terça-feira, abril 12, 2011

De bat... and Robin

Na conclusão do post anterior está implícita uma pequena provocação às felinas com bloguimia. Mas, ironicamente, essa provocação fez-me reflectir a mim.
O debate a que assisti levou-me também a pensar se esta crescente escamoteação do tema da sexualidade um pouco por toda a parte e por todo o tipo de pessoas, pode ter um efeito nocivo. Primeiro, o facto de as coisas se estarem a tornar demasiado explícitas, algo que só está a acontecer nesta fase da evolução humana porque nunca antes existiram estudos e investigações feitas com tantos recursos técnicos e tecnológico. Por isso, estamos a chegar a um ponto em que sabemos mais sobre a sexualidade humana do que alguma vez se soube. Mas isto pode ter um efeito perverso, que é fazer com que a sexualidade perca o seu mistério, o seu interesse e o seu impacto. Por exemplo, apesar de se ter uma ideia mais ou menos concreta do que é que estimula os homens, chegou-se a um ponto em que, por exemplo, ver uma mulher de pernas abertas já parece não chegar, já não é estimulante, quando ainda nos anos 90, antes da internet, o simples cruzar de pernas da Sharon Stone era digno de estragar fitas em cassetes VHS, de tanto rebobinar e tentar encontrar o momento certo para fazer pause. Hoje em dia, com tanta abertura e tantas imagens com carga sexual (sejam no cinema, na televisão, na publicidade ou em qualquer outro meio), chegou-se a um ponto em que é preciso ir cada vez mais longe. Nesse âmbito, o mistério que envolve o que é que estimula as mulheres acaba por ser uma mais valia porque é no tentar descobrir isso, é na diferença que existe entre cada uma, é nesse percurso, que faz com que haja uma procura constante, uma descoberta constante, um interesse constante. A partir do momento em que tudo estiver esclarecido, em que já não haja mistério, a sexualidade deixará de ser uma coisa que estimule só por si e então passarão a ser necessários outros estímulos, ou mesmo chegar ao ponto oposto, de haver uma repulsa física do corpo humano e passarmos apenas a fazer sexo mental, como no Demolition Man.

Apesar disso, o corpo humano tem uma aptidão que faz com que haja sempre algo novo a descobrir. Ou seja, a Natureza recria-se a si mesma, dando-nos pessoas diferentes, fisionomias diferentes, reacções diferentes. E aí é que reside a beleza, a nobreza e o magnífico caos orgâncico que definem a sexualidade de cada um, porque nem todos nos sentimos atraídos pelo mesmo. Por outro lado, existe também uma cada vez maior deturpação dessas diferenças naturais, com o recurso à cirurgia estética que contribui para uma crescente homogeneidade entre as pessoas, baseada na ideia errada de que a beleza está na igualdade e não na diferença.
Posto isto, falta esclarecer a parte do Robin. Bem, basicamente é por causa da Robin de "How I met your mother".

Sabe bem ver uma série que, sendo moderna, explora o tema clássico do amor, das suas dificuldades, das suas derivações e da sua sobrevivência em tempos de superficialidades...

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