terça-feira, abril 24, 2012

segunda-feira, abril 23, 2012

O que é ser palhaço...?

É muito mais do que fazer rir.
(Slava's Snowshow... pela 3ª vez.)

quinta-feira, abril 19, 2012

Dear John...

Mais do que um livro sobre prostituição, este é um livro sobre relações humanas. Escrito e desenhado por um dos génios maniaco-depressivos da 9ª arte, este livro leva-nos numa viagem intelectual e emocional pelo mundo do sexo pago. Mas nesta viagem o sexo acaba por ficar remetido para as entrelinhas, já que as questões que se colocam abrangem muitos outros temas. Mais do que a relação sexual, este livro evoca o amor, o prazer, o desejo, a política, a cultura, a condição humana e a influência de todas estas nuances na relação das pessoas com o sexo, pago ou não. E levanta questões pertinentes que dão que pensar, principalmente à luz da sociedade atual. Mas por vezes a retórica quer ser tão conclusiva que não deixa espaço para a reflexão do leitor. No entanto, esse exagero é quase sempre compensado com uma auto-análise equilibrada que torna o discurso suficientemente honesto e coerente para ser compreendido e debatido.
 É um livro que começa por falar sobre as primeiras experiências (reais) de um homem que procura ter sexo sem compromisso (mas não tem capacidade - nem paciência - para andar a engatar mulheres) e acaba por se tornar um livro profundo sobre a condição da prostituição nos dias de hoje e a sua relevância na estrutura das sociedades ocidentais.

segunda-feira, abril 16, 2012

Improvável...

É estranho quando uma coisa óbvia deixa de ser óbvia e se torna surpreendente. A suposta mensagem inspiradora deste filme devia ser um cliché e, estranhamente, não é. Qual a originalidade de dizer que alguém que precisa de ter vontade de viver quando tudo parece perdido? Acredito que, neste caso, o que valoriza essa mensagem é o facto de esta ser uma história (inspirada numa história) verídica. E as permissas reais serem dignas de um guião cinematográfico. Um homem que tem tudo mas que não pode usufruir de nada. Um homem que não tem nada mas que deseja usufruir de tudo. O cruzamento destes dois mundos e os benefícios que ambos retiram desse encontro.
O filme é daqueles que vai crescendo há medida que vamos pensando nele. É daqueles que acabamos de ver e dizemos "sim senhor, faz-nos sentir bem, dá-nos esperança e faz-nos ver aquilo que realmente é importante na vida". Mas depois, passado umas horas, já estamos a pensar em cenas metafísicas, tipo "o que moveu aquele homem imóvel foi a "joie de vivre" de um homem que não teria razões nenhumas para sentir prazer em viver". E começamos a questionar a nossa própria condição, quais as razões que nos fariam querer viver numa situação limite, quais os nossos maiores desejos, qual o sorriso que gostariamos de ver se nada mais valesse a pena...
E assim o filme vai crescendo dentro de nós. E é isso que faz um filme ser um bom filme.

quinta-feira, abril 12, 2012

Inadaptados...


Apanhei esta série por acaso. Comecei a gravar os episódios todos. Fiquei mega-fã. No último episódio da primeira temporada levantei-me e bati palmas. É uma série inglesa sobre super-heróis wannabe e feita com baixo orçamento. O humor é dilacerante. A sensualidade é subtil mas provocante. A realização é perfeita. As interpretações são suficientemente más para parecerem pessoas reais em vez de actores. Parece um prato gourmet feito com comida enlatada. Muita bom!

terça-feira, abril 10, 2012

Corto....

Desde pequeno que considero os livros do Corto Maltese como uma versão mais cool do National Geographic. E por muito que eu gostasse que fossem mais do que isso, é apenas isso que continuam a ser. Os livros do Corto ganham pelas primeiras páginas, pela história dentro da história, pela pesquisa, pela percepção que houve ali um interesse em fazer algo que fosse mais do que apenas contar uma aventura de um marinheiro armado ao pintarelho. Só que a fama dos álbuns do Corto é sem dúvida muito superior ao proveito. A poética, a nostalgia e a fantasia que nos vêm à cabeça quando ouvimos falar das histórias do Corto Maltese não se reflete de forma minimamente nas histórias propriamente ditas. Os diálogos sempre foram inconsistentes (ainda mais depois de traduzidos), as sequências sempre foram dignas de sonhos mirambolantes de pessoas alcoolizadas e os enredos nunca tiveram uma finalidade ou um propósito que nos fizessem pensar ou reflectir sobre algo. Onde as histórias do Corto ganham é nas referências históricas, nas frases poéticas ditas por razão nenhuma e pelo marinheiro armado ao pintarelho com as meninas que vai encontrando nas zonas mais inóspitas e recondidas do planeta. Fora isso, é um vazio e uma aleatoriedade que chegam a provocar uma ligeira urticária na planta do pé (isto é um exemplo de uma frasea aleatória que poderia aparecer num diálogo do Corto).
Por muito que goste do personagem (que, reflexo da sua própria casualidade, se tornou famoso por mero acaso, já que começou por ser apenas uma personagem secundária no livro "A Balada do Mar Salgado") não consegui ficar tão fã como gostaria.