Fresquinho

Boas entradas... e vice-versa!

Natalício

Natal: Época de compras, stress, sorrisos amarelos, empréstimos bancários, brinquedos a mais para as crianças, inveja, ganância, tristeza, desespero, acidentes na estrada e morte.

Ou então, como gostamos de dizer a quem ainda acredita na Coca-Cola, época de amor, paz, harmonia e curas para o cancro.

Feliz natal, são os desejos que não dou a ninguém porque gastei tudo em presentes.

Cerebralismo

"Nada me satisfaz mais do que um bom cérebro no espeto!"

Seja bem-vindo, professor Carlos.

Temporizador

Acredito que este exercício não tenha sido concebido para nos mostrar uma mulher nova e uma mulher velha na mesma imagem, mas sim para nos mostrar quanto tempo conseguimos ficar sem perceber que uma mulher nova e bela se transforma numa mulher velha e feia. Acredito que o tempo que dura essa dupla leitura seja a duração real da beleza exterior.
Mas alguém que saiba o que é o Amor não vê nesta imagem uma mulher bonita ou feia, vê uma mulher instrospectiva, calma, afável e complexa do princípio ao fim da sua vida.

Por isso a questão mantém-se. Quanto tempo dura a beleza?

Malvadez

Muitos estimados cavalheiros e respeitáveis senhoras já fazem o Amor no seu leito com muito mais ansiedade e prazer depois de ouvirem a balada ("Fuck Her Gently") que esta dupla fez ao acto de formalizar a convergência física do pénis em estado sólido com a vagina em estado de líquido.
Mas não é só dessas cândidas mensagens que o álbum e respectivo DVD são feitos. Não! Não! E Não! Com carinhosas manifestações pró-satânica e um sentido de humor de inspiração norueguesa (onde se refere muitas vezes a morte suicídica e a procura incessável de um talento que pode não existir), os Tenacious D são pequenos demónios que, não sendo irmãos de sangue, certamente sugaram o leite da mesma robusta mama.
A banda formada por KG e JB (Jack Black, que actualmente anda a braços com um gorila gigante na selva de Nova Iorque), e que conta também com o envenenado contributo na bateria de Dave Grohl (ex-baterista dos Nirvana, actual vocalista dos Foo Fighters), premeia o mundo com este belo DVD cheio de extras de beleza pura que, segundo boatos no submundo, abre um portal para o Paraíso.
Se o quiserem um para este Natal, não peçam ao Pai Natal. Deixem uma mensagem escrita com o vosso sangue num sítio bem visível de uma viela qualquer...
















Não tenham medo, crianças... Satanás é um gajo porreiro!

Banda-desenhista

O que é um banda-desenhista?

















Um banda-desenhista é alguém que se atira de um prédio sem tocar no ar...

















É alguém que grava os sons vazios em pequenos balões para depois não os ouvir com atenção...



















É alguém que não desiste de procurar o sentido da vida para além das imagens, para cá das palavras.

Nota: Estas imagens ilustram a vida de jimmy corrigan, que é sem dúvida o maior génio do mundo... ou será o Chris Ware?

Religionalização

OU















?


Depois de retiradas as cruzes das escolas posso dizer que finalmente vivo numa sociedade com liberdade religiosa. Mas será que posso realmente acreditar no que eu quiser, ou continuarei a ser perseguido e ostracizado?

Instabilidade

A diversidade da ambição manifestada na compensadora instância de um momento atroz, destruiu a simplicidade multipla que incentivou a reestruturação implícita das matérias amorfas em contracção espontânea. O dia e a noite surgiam no ar. Na beleza ambígua das multidões que iluminam a singularidade sombria do firmamento, prescrevem as núpcias submissas que voam em vão. Os noivos, almofadados com neblinas de saudade e amargura coroadas por lágrimas de cadências aguaceiras que não se dissolvem no desespero de uma queda em espírito livre, gritam à terra a paixão intensa que sentem pelos mundo opostos e pela realidade que não se revela por receio da trovoada que se anuncia.

Fotomagia

A percepção de uma realidade efémera, que só acontece num momento inútil, que só existe para alguns olhos, para alguns sentidos, faz de uma fotografia um momento de pura fantasia. O tempo do disparo, do tiro fatal, engloba um universo que só pode ser entendido por alguns, por seres que desejam saber a eternidade num só segundo, num só suspiro do diafragma.
Compreendo o artesanato da fotografia no meu inconsciente mas não o consigo expressar visualmente. Não fui dotado com o poder do instante, não sou mais rápido que a minha sombra. Sou apenas um assassino que dispara extraordinariamente... devagar.

Caso queiram ver a realidade através dos olhos de um magnífico serial-killer, façam click!
Para mentes mais inocentes, há muito que vos tenho dado a conhecer um mundo melhor através dos olhos da lente...

Sexualizar

"O sexo tem os seus prós e os seus contras. Os prós são os que ganham dinheiro com isso, os contras são os que gostam de fazer contra a parede."
Há coisas que os avós não deviam ensinar ao netos.

Miraculoso

(O Castelo Andante - 2005)

Sempre que vejo um filme do Hayao Miyazaki fico com um misto de sentimentos e de outra coisa qualquer.
Apesar de já saber em antemão, sem ter visto qualquer crítica ou notícia, que o filme fala de uma rapariga que consegue suplantar todas as adversidades (entre elas a sua vontade e insegurança) para defender algo que lhe é precioso (muitas vezes um rapaz, outras vezes outra coisa), o raio do homem surpreende-me constantemente com a sua imaginação e a magia estética dos seus brilhantes desenhos e enquadramentos visuais. Todas as imagens são dignas de figurar num cartão postal de remetentes apaixonados pela fantasia. Mesmo a caracterização das personagens, consegue ser sempre dinâmica, não havendo lugar para bons/maus, monstros/princesas. Aqui as princesas podem ser os piores monstros (uma óbvia inspiração na realidade!) e os maus nunca são assim tão maus, depois de tomarmos um cafézinho com eles numa pequena esplanada enquanto assistimos à destruição do mundo ao longe, no horizonte.
Um filme do Miyazaki é, sem dúvida, uma experiência que nos enche o espírito, seja em que idade for, seja em que fase da vida. E isso tem quase tanto de bom como de miraculoso.

Usufruir

Fui ao lançamento de um livro escrito por um médico. Durante a sua apresentação, o médico dissertou sobre o facto do ser humano viver a sua vida com uma única preocupação: prolongar o prazo de algo que só nos acontece uma vez, a morte.
"Com a ideia desse inevitável Fim presa ao nosso inconsciente, tentamos envelhecer o mais lentamente possível para manter a ilusão que esse Fim está longe, ou até mesmo a utopia que o dito Fim nunca irá chegar. O Fim, que até pode ser melhor que o Princípio ou um momento de alívio para nós... e até mesmo para os outros."
À medida que envelhecemos vamos arranjando cada vez mais soluções que nos tornem mais saudáveis. Evitamos os excessos, deixamos de fumar, comemos comida sem sal, sem açucar, sem sabor, começamos (numa fase tardia) a fazer exercício físico, tudo para que aquele momento final não chegue, que nada acabe, ad eternum. "Subimos escadas, descemos escadas, corremos quilómetros, saltamos. Ou então enchemos, esticamos, pintamos, cortamos, ajustamos, trocamos, etc."
O livro chama-se "O USUFRUTO", e a mensagem que este médico quis transmitir foi que o ser humano deve usufruir em vez de tentar alterar ou prolongar. O segredo é usufruir, carpe dium. E (questão de médico) "porque é que o ser humano não usufrui mais do melhor exercício físico que existe: o sexo?"
"Um acto sexual corresponde a meia hora a andar em passo acelerado. Se for tântrico, então, corresponde a hora e meia em corrida lenta. O acto sexual é um exercício partilhado, em que um sentimento comum estímula o usufruto de uma vida saudável. E aí sim, meus amigos, caros convidados, o tenebroso Fim deixa de ter qualquer importância."

Metabolismo

Corro durante horas sem parar em nenhuma estação de serviço. A estrada é longa, embaraçada por vales e colinas. Chego ao destino sem um gota de água no depósito. Meto a mão ao bolso e apercebo-me que me esqueci da encomenda.

O slogan diz que o serviço é rápido, não diz inteligente.

A senhora em cadeira de rodas que esperava ansiosamente pela perna postiça, tem três anos úteis para reclamar...

Terrorismo

Estou em gerra com a Rita Guerra!

Desde que a Media Capital decidiu colocar os paineis "multimerda" nos átrios das estaçõe do Metropolitano de Lisboa, não há maneira de aqueles que têm de usar este meio de transporte diariamente se safarem de ouvir 32 vezes por minuto o refrão do último single desta "re-puta-da" cantora.

E é com este pequeno exemplo no nosso brando quotidiano que nos vamos apercebendo da facilidade com que se pode promover o terrorismo quando a escala de pressão psicológica é exercida a uma escala várias vezes superior.

Não tendo nós, meros cidadão, ovelhinhas alinhadas nas filas do matadouro com um sorriso nos lábios, à nossa disposição os mesmos meios de quem nos agride com massiças repetições de refrões estridentes, temos que recorrer ao terrorismo. A propaganda que a Media Capital pretende impingir desplicentemente ao comum transeunde que apenas deseja usar o meio de transporte mais rápido da cidade para ir trabalhar, é não só um atentado à liberdade de cada um, mas uma terrível pressão que não pode ser controlada pelo destinatário. Ao sentir-se pressionado, o ser humano tem tendência a reagir e se a sua única opção for subverter a lei para cumprir o seu objectivo, por vezes, uma reacção mais agressiva justifica-se a si mesma por um bem maior.

E com isto tudo, a Rita Guerra até nem tem culpa nenhuma... ou será que tem?