segunda-feira, abril 16, 2012

Improvável...

É estranho quando uma coisa óbvia deixa de ser óbvia e se torna surpreendente. A suposta mensagem inspiradora deste filme devia ser um cliché e, estranhamente, não é. Qual a originalidade de dizer que alguém que precisa de ter vontade de viver quando tudo parece perdido? Acredito que, neste caso, o que valoriza essa mensagem é o facto de esta ser uma história (inspirada numa história) verídica. E as permissas reais serem dignas de um guião cinematográfico. Um homem que tem tudo mas que não pode usufruir de nada. Um homem que não tem nada mas que deseja usufruir de tudo. O cruzamento destes dois mundos e os benefícios que ambos retiram desse encontro.
O filme é daqueles que vai crescendo há medida que vamos pensando nele. É daqueles que acabamos de ver e dizemos "sim senhor, faz-nos sentir bem, dá-nos esperança e faz-nos ver aquilo que realmente é importante na vida". Mas depois, passado umas horas, já estamos a pensar em cenas metafísicas, tipo "o que moveu aquele homem imóvel foi a "joie de vivre" de um homem que não teria razões nenhumas para sentir prazer em viver". E começamos a questionar a nossa própria condição, quais as razões que nos fariam querer viver numa situação limite, quais os nossos maiores desejos, qual o sorriso que gostariamos de ver se nada mais valesse a pena...
E assim o filme vai crescendo dentro de nós. E é isso que faz um filme ser um bom filme.

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