quinta-feira, outubro 28, 2010
Oh boy...
Finalmente, uma revista com miúdas portuguesas mesmo giras (sem bonecas de borracha)... e com uma página 24 que vai ficar para a história!
segunda-feira, outubro 25, 2010
sexta-feira, outubro 22, 2010
Sexta mista (e ainda mal começou)...
O dia começou com mais uma capitulação. O homem que tudo media, que tudo pesava e que tudo lia, tornou-se mais leve que o próprio oxigénio que respirava e deixou uma cantora lírica a cantar sozinha no coro da igreja do Ervedal (acredito que a sua voz ainda virá com o vento até aos meus ouvidos). Esse homem, que se deslocava de bicicleta e que só comia carne sem gordura e vegetais cozidos, marcou a minha infância pela sua bondade e a minha juventude pela sua sagacidade. Certo dia, quando entrámos em sua casa, depois de alguns anos sem lá ir, fez-nos o seguinte convite, como quem oferece café ou chá: "Desejam ir para a cozinha, que tem 23 metros quadrados, ou para a sala, que tem 36 metros quadrados?" Marcou-me. A sua esposa, outra tia-avó, é uma senhora tão doce que, neste momento em que se despede do único homem da sua vida, os seus olhos devem estar a escorrer mel...
Depois desta notícia em plena autoestrada, chego ao trabalho, onde o único email que tenho na caixa de correio apresenta o título: "Parabéns!" Sigo o link anexado e deparo-me com isto! As emoções reviravoltam-se. Sinto-me orgulhoso e feliz. Primeiro por ter recebido esta notícia e depois por poder contribuir para um projeto que é feito, não apenas de comida, mas de amor, de dedicação e de muita simpatia. Ainda mal acordei.
Ah, e amanhã é o meu aniversário...
quinta-feira, outubro 21, 2010
Arrependimentos...
Um filme que prometia ser um verdadeiro enfardamento, revelou-se uma mera belinha na testa.
Há tanta coisa errada neste filme que nem sei por onde começar.
Acho simplesmente que um filme realista que é pouco credível não resulta.
Mesmo a banda sonora, composta por um gajo desconhecido chamado Philip Glass, foi vilipendiada por uma música que, para além de não se enquadrar com as imagens que sonorizava, tornou-as em clichês pouco dignos de um cinema que se quer "alternativo".
Por comparação, uma lição muito maior foi descrita hoje no "O amor é", rubrica do Prof. Júlio Machado Vaz, na Antena 1. Dizia ele, citando um provérbio chinês, sobre o tema "escolhas":
"Mestre, como adquiro sabedoria?"
"Boas escolhas."
"E como faço boas escolhas?"
"Experiência."
"E como adquiro experiência?"
"Más escolhas."
quarta-feira, outubro 20, 2010
Lunch box...
Nos dias úteis vou almoçar a um restaurante onde sou servido pela minha "avó". O restaurante self-service, daqueles que delizamos com um tabuleiro pelas várias partes de uma refeição, tem uma senhora a servir as comidas quentes que enche pratos sem meias medidas. Os pratos, que na verdade são pequenas travessas, são subjugados por enormes quantidades de alimentos, sejam eles quais forem. Quanto mais melhor. E não implica que só comamos uma variedade. Se quisermos, podemos misturar carne com peixe, batatas com arroz e migas e tudo e tudo para encher o bandulho. Normalmente tenho de dizer para parar, senão tenho receio da frágil madeira do tabuleiro não conseguir aguentar com tal enfardamento no prato, quando tentar chegar à mesa. Mas foi nessa limitação que percebi que estava de volta à casa da minha avó. Quando disse pela primeira vez "Pronto, está bom, não precisa pôr mais" levei com um olhar daqueles que levava quando pastelava as comidas da D. Fernanda. "O quê, só três bifes? Não comeste nada ainda. Vá que a avó vai-te fazer mais um bife e mais uma batatinhas." - "Mas vó, eu já comi sopa." - "Sim, mas a sopa comes sempre." E depois passava a tarde sem me conseguir levantar do sofá. O que vale é que o meu metabolismo sempre foi mais ou menos acelerado.
Mas o que me fez recordar tudo isto, foi algo que aconteceu um destes dias. Cheguei para almoçar, peguei num tabuleiro e dirigi-me à vitrine onde estavam os pratos quentes. A senhora, sempre com cara de poucos amigos, perguntou o que eu queria. Eu, tendo de escolher entre bacalhau com natas, bacalhau à brás, moelas e chocos com ervilhas, apontei para o último. Havia o suficiente para duas pessoas. Mas, depois de remexer com a colher no recepiente metálico, a senhor achou que era pouco e foi à cozinha perguntar se havia mais. Disseram-lhe que não. Então, inconformada, voltou para junto de mim a dizer "Olhe, não há mais, só há isto. Se quiser pode misturar com outra coisa qualquer." Eu, vendo que aquilo era mais que suficiente, disse "Pode ser isso. Para mim está bom." Então, a avó, começou a encher o prato e, à medida que o fundo ia desaparecendo e os chocos, as ervilhas, as cenouras e os choriços se iam amontoando, com o molho quase a sair por fora, foi dizendo. "Olhe que isto é pouco. Vou-lhe pôr um bocadinho de arroz também e, se ficar com fome, volte cá que eu encho-lhe o prato com aquilo que quiser." Claro que eu iria ficar cheio de fome depois daquela pratada... ainda por cima com mais uma taça cheia de uvas para comer.
E, como é óbvio, isto não aconteceu num restaurante de uma grande metrópole.
terça-feira, outubro 19, 2010
Marquesa...
"Porra!", disse a Marquesa, batendo com as mamas em cima da mesa. Mas, lembrando-se da educação que recebera na Suíça, retirou o "porra" e disse "Chiça!".
O Marquês, que a observava pelo canto da sua luneta, levantou-se e disse:
"A Senhora Dona Marquesa cagou-se!"
"Eu? Foda-se!"
Hoje de manhã, o meu reino perdeu a sua Marquesa.
segunda-feira, outubro 18, 2010
sexta-feira, outubro 15, 2010
Preciso de onomatopeias...
Bardot & S.Gainsbourg - Comic Strip
Carregado por Salut-les-copains. - Videos de musica, clipes, entrevista das artistas, shows e muito mais.
Hoje assisti à defesa de uma tese sobre "Estilos de masturbação feminina e orgasmo no coito", pela sexóloga Vânia Beliz. O coordenador da tese foi o meu professor no curso de Saúde Sexual, Prof. Dr. Nuno Monteiro.
Foi relativamente instrutivo, mas não foi surpreendente.
quinta-feira, outubro 14, 2010
quarta-feira, outubro 13, 2010
Reading...
terça-feira, outubro 12, 2010
Boys & Girls...
Nos últimos dias visitei dois mundos. Um de rapazes, outro de raparigas. Foram dois mundos que não me agitaram, mas que foram crescendo na minha memória à medida que me fui afastando deles. Mas foram dois filmes que me fizeram crer que em livro serão muito melhores. Isto porque tudo o que nos poderia surpreender, fazer pensar, fazer sonhar, está nas entrelinhas, nos silêncios, nas contemplações. A evolução dos personagens passa por resoluções de questões internas, de supressão da própria realidade, o que não joga muito bem com o conceito de filme, mesmo com recurso a narrador presente e subjetivo.
O primeiro, das meninas, tocou-me apenas ligeiramente, deixando pequenos fragmentos espalhados pela minha mente. No seu todo pareceu-me demasiado volátil, sem grande consistência e, por vezes, um pouco mal amanhado em termos de realização. É engraçado acompanhar as deambulações de uma mulher perdida no mundo, à medida que vai interiorizando o seu lugar em diversas civilizações, em diversas relações e em diversos caminhos, mas o sumo que resulta daquele muesli cultural e sentimental, não é suficiente para nos dar asas, nem revitalizar corpo e mente.
Do mundo dos rapazes saí decepcionado. Saí decepcionado por ter sido enganado. Fui enganado porque li ou vi um resumo sobre o filme que não correspondia à verdade. O próprio cartaz promete demasiado. Essa decepção, aliada às vizinhas que insistiam em demonstrar alto e bom som a pena que sentiam pela personagem do Clive Owen, fez-me passar ao lado de um filme que, a espaços, poderia ter sido mais importante do que acabou por ser. Este é um filme sobre homens. Não sobre gajos. Homens em diferentes estados da vida. Com diferentes estados de alma e que têm de aprender (a palavra fulcral!) a viver sozinhos por imposição da vida, ou aliás, da morte. Isolados do mundo, numa terra venenosa, controem um novo conceito de família, de pedagogia, de amizade, de amor e de vivência que nenhuma mulher consegue compreender. Mas, mais uma vez, este filme baseia-se num livro que deverá ser muito mais profundo e interessante.
Valem as bandas sonoras. Para as meninas, o Eddie Vedder. Para os meninos, os Sigur Rós. Duas formas sonoras de contemplar a solidão, o tempo e o espaço que traduzem em sons e versos aquilo que nos livros é dito em mil palavras.
O primeiro, das meninas, tocou-me apenas ligeiramente, deixando pequenos fragmentos espalhados pela minha mente. No seu todo pareceu-me demasiado volátil, sem grande consistência e, por vezes, um pouco mal amanhado em termos de realização. É engraçado acompanhar as deambulações de uma mulher perdida no mundo, à medida que vai interiorizando o seu lugar em diversas civilizações, em diversas relações e em diversos caminhos, mas o sumo que resulta daquele muesli cultural e sentimental, não é suficiente para nos dar asas, nem revitalizar corpo e mente.
Do mundo dos rapazes saí decepcionado. Saí decepcionado por ter sido enganado. Fui enganado porque li ou vi um resumo sobre o filme que não correspondia à verdade. O próprio cartaz promete demasiado. Essa decepção, aliada às vizinhas que insistiam em demonstrar alto e bom som a pena que sentiam pela personagem do Clive Owen, fez-me passar ao lado de um filme que, a espaços, poderia ter sido mais importante do que acabou por ser. Este é um filme sobre homens. Não sobre gajos. Homens em diferentes estados da vida. Com diferentes estados de alma e que têm de aprender (a palavra fulcral!) a viver sozinhos por imposição da vida, ou aliás, da morte. Isolados do mundo, numa terra venenosa, controem um novo conceito de família, de pedagogia, de amizade, de amor e de vivência que nenhuma mulher consegue compreender. Mas, mais uma vez, este filme baseia-se num livro que deverá ser muito mais profundo e interessante.
Valem as bandas sonoras. Para as meninas, o Eddie Vedder. Para os meninos, os Sigur Rós. Duas formas sonoras de contemplar a solidão, o tempo e o espaço que traduzem em sons e versos aquilo que nos livros é dito em mil palavras.
segunda-feira, outubro 11, 2010
E para sempre, os heróis...
sexta-feira, outubro 08, 2010
Maravilha...
Ler isto fez-me acreditar em Deus. Não no Deus barbudo e peneirento que se monta nas nuvens, mas num Deus de óculos escuros e bigode grisalho com um sorriso simpático chamado Stan Lee, o criador do Universo Marvel. A sua capacidade criadora deu origem a heróis que perduram há mais de 50 anos e que têm inspirado jovens e adultos em todo o mundo. Este tipo de reverência pareceria ridícula, não fosse a importância que um universo paralelo como o da BD teve ao longo da fase mais conturbada da minha vida. Esse refúgio, para além de me "proteger" de uma realidade por vezes inóspita, deu-me algumas lições importantes que, de outra forma, não me teriam sido ensinadas por quem de direito. Considero até que este universo de heróis cheios de imperfeições humanas (ao contrário da perfeição sobre-humana de heróis como o Super-Homem) pode mesmo ter-me salvo de um futuro muito mais desequilibrado e insustentável, quer a nível emocional, quer ao nível da perceção minha própria realidade e daquilo que me rodeia. Foram histórias que me inspiraram a ser uma melhor pessoa e a fazer o que está correto. Apercebi-me disso racionalmente há pouco tempo. Numa situação de escolha entre sofrer ou fazer mal a outra pessoa, preferi magoar-me a mim. Ninguém me ensinou isso diretamente. Daí considerar que só posso ter aprendido através dos exemplos que lia nestes livros. Sacrificar-nos por alguém é a maior prova de altruísmo e não é fácil tomar essa decisão se não soubermos o que isso significa. A natureza humana privilegia a auto-preservação. Comprometer esse conceito básico é possivelmente a decisão mais árdua que um ser humano pode tomar. Nem sequer tem a ver com solidariedade, o ato de ajudar o próximo. Tem a ver com abnegação. Sacrificar-nos a nós mesmos por um bem maior. E isso é uma lição de vida maior que qualquer outra. Por muito que queiramos algo, o bem-estar daqueles que gostamos é sempre mais importante. Esse é o conceito de salvar. Perceber que nós não somos as coisas mais importantes do mundo e que há coisas muito mais preciosas.
Ao longo de anos, segui as aventuras de inúmeros heróis, identificando-me mais com uns do que com outros, e alternando os meus gostos à medida que ia crescendo. No entanto, ao comprar o Earth X nunca pensei que todos esses anos, todas essas histórias e todos esses heróis pudessem fazer tanto sentido em termos criativos, em vez de serem apenas criações díspares e autistas. É certo que Stan Lee criou a maior parte deles, mas talvez nem ele tenha percebido até que ponto todas as suas ideias faziam um sentido maior quando conjugadas, do que serem simplesmente um coletivo de personagens coloridas e bizarras.
Earth X é a bíblia para quem vive no Universo Marvel. Passado num futuro em que os heróis (finalmente) envelheceram, esta é a história de como tudo o que aconteceu ao longo de 50 anos culminou num momento de cataclismo mundial, em que todos os heróis são postos à prova uma última vez. Através dos olhos do ser que observou toda a evolução do planeta Terra, ficamos a saber como um mundo de super-heróis seria possível e até credível, contrapondo essa teoria para a nossa própria realidade. Muitas das teorias apresentadas podem ser aplicadas no mundo real. Religião, política, história, arte, fenómenos naturais. Tudo isso é justificado. E é surpreendentemente lúcido e credível. Um verdadeiro deleite para quem viveu neste universo tanto ou mais tempo que eu. Um clássico para os clássicos. Só é pena o Alex Ross ter ficado pelas capas.
quinta-feira, outubro 07, 2010
segunda-feira, outubro 04, 2010
U2, 4U...
Nunca tinha visto um concerto num estádio. Nunca tinha visto os U2 ao vivo (nem sequer estava na minha "to do list", mas há coisas mais importantes na vida do que os nossos próprios caprichos), nunca fui fã dos U2 antes de "How to dismantle an atomic bomb", nem nunca tinha comprado um bilhete para um concerto com 1 ano de antecedência.
Neste sábado, it was a beautiful day. O caos reinava à nossa volta sem nunca nos tocar. A cidade que mais me seduz em Portugal fervilhava de emoção por todos os cantos. O estádio de Coimbra era uma ilha rodeada de pessoas por todos os lados que, a pouco e pouco, se deixou inundar. No centro da ilha, erguia-se um monstro, uma nave, uma catedral onde milhares de almas convergiram para bradar aos céus. A espera não custou nada. Os Interpol foram uma merda. Mas eis que no entra e sai da banda, fui abordado por um casal alentejano de meia-idade, com o teor alcoólico já nas alturas. Pararam ao meu lado sem conseguirem perfurar mais na multidão. Ficaram ali a tirar fotos um ao outro. Ela sempre com um ar maroto, ele sempre muito entusiasmado. De repente, ele olha para mim e pergunta: "Olha para ela. Como é que se resiste a uma mulher destas?" E eu respondo: "Não sei. Mas olha que resistir faz mal ao coração." E ele: "Tens razão. E olha, ainda por cima tem uma garganta... queres ver?" A minha sobrancelha arqueou. Ele continuou: "Oh amor, canta lá um fadinho." Ela: "Um fadinho? Qual é que queres?" Ele: "Canta o senhor vinho." Ela: "O senhor vinho? Então cá vai." E lançou-se na desgarrada. Pessoas a tentarem passar por nós e eu a dizer "Agora não, que se está a cantar o fado." Quando acabou, só eu e ele é que batemos palmas, mas foi o suficiente para ela sorrir e agradecer com uma vénia. Ela era de Portalegre. Ele era de Elvas. Beijaram-se, cumprimentaram-me e voltaram para o meio da multidão. "Bom concerto.", gritaram. "U2", disse-lhes eu. E nesse momento começou o concerto mais esperado do ano. Simplesmente, perfeito.
Neste sábado, it was a beautiful day. O caos reinava à nossa volta sem nunca nos tocar. A cidade que mais me seduz em Portugal fervilhava de emoção por todos os cantos. O estádio de Coimbra era uma ilha rodeada de pessoas por todos os lados que, a pouco e pouco, se deixou inundar. No centro da ilha, erguia-se um monstro, uma nave, uma catedral onde milhares de almas convergiram para bradar aos céus. A espera não custou nada. Os Interpol foram uma merda. Mas eis que no entra e sai da banda, fui abordado por um casal alentejano de meia-idade, com o teor alcoólico já nas alturas. Pararam ao meu lado sem conseguirem perfurar mais na multidão. Ficaram ali a tirar fotos um ao outro. Ela sempre com um ar maroto, ele sempre muito entusiasmado. De repente, ele olha para mim e pergunta: "Olha para ela. Como é que se resiste a uma mulher destas?" E eu respondo: "Não sei. Mas olha que resistir faz mal ao coração." E ele: "Tens razão. E olha, ainda por cima tem uma garganta... queres ver?" A minha sobrancelha arqueou. Ele continuou: "Oh amor, canta lá um fadinho." Ela: "Um fadinho? Qual é que queres?" Ele: "Canta o senhor vinho." Ela: "O senhor vinho? Então cá vai." E lançou-se na desgarrada. Pessoas a tentarem passar por nós e eu a dizer "Agora não, que se está a cantar o fado." Quando acabou, só eu e ele é que batemos palmas, mas foi o suficiente para ela sorrir e agradecer com uma vénia. Ela era de Portalegre. Ele era de Elvas. Beijaram-se, cumprimentaram-me e voltaram para o meio da multidão. "Bom concerto.", gritaram. "U2", disse-lhes eu. E nesse momento começou o concerto mais esperado do ano. Simplesmente, perfeito.
sexta-feira, outubro 01, 2010
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