segunda-feira, novembro 27, 2006

Os pontos altos de uma semana em baixo...

5ª Feira

Sim, é ele!
Sem dúvida, o melhor concerto a que assisti na vida! Eu, que não sou fã de concertos grandes, tipo pavilhão atlântico, estádio nacional, com muita pirotecnia e palcos de 100 metros de altura, posso afirmar que, segundo os meus parâmetros, assisti na Aula Magna ao concerto perfeito. E de uma banda portuguesa. Foda-se, há que ter orgulho. O David Fonseca é um "granda cromo", no sentido em que é um músico extraordinário que toca tudo (até ferrinhos) com um à
vontade e um estilo invejável. Ele domina o palco e o cria uma empatia com o público que nos impele a pedir que ele nunca se canse e que o concerto nunca mais acabe. Foram duas horas e quarenta e cinco minutos com mais três encores de pura magia. E não foi só a música. Para além dos incríveis vídeos que acompanharam algumas das canções (principalmente naquela "Não afastes os teus olhos dos meus" - procurem no YouTube), houve momentos de
pura comédia estilo stand-up em que David Fonseca respondeu às três perguntas mais estúpidas que lhe estão constantemente a fazer. Inesquecíveis foram também as 10 versões 
que ele fez ao piano e à guitarra de hits dos Anos 80, numa prova de esforço e talento 
inspiradores, que pôs o público a cantar em uníssono, levando o artista à loucura.
Ainda assim, o meu private moment, foi poder voltar a ouvir a voz da Rita Pereira (que já acompanho desde os Atomic Bees) e presenciar a sua evolução enquanto extraodinária cantora e esbelta felina.


6ª Feira

Raios os partam!
Este filme é demasiado bom para ter um fim. Com isto quero dizer que Little Miss Sunshine é um filme que nos deixa ligados a uma família de personagens que são boas demais para as perdermos de vista. Enquanto a velha carrinha amarela se afasta, buzinando esquizofrenicamente pela autoestrada, com a família mais imprevisível e desconjuntada da história do cinema, ficamos com uma sensação estranha de que estamos a perder as melhores estórias e lições das nossas vidas e também das deles. À boa maneira de um Delicatessen, choramos a rir das maiores desgraças e sorrimos com lágrimas nos olhos das palavras mais bonitas e dos gestos mais grandiosos. Este é um feel good movie que mostra o que de mais monstruoso existe no mundo da perfeição, quer seja da perfeição física, da perfeição mental
ou da "perfeição" familiar. Só mesmo um acto de loucura pode salvar as almas perdidas, e é exactamente isso que estas almas perdidas fazem para que a alma mais nova não se perca também. Esqueçam o título em português. Depois de verem o filme, é a frase Little Miss Sunshine que vos fará recordar a beleza de uma estória que de bela não tem nada.


Sábado
À tarde

Será que esta exposição existe?
À tarde fui ao CCB ver a exposição Fantasmas do artista contemporâneo Nuno Cera. Confesso que nunca tinha ouvido falar do indivíduo mas a imagem do cartaz (em cima) espicaçou a minha curiosidade num dia de chuva. No entanto, quando acabei a minha visita, confesso que me senti um pouco decepcionado. Apesar de bem montada, com um ambiente muito negro e um tecto baixo a fazer lembrar umas catacumbas, a exposição revelou-se de muito pouco interesse. 
Pareceu-me mais uma tentativa do artista mostrar que o que ele quer mesmo ser é realizador 
de cinema experimental (com muito pouca imaginação e fraca qualidade técnica) do
que propriamente artista de exposições. Desde logo, quando entrei na sala, achei curioso
estar alguém a explicar a temática e as obras aos visitantes sem ser o próprio artista (estando o artista ao lado, miúdo novo, coçando a barba com ar pensativo(?)). Acho que isso é que
é ser um verdadeiro artista: eu faço, tu explicas. Nível! Quando a explicação acabou (a visita 
guiada com hora marcada estava já no fim) ninguém tinha dúvidas (pois claro!) e foi-se tudo embora sem voltar a olhar para trás.
Comecei, então, eu a minha vistita solitária. Vi fotos e filmes que mais pareciam fantasmas de fotografias e filmes. No final, o filme que dá a imagem ao cartaz (outra vez, em cima) parecia prometer (era o único com presença humana) mas saiu-me o tiro pela culatra quando vi que a menina fantasma tinha, de repente, depois de 15 minutos a vagear por uma casa abandonada, uma travadinha e começava a sangrar sem porquês nem consequências. É a arte contemporânea. Daqui a uns vinte anos volto lá para ver se aquilo já me diz alguma coisa. Tá giro.

À noite


Nervoso miudinha!
Desculpem voltar a dizer isto mas: Foda-se! Confesso que fui apanhado de surpresa por este filme. Fui alugar o DVD porque já tinha visto o cartaz e o trailer quando passou pelos cinemas 
undergrounds portugueses mas, como nos extras valorizam e é bem verdade, o trailer (e, já 
agora, o cartaz) deixa mais perguntas do que respostas. Aconselho que vejam este filme 
se querem ver algo que foge às regras, que amplifica as emoções e que não vos vende gato por
lebre. Este é um filme rijo, feito por pessoas de grande talento e visão, que não tiveram medo de
meter o dedo na ferida da maneira mais fria possível. Vejam o filme e vejam os extras. 
Não posso dizer mais nada. Quero que sejam tão surpreendidos como eu fui.


Domingo

Duro, mas duro!
Sem ser grande fã da saga James Bond (por não gostar de um herói com demasiados benefícios: mulheres, carros, armas, roupas, viagens, alta tecnologia, etc, etc e tal) fiquei muito satisfeito com a nova linha de herói que se ri de lhe estarem a esmagar a sua arma mais letal: o barrote de carne. Sem ter o charme das outras versões bondianas, mas ainda assim com mulheres incríveis a cairem-lhe ao colo (vá-se lá perceber!), este novo espião inglês (sim, este inglês, porque toda a gente sabe que o verdadeiro inglês é loiro de olhos claros, basta vê-los no Verão tipo lagostas na praia) convenceu-me o suficiente para continuar a seguir com atenção as suas aventuras. Com um genérico muito fraquinho (onde é que estão as gajas?)  e uma música que não bate certo com nada (com um Robbie Williams desejoso de fazer outro Millenium, foram-me escolher o ranhoso do Chris não sei quantos), foi o único filme do 007 que vi com interesse e entusiasmo. Fiquei principalmente impressionado com a cena em que ele quase morre para salvar a vida à sua Vesper, apenas para ter mais uma oportunidade de lhe apalpar as mamas. MACHO!
Para quem também gostar de BD, fiquei com a nítida sensação que o novo James Bond é quase uma versão Ultimate do "agente secreto mais conhecido do mundo".

1 comentário:

LAD disse...

Esta semana não te deram espinhas, mas sim Whiskas!