5ª Feira
Sim, é ele!
Sem dúvida, o melhor concerto a que assisti na vida! Eu, que não sou fã de concertos grandes, tipo pavilhão atlântico, estádio nacional, com muita pirotecnia e palcos de 100 metros de altura, posso afirmar que, segundo os meus parâmetros, assisti na Aula Magna ao concerto perfeito. E de uma banda portuguesa. Foda-se, há que ter orgulho. O David Fonseca é um "granda cromo", no sentido em que é um músico extraordinário que toca tudo (até ferrinhos) com um à
vontade e um estilo invejável. Ele domina o palco e o cria uma empatia com o público que nos impele a pedir que ele nunca se canse e que o concerto nunca mais acabe. Foram duas horas e quarenta e cinco minutos com mais três encores de pura magia. E não foi só a música. Para além dos incríveis vídeos que acompanharam algumas das canções (principalmente naquela "Não afastes os teus olhos dos meus" - procurem no YouTube), houve momentos de
pura comédia estilo stand-up em que David Fonseca respondeu às três perguntas mais estúpidas que lhe estão constantemente a fazer. Inesquecíveis foram também as 10 versões
que ele fez ao piano e à guitarra de hits dos Anos 80, numa prova de esforço e talento
inspiradores, que pôs o público a cantar em uníssono, levando o artista à loucura.
Ainda assim, o meu private moment, foi poder voltar a ouvir a voz da Rita Pereira (que já acompanho desde os Atomic Bees) e presenciar a sua evolução enquanto extraodinária cantora e esbelta felina.
6ª Feira
Raios os partam!
Este filme é demasiado bom para ter um fim. Com isto quero dizer que Little Miss Sunshine é um filme que nos deixa ligados a uma família de personagens que são boas demais para as perdermos de vista. Enquanto a velha carrinha amarela se afasta, buzinando esquizofrenicamente pela autoestrada, com a família mais imprevisível e desconjuntada da história do cinema, ficamos com uma sensação estranha de que estamos a perder as melhores estórias e lições das nossas vidas e também das deles. À boa maneira de um Delicatessen, choramos a rir das maiores desgraças e sorrimos com lágrimas nos olhos das palavras mais bonitas e dos gestos mais grandiosos. Este é um feel good movie que mostra o que de mais monstruoso existe no mundo da perfeição, quer seja da perfeição física, da perfeição mental
ou da "perfeição" familiar. Só mesmo um acto de loucura pode salvar as almas perdidas, e é exactamente isso que estas almas perdidas fazem para que a alma mais nova não se perca também. Esqueçam o título em português. Depois de verem o filme, é a frase Little Miss Sunshine que vos fará recordar a beleza de uma estória que de bela não tem nada.
Sábado
À tarde
Será que esta exposição existe?
À tarde fui ao CCB ver a exposição Fantasmas do artista contemporâneo Nuno Cera. Confesso que nunca tinha ouvido falar do indivíduo mas a imagem do cartaz (em cima) espicaçou a minha curiosidade num dia de chuva. No entanto, quando acabei a minha visita, confesso que me senti um pouco decepcionado. Apesar de bem montada, com um ambiente muito negro e um tecto baixo a fazer lembrar umas catacumbas, a exposição revelou-se de muito pouco interesse.
Pareceu-me mais uma tentativa do artista mostrar que o que ele quer mesmo ser é realizador
de cinema experimental (com muito pouca imaginação e fraca qualidade técnica) do
que propriamente artista de exposições. Desde logo, quando entrei na sala, achei curioso
estar alguém a explicar a temática e as obras aos visitantes sem ser o próprio artista (estando o artista ao lado, miúdo novo, coçando a barba com ar pensativo(?)). Acho que isso é que
é ser um verdadeiro artista: eu faço, tu explicas. Nível! Quando a explicação acabou (a visita
guiada com hora marcada estava já no fim) ninguém tinha dúvidas (pois claro!) e foi-se tudo embora sem voltar a olhar para trás.
Comecei, então, eu a minha vistita solitária. Vi fotos e filmes que mais pareciam fantasmas de fotografias e filmes. No final, o filme que dá a imagem ao cartaz (outra vez, em cima) parecia prometer (era o único com presença humana) mas saiu-me o tiro pela culatra quando vi que a menina fantasma tinha, de repente, depois de 15 minutos a vagear por uma casa abandonada, uma travadinha e começava a sangrar sem porquês nem consequências. É a arte contemporânea. Daqui a uns vinte anos volto lá para ver se aquilo já me diz alguma coisa. Tá giro.
À noite
Nervoso miudinha!
Desculpem voltar a dizer isto mas: Foda-se! Confesso que fui apanhado de surpresa por este filme. Fui alugar o DVD porque já tinha visto o cartaz e o trailer quando passou pelos cinemas
undergrounds portugueses mas, como nos extras valorizam e é bem verdade, o trailer (e, já
agora, o cartaz) deixa mais perguntas do que respostas. Aconselho que vejam este filme
se querem ver algo que foge às regras, que amplifica as emoções e que não vos vende gato por
lebre. Este é um filme rijo, feito por pessoas de grande talento e visão, que não tiveram medo de
meter o dedo na ferida da maneira mais fria possível. Vejam o filme e vejam os extras.
Não posso dizer mais nada. Quero que sejam tão surpreendidos como eu fui.
Domingo
Duro, mas duro!
Sem ser grande fã da saga James Bond (por não gostar de um herói com demasiados benefícios: mulheres, carros, armas, roupas, viagens, alta tecnologia, etc, etc e tal) fiquei muito satisfeito com a nova linha de herói que se ri de lhe estarem a esmagar a sua arma mais letal: o barrote de carne. Sem ter o charme das outras versões bondianas, mas ainda assim com mulheres incríveis a cairem-lhe ao colo (vá-se lá perceber!), este novo espião inglês (sim, este inglês, porque toda a gente sabe que o verdadeiro inglês é loiro de olhos claros, basta vê-los no Verão tipo lagostas na praia) convenceu-me o suficiente para continuar a seguir com atenção as suas aventuras. Com um genérico muito fraquinho (onde é que estão as gajas?) e uma música que não bate certo com nada (com um Robbie Williams desejoso de fazer outro Millenium, foram-me escolher o ranhoso do Chris não sei quantos), foi o único filme do 007 que vi com interesse e entusiasmo. Fiquei principalmente impressionado com a cena em que ele quase morre para salvar a vida à sua Vesper, apenas para ter mais uma oportunidade de lhe apalpar as mamas. MACHO!
Para quem também gostar de BD, fiquei com a nítida sensação que o novo James Bond é quase uma versão Ultimate do "agente secreto mais conhecido do mundo".
segunda-feira, novembro 27, 2006
segunda-feira, novembro 20, 2006
sexta-feira, novembro 17, 2006
Ser o modelo... ou ser um modelo?
Foda-se, Ana Carolina, foda-se!
Apesar da minha contínua frustração com a mentalidade sofredora das fêmeas (só grandes masoquistas tentam atingir uma "satisfação mental" através do vómito induzido, do amor pela dor - eu amo o meu marido mesmo que ele me bata -, e, não contentes com a realidade, gastam dinheiro e tempo a chorar baba e ranho com tragédias românticas, seja em livros, novelas ou
filmes), analiso esta notícia em particular, o impacto que ela pode ter numa sociedade
embrenhada em informação contraditória e contenho-me. É certo que este exemplo poderá
chocar muita gente, principalmente aquelas a que se destina: as adolescentes com a mania
da adolescência. No entanto, uma notícia destas pode ter um resultado proporcionalmente
inverso. Que pensarão as meninas agora? Oh, meu Deus, estou muito magra, é melhor
começar a comer! E cá vai disto que amanhã não há. Começam então os problemas de
obesidade. Mas esperem. Existem soluções para a obesidade que também implicam uma dose
elevada de dor. Perfeito, pensam elas. Vou comer tudo o que conseguir porque depois é só
enfiar uns tubos no estômago ou pôr uma banda gástrica e ir reciclando. Tudo isto com o auxílio
de umas operações plásticas ainda mais dolorosas, claro. Exercício físico? Alimentação equilibrada? Apreciar as qualidades do corpo em vez dos defeitos? Não! Isso só dá é prazer!
Como dizia ontem o José Rodrigues dos Santos sobre teoria do determinismo, numa conversa muito interessante no programa Prova Oral da Antena 3: "Pequenos actos têm sempre grandes consequências".
Os melhores?
Como afirma o meu caríssimo Salmão, "considerar-se um blogue o melhor é um terreno perigoso e subjectivo. Creio que um blogue é o espelho de uma personalidade. Se for feio ou bonito, lixo ou luxo, para todos ou só para alguns, um blogue é sempre um pedaço da alma de quem o mantém, requer sempre algum empenho, nem que seja mínimo. Considerar um blogue melhor ou pior em detrimento de outros é ferir um ego."
Assim sendo, a minha lista completa encontra-se do vosso lado direito.
Cheers!
segunda-feira, novembro 13, 2006
Para que servem as despedidas de solteiro?
Inverno. A noite chega cedo. Junta-se uma gataria de machos à porta de um health club qualquer para conferenciar enquanto se vêem umas gatinhas a passar. Trocam-se ideias e ideais para um fim de noite com gatas peladas com armas e varões assinalados. O gato enforcado não desconfia de nada. Estamos todos, vamos embora. Meia hora a abrir na auto-estrada do Sul e chegamos a Palmela por desvios bem escondidos. O kartódromo internacional estende-se à nossa frente com curvas e contra-curvas. Os pneus amontoados nas bermas estão mesmo a pedí-las. Aguardamos um atraso mal organizado e vamos à bola. Nos matrecos sou rei. À baliza. Acabam-se os trocos. Invícto. Os que ficaram no banco trincam umas sandochas com suminho. Quem vai guiar não bebe. Chega o chefe da casa, dá o briefing e manda os senhores para os bólides encharcados. Cú fresco, siga para a pista. Voltas de aquecimento sem nada a registar. Quinto lugar na grelha de partida. Pensava que tinha sido mais rápdio. Luz verde. Corta-relvas a fundo. Alguém ultrapassa alguém, alguém é ultrapassado. A corrida segue a todo o gasoil até que alguém faz um pião. Palmas. Mais umas voltas e alguém
decide subir uma ladeira. Gritos radicais. A corrida segue em grande estilo. Canto ópera em fortíssimo no interior da minha cúpula protectora. A poucas voltas do fim um dos gatos sente
as curvas no estômago e encosta às boxes. Pouco depois a corrida acaba. Enquanto o último
classificado vai cuspir a bola de pêlo às urtigas, aqui o felino finca as unhas na medalha de um honroso 6º lugar (um lugar que ninguém desconfia...) e sente alegria por ter, ao menos, dado luta. Saímos de uns carros e enfiamo-nos noutros. Troca-se a indumentária para ficarmos apresentáveis para a noite que se prevê húmida e seguimos por onde viemos. Mais meia hora e estamos de novo em Lisboa. Chegados ao restaurante com 1 hora de atraso, agarramo-nos ao marisco e ao tinto como gatos selvagens. Brindamos a tudo e a nada. A fome é muita. A alegria é enorme. O convívio é estridente. Duas garrafas depois da primeira, o marisco começa a ganhar vida nos estômagos ainda enrolados pelas curvas. O álcool sobe e desce. O marisco volta a nadar. A noite ainda vai a meio e a casa de banho já faz fila. Chegam os digestivos. Está tudo fino. As felinas agarradas aos varões começam a ficar desfocadas. Os felinos selvagens parecem gatinhos de colo. Cabeças apoiadas em mesas, paredes e ombros amigos. O marisco ressuscita e adquire novo lar em bacias e retretes. A noite acaba antes da hora. O futuro é uma névoa. A morada também. Chegamos a casa trazidos por almas caridosas. As camas parecem melhores que as gatas atletas. As namoradas agradecem.
quarta-feira, novembro 08, 2006
Maldito seja...
...se não for ver este filme...
... perdão, este filme!
Geralmente não me costumo interessar por algo que muita gente goste, que muita gente
conheça ou que muita gente aconselhe (quem me conhece sabe o quão difícil foi porem-me
a ler o Código DaVinci) , mas neste caso tenho de colocar o orgulho de lado e abraçar
exasperadamente a espectativa besteselling. Sendo um dos meus livros de eleição, com uma história diabolicamente cativante da primeira à última palavra, não deixa de ser curioso
que, através dos meandros da memória, me recorde dele devido a um aroma particular.
O primeira cópia que li de "O Perfume" era de uma amiga que o lera durante as férias
do Verão. Certo dia, foi deixado por ela à beira-mar, mesmo antes da maré começar a subir. Depois de inundado, o livro foi-me emprestado, conservando nas suas páginas o aroma a água salgada e a maresia. Por isso, sempre que me lembro d"O Perfume", lembro-me do cheiro a mar e a Verão. Mas serei eu capaz de matar por causa de um grão de areia?
... perdão, este filme!
Geralmente não me costumo interessar por algo que muita gente goste, que muita gente
conheça ou que muita gente aconselhe (quem me conhece sabe o quão difícil foi porem-me
a ler o Código DaVinci) , mas neste caso tenho de colocar o orgulho de lado e abraçar
exasperadamente a espectativa besteselling. Sendo um dos meus livros de eleição, com uma história diabolicamente cativante da primeira à última palavra, não deixa de ser curioso
que, através dos meandros da memória, me recorde dele devido a um aroma particular.
O primeira cópia que li de "O Perfume" era de uma amiga que o lera durante as férias
do Verão. Certo dia, foi deixado por ela à beira-mar, mesmo antes da maré começar a subir. Depois de inundado, o livro foi-me emprestado, conservando nas suas páginas o aroma a água salgada e a maresia. Por isso, sempre que me lembro d"O Perfume", lembro-me do cheiro a mar e a Verão. Mas serei eu capaz de matar por causa de um grão de areia?
quinta-feira, novembro 02, 2006
Ontem vi dois filmes...
A ironia...
do Destino.
Acerca de Marie Antoinette, achei que estava muito segura de si, jogou bem ao ataque sem
nunca descuidar a defesa e teve alguns momentos contemplativos que acabaram por não
culminar num final brilhante. O poder quase omnipresente da Luz ao longo dos noventa
minutos foi a tónica dominante, reservando os melhores momentos para descuidos fatídicos ou amadorismos de puro génio. Por sua vez, a direcção da equipa esteve a cargo de alguém que já deu provas que é bom(a) mas que nesta partida só foi salvo(a) pela superior qualidade dos artistas em campo.
Se não viram. Vão ver.
do Destino.
Acerca de Marie Antoinette, achei que estava muito segura de si, jogou bem ao ataque sem
nunca descuidar a defesa e teve alguns momentos contemplativos que acabaram por não
culminar num final brilhante. O poder quase omnipresente da Luz ao longo dos noventa
minutos foi a tónica dominante, reservando os melhores momentos para descuidos fatídicos ou amadorismos de puro génio. Por sua vez, a direcção da equipa esteve a cargo de alguém que já deu provas que é bom(a) mas que nesta partida só foi salvo(a) pela superior qualidade dos artistas em campo.
Se não viram. Vão ver.
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