quarta-feira, julho 28, 2010
O poder de uma ideia...
Que filme genial! (se não viram e querem ver, é melhor não lerem o texto que se segue...)
Desde "Memento" (e sem esquecer os magníficos quadros épicos de Batman) que Christopher Nolan não tinha um momento de poesia cinematográfica tão puro e, ao mesmo tempo, tão complexo. Este é o tipo de filme que eleva o cinema ao seu expoente máximo. Claro que uma demanda desta significância tem as suas lacunas, mas nada subtrai ao prazer enorme que é ver e decifrar cada momento desta películoa, até ao último segundo (que me fez salta da cadeira com um arrepio e um sorriso nervoso de incredibilidade e reverência à genialidade do conceito). Como se diz na própria história, "uma simples ideia que muda tudo."
E é de ideias que se fala. Ideias, sonhos, realidade, vida e amor. É daqueles filmes que sobrevive durante o intervalo em jogos de adivinhação, leituras, análises, discussões, e se prolonga para além da ficha técnica e da sala de cinema, principalmente se formos dormir a seguir.
Mais do que incidir sobre até onde podemos influenciar os outros, o título original permite a dualidade de leitura que é: até onde nos podemos influenciar a nós mesmos? É essa parte que me faz arrepiar. As ideias que implantamos na nossa mente têm mais força do que aquelas que tentamos implementar nos outros. As nossas memórias, a racionalização das nossas emoções, os nossos desejos, os nossos medos, são muito mais difíceis de controlar do que qualquer ideia que seja exterior a nós, que não tenha nada onde se "colar". Mas, por vezes, essas ideias surgem na nossa consciência sem que tenhamos uma percepção de como foram lá parar. Na vida real isso é assustador. Neste filme, isso é magnífico.
Este é um filme que nos faz questionar a nossa essência, a nossa mente e a nossa própria existência. Um filme com várias histórias pararelas magistralmente geridas, com sequências originais nunca antes vistas e um sentimento profundo de que se está a contar uma história inteligente (sem ser intelectualóide), que toca a todos e que nos faz pensar muito, muito mesmo, sobre quem somos, como somos e o que influencia a nossa forma de pensar e ver o mundo que nos rodeia. Mas não só...
"Se eu te disser para não pensares em elefantes, qual é a primeira coisa em que pensas?"
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1 comentário:
Já não saía a sorrir do cinema há algum tempo...
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