quarta-feira, janeiro 30, 2013

Amor, esse deslargamento...


















Alguém sabe o que é o Amor? Onde começa, até onde vai, o que implica, o que implica que se abdique, quais os direitos, quais os deveres, deve ser emocional e/ou racional, precisa de um contrato, tem de ser para sempre, tem de ser sempre igual, tem de ser maior do que a própria vida, deve ser mais valioso que o ar que se respira, tem de ser exclusivo, pode ser múltiplo, baseia-se na paixão, na cumplicidade, no respeito ou é simplesmente uma coisa à parte, onde se ama ou não se ama, onde se fazem as coisas porque sim e onde não se fazem as coisas porque não? Aposto que cada pessoa terá a sua sentença.
Neste retrato cinematográfico, é um amor mais feito de silêncios do que de sons. É um amor mais feito de passado do que de presente ou futuro. É um amor que faz parte do quotidiano, é um prolongamento dos dias, do tempo e do espaço. É um amor que já só sobrevive a dois (quantos amores sobrevivem a um...?). É um amor que segue o batimento dos ponteiros do relógio... até que um dos ponteiros fica preso num segundo. A partir daí este amor torna-se num amor de sustentabilidade (sustento + estabilidade). Um amor de precariedade. Um amor em falência. Um amor de declínio físico e superação mental. Um amor pré-terminal numa altura em que a própria vida já faz o sprint final (seria esta história ainda mais trágica se a paragem no tempo se desse ainda a meio da corrida...?).
Há duas faces deste amor. E são essas duas faces que se encontram no silêncio que muda uma vida. São essas faces que sempre se encontraram e se deixam de encontrar. São essas faces que se reflectem uma na outra e demonstram que o amor não é só saber ter, é também saber deixar de ter...

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