Antes de mais, este livro é um daqueles calhamaços que não se conseguem ler deitado na cama porque vamos ficando com os braços dormentes. Pedi para me oferecerem porque, de há uns tempos para cá, tenho tido um crescente interesse em compreender melhor o meu país, seja visto de dentro, seja visto de fora. Neste caso, Portugal é visto por um filho de emigrantes, artista de BD, que guarda no seu imaginário as memórias e as estórias da sua família e que regressa às suas origens para descobrir um pouco mais do seu passado. E claro, tal como nós achamos que os outros países são sempre melhores, aqui Portugal é também retratado de uma forma quase idílica, até mesmo exótica, que certamente inspirará muitos franceses. Afinal não somos só nós a dizer bem dos outros. A diferença é que os outros também dizem bem deles próprios e os portugueses não.
Li na língua original e confesso que foi difícil. Já não lia um livro em francês há muito tempo. Mas a piada de ler o livro na versão original é que o livro tem personagens que falam em francês e outras que falam em português, o que reforça a comicidade dos diálogos e as conversas trocadas, com sentidos perdidos.
O livro tem piada mas é um bocado seca. O percurso do personagem dá umas voltas que podiam ser resumidas, mas ainda assim lê-se bem. O melhor do livro são mesmo os desenhos. Esses valem a pena, da primeira à última página.
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