no curso de Saúde Sexual onde, sem sabermos, nos reencontrámos naquelas aulas cheias de mistérios e incertezas. Eramos os únicos que não pertenciam à classe médica. Apenas uma jornalista e um curioso. Depois do curso mantivemos contacto mas seguimos com as nossas vidas. Cada um à sua maneira foi procedendo às respectivas descobertas e deambulações no mundo da sexualidade, até que recebi o convite para o lançamento desta sua viagem à memória do amor e da sexualidade portuguesa.
Ainda sem ter tido a oportunidade de o ler, sei que este será um documento importante para o conhecimento da história sexual dos portugueses, ainda tão pouco estudada. Este é um tema que sempre me despertou a atenção porque sei a impacto que a história tem no desenvolvimento de um país, seja a nível individual, social, cultural e mesmo sexual. As crenças, os mitos, os medos, os desequílibros, as ideologias e até as mútuas exigências de homens e mulheres. Em Portugal vivemos numa constante luta com o nosso passado, com as restrições que foram impostas aos nossos avós e que ainda se refletem nas novas gerações, seja por ainda as respeitam, seja por se revoltarem contra elas. Um processo que, como a autora deu a entender na sua apresentação, "ainda ninguém sabe muito bem quanto tempo levará até que nos consigamos, homens e mulheres, libertar desses fantasmas do passado."
Muitas pontas ficaram ainda soltas. Só a apresentação do livro dava para uma discussão alargada sobre vários assuntos, mas por enquanto contento-me em ler o livro.
Mas ainda tenho outro tema que preciso ver investigado em profundidade. Talvez a Isabel Freire aceite um novo desafio para o seu próximo livro...
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