Finalmente. Fi-nal-men-te!
Depois de três intragáveis filmes com o totó do Tobey Maguire (ainda nem consegui ver o terceiro até ao fim), finalmente um homem-aranha que tem tudo a ver com o personagem original que conquistou tantos admiradores. E está tudo nos olhos. A forma como este Peter olha para o mundo tem tudo a ver com os putos introvertidos, fechados em si mesmos, com o mundo sobre os ombros, com as responsabilidades das suas escolhas, com as lições dos erros. Mas sempre com uma curiosidade no olhar, não com os olhos de veado em frente aos faróis, como o outro totó.
E também está na linguagem corporal, na forma de falar, no desgaste emocional, na postura e na dicotomia entre amargura e humor (essencial nesta personagem!).
Aliás, já deu para perceber que metade do sucesso de um filme de heróis de BD tem a ver com o casting. Por o público já ter tantas referências visuais dos livros, há muita coisa que precisa de bater certo. É a diferença entre a BD e os outros livros. Aqui já há uma base visual, enquanto nos livros de literatura escrita cada um imagina os seus personagens. A BD trabalha com algo que a restante literatura não trabalha: os silêncios, onde uma imagem vale mil palavras. E quando se traduz isso para o cinema, tem de bater certo.
No Hulk acertaram à primeira.
No Homem de Ferro acertaram à primeira.
No Thor acertaram à primeira.
No Homem-Aranha acertaram à quarta.
Nos restantes ainda não acertaram... (e não estou a contar com os heróis da DC.)
Para além disso, este filme vai buscar uma história que deve ter mais de 20 anos. Não sei se os putos sabem quem foi Gwen Stacy na vida de Peter Parker. Apesar da história estar um bocadinho baralhada, é sempre bom quando nos levam numa viagem assim. E ainda conseguiram manter a originalidade dos lançadores de teias em vez das secressões viscosas dos filmes anteriores. Muitos pontos por isso!
Depois há o lado menos bom. O exagero dos poderes. A sua demonstração pública que passa despercebida a toda a gente. Entre outras coisas pouco importantes, mas que parecem ser feitas à medida do público mais novo (houve crianças a delirar com as cenas).
E a Emma Stone. Tendo o Peter Parker acabado por casar com uma ruiva, não percebo porque é que tiveram de ir buscar uma ruiva para fazer de loira, mas a Emma Stone fica bem de qualquer maneira.
Venha o segundo! (Depois do teaser no genérico final, a minha aposta é: Abutre!)
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