Foi um choque ler este livro. Mesmo depois de já ter lido os "Watchmen", o "V for Vendeta", o "Dark Knight Returns", o "300" e mesmo os recentes "Boys" e todos os livros que demonizam e canabalizam os super-heróis, não consegui ficar imune a esta obra de culto dos anos 90, da qual nunca tinha ouvido falar. Ainda assim, ela reflete um bocado daquilo que foram aos anos 90, uma época de desilusão, de desapontamento e de algum desinteresse pela vida, pela fantasia, pelo imaginário. Isso pode-se comprovar na cultura, quer pelo tipo de literatura como pelos géneros de música que surgiram, e até mesmo pela forma como as pessoas se vestiam. Não houve nada que marcasse os anos noventa de uma forma tão entusiástica como se viu nos anos 60, 70 e 80. Os anos 90 foram a época do ecletismo, onde não houve um estilo, uma estética, uma identidade. Foi mais o culminar de um século cheio de coisas positivas mas também muito negativas e, por isso, talvez não houvesse nada que inspirasse as pessoas, a não ser a ansiedade da chegada do novo milénio.
Neste livro, os super-heróis, mais precisamente os sidekicks, são retatados da forma mais crua e cruel que alguma vez vi, mesmo comparando com as histórias mais rebuscadas de um Garth Ennis ou de um Wallen Ellis. Nada me tinha preparado para isto. E ainda bem! De ler e... tomar um Alka-Seltzer no fim.
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