segunda-feira, julho 24, 2006

Operações plásticas: Essa coisa fantástica... para eu cagar em cima!

Antes:













Depois:


















"Era aquele sinal preto no nariz, pá. Aquilo chateava-me à brava. O pior é que agora o problema não é só um sinal, é a cara toda!"

Eu sei que o principal problema das reportagens de investigação é que, muitas vezes, a postura isenta do jornalista se começa a desfazer a partir do momento em que os intervenientes da própria reportagem começam a dizer coisas que mais parecem saídas de um conto de terror. Os exemplos mais mediáticos deste tipo de reportagens são os célebres documentários do Michael Moore "Bowling for Columbine" e "Fahrenheit 9/11". É certo que a montagem final e o tipo de realização está muito dependente da visão do jornalista, mas há coisas que não se podem mudar (e que no caso do George W. Bush não necessitam ser mudadas) e que são as coisas que os intervenientes dizem.
No entanto, não é sobre os filmes do Michael Moore que desejo falar aqui, mas sim sobre a reportagem que ontem deu no Jornal da Noite da Sic sobre as operações plásticas feitas a adolescentes. Pergunta tipo Sexo e a Cidade: "Será que as adolescentes do novo século estão a crescer tão depressa que atingem a estupidez idosa mesmo antes de atingirem a maturidade adulta?" Pergunto isto porque os meus pêlos CAEM, de tão eriçados que ficam, quando oiço uma menina de 15 anos dizer: "Estou a pensar fazer uma operação plástica porque a minha irmã, que tem menos 3 anos que eu, tem as mamas maiores que as minhas." Claro, é um racioncíno lógico. Assim, quando esta menina tiver as mamas maiores que a irmã mais nova, também pode ter um namorado com uma pila maior para furar até magoar, com mãos maiores para a espremerem bem, e com um cérebro muito mais pequeno, já que engraçou com ela por ela ter as mamas de plástico maiores que as mamas naturais da irmã mais nova. E claro que esta menina vai ser muito feliz, porque o namorado vai-lhe dizer "Que belas mamas que tu tens" até os sacos de silicone lhe darem pelos joelhos ou até ele, já velho e farto de ver as mamas sempre iguais, dizer antes de apagar a luz: "Importas-te de tirar as mamas durante a noite. Não consigo dormir com o barulho da água." Isto, claro, se ela conseguir manter uma relação duradoura com base nas suas mamas (uma base muito escorregadia, diga-se de passagem). Mas o pior é que esta menina que, na reportagem, teve o cuidado de esconder a cara mas não de esconder a voz (logo aí, um sinal de clara esperteza), não é só uma menina, é o retrato de muitas meninas que julgam que as mulheres se fazem pelas mamas. Uma palavra para vocês, meninas: A minha gata tem seis mamas e não foi por nenhuma delas que me apaixonei, foi pela gata completa.
Aproveitem o que a natureza vos dá, meninas. As maminhas são o que a mulher tem de mais precioso, o que a distingue dos homens. Mais até do que a vagina. Uma vagina e umas mamas de silicone qualquer transsexual pode ter. Maminhas só as meninas.
...
Mas ainda não acabou. Porque depois da menina, veio o doutor. Aliás, vários. Confesso que não vi a reportagem toda (este tema, para mim, tem muito pouco que se lhe diga), mas ficou-me na memória uma sequência de testemunhos que esclareceram muitas das questões que tinha em relação às pessoas que fazem este tipo de cirurgia a seres inconscientes (leia-se, adolescentes). Primeiro, um médico com ar muito respeitável, esclareceu que não exercia aquele tipo de intervenções a menores, exactamente porque o corpo nestas idades ainda está em formação, podendo haver mal-formações a médio prazo. Argumento esclarecedor, até para adolescentes. Mas, logo a seguir, surge outro médico, às voltas com a meia-idade, com uma touca cheia de cores, muito alternativo (apreciador de adolescentes?) que diz fazer operações plásticas a adolescente, desde que tenham a aprovação dos pais.
Termino, então, com mais uma pergunta tipo "Sexo e a Cidade": Será que os pais das adolescentes do novo século são capazes de resistir a um doutor com um barrete cheio de cores florescentes, ou serão também eles adolescentes à espera de umas mamas novas?

2 comentários:

Anónimo disse...

es ridiculo...cada um e livre de fazer do seu corpo o que quiser...emfim....

Anónimo disse...

O mais triste é pensar nas pessoas que precisam msmo de uma operação plástica dado um acidente que as possa ter desfigurado e não terem dinheiro para o poderem fazer...

...enquanto que pessoas mimadas e de pouco valor, se preocupam em gastar uma pipa de massa para ficarem mais bonitas, não dando valor ao que são verdadeiramente.

Ao fim ao cabo, torna-se numa máscara...