terça-feira, julho 03, 2012
Virar a página...
Sempre deu.
Desde muito novo que me refugiei na ficção. Não porque a minha vida tenha sido extremamente dura ou porque tenha passado por situações muito traumáticas, mas porque a a realidade que vivia não correspondia às expectativas da minha imaginação. Por isso refugiei-me nos livros, nas histórias, nas realidades onde todas as potencialidades de vida eram levadas ao seu expoente máximo.
Apaixonei-me pela literatura. E quando descobri a banda-desenhada, apaixonei-me também pelas imagens. A ficção é necessária. Seja ela qual for. A vida obriga-nos a fazer uma escolha, a seguir um caminho. Só se vive uma vez. A ficção permite-nos viver múltiplas vidas. Saber o que poderia acontecer-nos caso fossemos pela esquerda em vez de irmos pela direita, caso fizéssemos antes em vez de fazermos depois, caso vivessemos noutro país ou noutro tempo, caso fossemos mais aventureiros do que sedentários, caso tivéssemos mais certezas do que dúvidas, caso tivéssemos asas em vez de braços...
Aprende-se muito a viver outras vidas. Aprende-se muito com o que os outros aprenderam, com o que os outros imaginaram, com o que os outros criaram. Ajuda-nos a aprender, a imaginar e a criar por nós mesmos. Ajuda-nos a querer mais do que apenas aquilo que a vida nos dá. Ajuda-nos a querer subir a montanha em vez de ficarmos satisfeitos só com aquilo que cai por ela abaixo.
Enquanto era filho único os livros eram a minha companhia preferida. Nunca fui muito de brincar na rua (a não ser quando ia de férias para o algarve ou para o alentejo) e a televisão só era boa aos fins de semana de manhã (ou então quando ia de férias para casa da minha avó e passava os dias deitado no sofá). Nos dias úteis, os livros eram da maior utilidade. Ainda hoje são. Ainda hoje são eles que mantêm a minha mesa de cabeceira no lugar. Sem eles, ela certamente voaria pela janela ou arrebentaria com uma das paredes. Um bom livro ajuda a dormir melhor.
No meu caso, o livro comanda o sonho. E o sonho comanda a ficção da vida...
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