segunda-feira, junho 20, 2011

1X2...


Tal como já me tinha acontecido com os filmes "Jogo de Espiões", "Diamantes de Sangue", "Hotel Ruanda", entre outros, este é um daqueles filmes que nos faz desesperar. Não só pela história trágica, pela luta dos personagens, pela situação em que se encontram e pela conclusão do filme, mas sobretudo pela crueldade da realidade que ele representa. Saber os meandros políticos e empresariais que estão de tal forma contaminados que conseguem colocar um continente inteiro refém de caprichos gananciosos, provoca uma dor muito maior do que aquela provocada por um amor despedaçado. Um filme potente, com uma personagem feminina "maior que a vida" (excepcional Rachel Weisz) e um Ralph Fiennes que quase volta a reencarnar "um paciente inglês", tal é a dor e o desespero que consegue transmitir. Realizado por Fernando Meirelles (Cidade de Deus), com pormenores de génio, que só ajudam o filme a ter ainda mais impacto. Muita bom!


Não percebi. Deixem-me explicar. Brian Singer, o homem que realizou o brilhante (e antigo) Suspeitos do Costume, tem um problema com super-heróis. Depois de ter conseguido algum bom feedback com os primeiros dois X-Men, conseguiu "abichanar" o Super-Homem e agora, como produtor, deu uma traulitada agressiva num filme que tinha tudo para ser épico e clássico e fazer-me comprar a edição mega-super-extra-especial e tudo e tudo e tudo. Segundo uma entrevista, o realizador e co-argumentista Matthew Vaughn (Stardust, Kick Ass) disse que os personagens do filme já tinham sido escolhidos quando ele entrou no projecto. E uma decisão destas só pode vir do produtor. A minha questão é: se vamos fazer um filme sobre a origem dos X-Men, porque não usar os X-Men originais? Até se deram ao trabalho de colocar a história nos anos 60, porque tiveram de mudar a equipa? E ainda por cima com os elementos mais dispares que podiam ter sido seleccionados. Misturaram personagens clássicos (como o único original Beast), com personagens semi-clássicos (Havock, Banshee e Mistic) e personagens que são tão recentes que só os ultra-geeks são capazes de reconhecer (Angel, Darwin, Riptide e Azazel).Ou seja, fez-me sentir ultra-geek, o que é má onda. Desta forma, não só não respeitou as histórias originais, como baralhou tudo. Obrigado, Brian. O que vale é que o Matthew Vaughn lá conseguiu perceber que o filme era verdadeiramente sobre a relação entre Charles Xavier (Professor X) e Erik Lehnsherr (Magneto), sobre a sua evolução, o seu background e a forma como os seus carácteres se foram moldando às suas visões do mundo. Uma grande história, muito bem escrita e com grandes interpretações de actores muito bem escolhidos (o que, neste tipo de filmes, é meio caminho andado). Outras boas aquisições foram os vilões Sebastian Shaw (Kevin Bacon) e principalmente Emma Frost, com a surpreendente January Jones a libertar toda a sexualidade reprimida na série "Mad Men". No seu conjunto é um bom filme, devido ao argumento muito bem escrito, às boas interpretações e à realização muitas vezes arriscada. Props para as participações de Hugh Jackman (Wolverine) e da Rebecca Romijn Stamos (Mistic mais crescida) que marcaram bons momentos no filme. É acima da média, mas não me encheu as medidas.


Já há muito tempo que andava para ver isto. Tal como o "Big Lebowski", este era um daqueles filmes de culto que toda a gente dizia "Fónix, ainda não viste isso? É brutal, é uma granda pedrada, é muita maluco" e etc e tal. Agora que a segunda parte está no cinema e toda a gente quer saber o que eu achei do primeiro, fiz uma late night session e embrenhei-me na "Ressaca". E, tal como o "Big Lebowski", fui com as expectativas muito altas e... gostei. Mas depois de tanto hype é difícil desfrutar da mesma forma. As coisas parecem sempre maiores quando são emplogadas pelas palavras de quem gostou. Mas tal como o "Big Lebowski" acho que é um filme que vive melhor na memória do que propriamente na tela ou no ecrã. As cenas são realmente ridículas, mas parece que funcionaria melhor numa daquelas histórias que se contam entre amigos, entre copos e cenas. Esperava mais do Zach Galifianakis, mas fica para a história o Mike Tyson a cantar Phil Collins. Tá nice.

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