Neste retrato cinematográfico, é um amor mais feito de silêncios do que de sons. É um amor mais feito de passado do que de presente ou futuro. É um amor que faz parte do quotidiano, é um prolongamento dos dias, do tempo e do espaço. É um amor que já só sobrevive a dois (quantos amores sobrevivem a um...?). É um amor que segue o batimento dos ponteiros do relógio... até que um dos ponteiros fica preso num segundo. A partir daí este amor torna-se num amor de sustentabilidade (sustento + estabilidade). Um amor de precariedade. Um amor em falência. Um amor de declínio físico e superação mental. Um amor pré-terminal numa altura em que a própria vida já faz o sprint final (seria esta história ainda mais trágica se a paragem no tempo se desse ainda a meio da corrida...?).
Há duas faces deste amor. E são essas duas faces que se encontram no silêncio que muda uma vida. São essas faces que sempre se encontraram e se deixam de encontrar. São essas faces que se reflectem uma na outra e demonstram que o amor não é só saber ter, é também saber deixar de ter...
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