segunda-feira, julho 18, 2011
Meco, sol e vai mas é pó...
I'm too old for this shit.
Numa última performance juvenil antes da transformação em Autobot, lancei-me no hat-trick do Super Bock, Super Rock esperançado num cartaz que iria fazer esquecer a dor, o desgaste, o sofrimento, a fome, o stress, as filas, o dinheiro, a sujidade e tudo aquilo que faz de um festival de Verão... um festival de Verão.
No primeiro dia, pó. Solução: aguenta e não chora.
No segundo dia, pó e sono (porque a tenda electrónica só acabava às 6 da manhã, o pessoal bêbado só adormecia às 8h e o sol começava a bater na tenda às 9h30). Solução: aguenta e vai dormir para a praia.
No terceiro dia, pó, sono e falta de paciência (porque, para além dos problemas da noite anterior, um grupo de espanhóis revolveu vir conversar para o lado da minha tenda, com o rádio do carro a passar música tecno até às 9h da manhã). Solução: vocifera com todos os espanhóis que encontrares e formula um plano de evacuação que evite teres de ficar a dormir mais uma noite.
Quanto aos concertos:
Primeiro dia
- Walkmen - Suficientemente bom para a hora do dia em que tocaram. Têm boa onda mas o vocalista parece que força demasiado a rouquidão da voz, o que lhe tira projeção e melodia. Em álbum talvez se oiça melhor.
- El Guincho - Muita bom para festival, mas ele estava demasiado irritado com o pessoal do som para se deixar contagiar pelo público, pelo menos na metade do concerto que vi.
- Beirut - Muito melhores do que no Sudoeste do ano passado. Alteraram o ritmo de algumas músicas para se adequarem melhor ao ambiente de festival e resultou. Não deixaram o público adormecer e tocaram com os níveis de som ideais para equilibrar as trompetes com o resto dos instrumentos e a voz (o que também não aconteceu o ano passado).
- Artic Monkeys - Mereceu ser visto no meio da multidão, mesmo com o pó a entrar por todos os poros. Entregaram-se ao público e rasgaram o palco. Respect!
Segundo dia
- B Fachada - Único artista que tive pena de não ver.
- Noiserv - Também gostava de ter visto mas se calhar funciona melhor sem ser em festival.
- The Gift - Bom concerto. Deram tudo o que tinham.
- Portishead - Único momento em que desejei ter uma cadeira por perto. Música boa, mas já com um cheirinho a mofo.
- Arcade Fire - Para quem tinha adormecido com Portishead, os Arcade foram o despertador. Grande concerto, grande espírito, uma banda toda aos saltos, totalmente entregue a que os estava a ver. Segundo melhor concerto do festival.
- Chromeo - Primeira vez em Portugal, concerto às 02h00 do segundo dia de um festival, no palco secundário e tiveram uma das maiores enchentes com toda a gente a dançar e a cantar as músicas. De certeza que tiveram um "concertgasm". Melhor concerto do festival, hands down!
Terceiro dia
- X-Wife - Boa onda. Dignos de tocar em qualquer parte do mundo. Cumpriram, apesar de não terem gostado muito de ter tocado ainda de dia. E notou-se.
- Paus - Alguns problemas de som e alguma falta de prática em lidar com este tipo de palcos. Mas granda power.
- Brandon Flowers - Só me lembro da morena do coro. Ele também deve ter cantado bem. Notei que estava muito sorridente. Boa onda e alguns hits dos Killers. Nice!
- Junip - Boa surpresa. A voz de José González consegue ser chill out sem deixar adormecer. Um detalhe que faz toda a diferença num festival.
- Elbow - Gostei. Não conhecia bem mas pareceu-me digno de chekar os álbuns. Um gajo que parece o Joe Cocker mas com uma voz de veludo, sem arranhar os graves nem os agudos. Muito bom.
- Slash - Nunca pensei que pudesse gostar de um concerto do Slash, mas o que é certo é que, contra todas as expectativas, foram o momento alto do terceiro dia. No fim do gig via-se que estavam satisfeitos com o público e vice-versa.
- The Strokes - De certeza que muita gente comprou o bilhete para o terceiro dia por causa destes gajos. Muita pinta, muito estilo, mas até a Amy Winehouse podia ter gozado com o Julian Casablanca. Janado dos pés à cabeça, cagou na cena e bazou sem dar cavaco depois de uma hora de concerto. Se fossem mas é pó...
O que vale é o que o plano de evacuação funcionou às mil maravilhas.
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1 comentário:
A minha vénia ao plano...
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