Sem base científica, mas com base em experiência empírica e em diversas leituras provenientes das mais diversas fontes, é mais ou menos seguro afirmar que os filmes eróticos estão para as mulheres como os filmes pornográficos estão para os homens.
No curso que frequentei sobre Sexualidade, referiu-se muitas vezes que os estudos laboratoriais acerca da resposta sexual humana eram feitos a partir do visionamento de filmes. “Mas que tipo de filmes?”, questionei numa das aulas. “Suponho que pornográficos”, respondeu-me o orador, urologista extraordinaire. “Mas se está provado que as mulheres não têm a mesma reacção aos filmes pornográficos que os homens (sendo a estimulação visual mais eficaz nos machos), como se pode comparar as reacções fisiológicas de ambos os sexos, já que a fonte difere?”, retorqui. “Por isso é que a informação que temos actualmente sobre a sexualidade humana é tão incipiente. Ainda há muito por descobrir e confirmar. E um dos maiores enigmas continua a ser a sexualidade feminina, porque depende muito da parte psicológica. Aliás, grande parte das disfunções sexuais das mulheres, que as impedem de ter prazer e que muitas vezes condicionam as suas relações, são sobretudo psicológicas, nem sequer chegam a ser fisiológicas, mas que afectam a sua resposta a nível físico, e isso torna-se difícil de resolver”, respondeu-me o homem clínico. Ou seja, enquanto o homem valoriza sobretudo a acção, a mulher valoriza o “contexto” da acção. Basta perguntar a um homem qual a sua maior fantasia e a resposta será algo do género “fazer um menáge à troi”, enquanto uma mulher responderá algo como “fazer sexo numa praia deserta”. Na visão feminina o contexto vale tanto ou mais que a acção. Daí a sua preferência pelos filmes de índole erótica e não pornográfica/explícita (apesar de ser sabido que existem mulheres – e homens – para todos os tipos de gostos. É isso, aliás, que torna a sexualidade tão difícil de estudar e rotular. Refiro-me apenas num contexto generalizante...).
Esta questão surgiu-me ao tentar encontrar um filme erótico que gostasse de partilhar com a minha gatinha. A maior parte dos filmes eróticos são os chamados “thrillers eróticos”, em que o sexo surge quase sempre entre golpadas sanguinárias e planos macabros. Salvo algumas excepções, nomeadamente alguns dos clássicos das décadas de 70/80, é complicado arranjar um filme erótico em não haja violência, sangue, morte e coisas ainda piores. Eu sei que a intenção é estimular todos os sentidos, e que o medo contribui (e muito) para o aceleramento cardíaco e respectiva excitação física e mental. É essa a intenção, mas nem sempre é esse o resultado. O último caso foi o filme “Sexo e Lúcia”. Indescritível.
Por isso, ando a ver se encontro filmes que se concentrem no erotismo enquanto forma de arte e prazer (sem ser o sexo enlatado da playboy e afins).
Vai daí, comprei este livro:
Primeira impressão: é pesado.
2 comentários:
sorte a da tua gatinha :)
não é todos os dias que aparece um homem preocupado em dar prazer a uma mulher e (pelo que parece) está realmente interessado em fazê-lo.
dps partilha os nomes dos filmes éróticos ;) (eu cá dispenso o porno)
espero que tenhas comprado versão em inglês pois as traduções para a nossa língua desta série da Taschen (filmes, realizadores, etc ) é pior que má...
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