quarta-feira, janeiro 10, 2007

Granda geek!


Peguei em dois primos emprestados (com idades sub7 enganadas), num amigo casado com a sua eterna namorada e lá fomos nós para o Museu da Electricidade. Grandas geeks! Um bilhete valia ambas as exposições. Só pelo exterior do monumento, já valia a pena. Pagámos com um sorriso nos lábios. Grandas geeks!
Entrámos e fomos recebidos por uma alienígena vestida de licra que nos brindou com um folheto. Brindámos. A galáxia era distante mas logo ali ao lado vimos uma nave aterrada. Apeteceu-me pilotar em direcção às estrelas. Prosseguímos. Os miúdos, emocionados, queriam era percorrer o labirinto da grande central eléctrica. Os graúdos estavam perdidos noutros labirintos, na luz das estrelas.
Começando pelas criações mais recentes, revelavam-se truques atrás de truques. Ideias simples, para serem transformadas (pós-produção) pela tecnologia informática. Uma bancada com milhares de espectadores... perdão... cotonetes pintadas libertou os primeiros suspiros de espanto. Os miúdos, claro, nem ligaram.
Mais à frente, outra nave em tamanho real parecia mesmo saída de uma guerra. Nova paragem para apreciar pormenores. Os miúdos puxavam-nos as camisolas para nos despacharmos. Para eles aquilo era apenas uma lata velha sem interesse. Lá fomos puxando. Subimos escadas, descemos escadas, passámos dentro da ex-fornalha da fábrica (semelhante às cavernas de um qualquer planeta do Império), vimos storyboards, designs, roupas, armaduras, armas, monstros, naves e cidades em miniatura. Todos os componentes necessários para tornar real uma galáxia de sonhos. As crianças corriam, batiam nas vitrines "Olha... quem é este?", "O que é isto?", "E etc...". Eu, um destes dias, hei-de amarrá-los a um sofá para fazermos uma maratona de sabres de luz...
Na melhor parte da exposição, a meu ver, estavam os engenhosos e velhinhos bonecos dos primeiros filmes... últimos filmes... primeiros... que foram feitos primeiro mas são os últimos... Granda geek! Lá estavam o fantoche do Master Yoda, o C-3PO, o R2-D2, o Han Solo na sua prisão de carbono, a recriação (húmida!) do pântano onde a nave do Luke caiu e, finalmente, já quase no fim da exposição, o imponente Darth Vader, antecipado audivelmente pela sua respiração, que ecoava em cada recanto sombrio da enorme instalação eléctrica. Parámos por momentos em admiração. Geeks de nível superior. Continuámos sem trocar uma palavra. À saída, ainda passámos pelo simpático Chewbacca, que nos faz voltar a sentir muito pequeninos. Os miúdos, esses, só queriam ir fazer experiências com electricidade e ir para casa jogar computador.
Observações: 1-Tive pena de não haver animação naquele dia. Sem os imperial troopers, vaders ou jedis à vista, os miúdos perderam rapidamente o interesse pelos manequins e modelos imóveis. 2-A apresentação de filmes sobre os bastidores das gravações e sobre a transformação daqueles modelos artesanais em paisagens ou personagens de dimensões irreais, foi uma mais valia deveras interessante, assim como os textos que refutavam quase por completo as ideias transmitidas pelos filmes (interessante subversão do tema). 3-Nunca fui grande fã da Guerra das Estrelas, mas tenho orgulho em ser um gato de típica formação geek! Viva a república!

1 comentário:

Mike disse...

GEEKALHOIDE COM MUITO GOSTO!
Quando lá fui(possivelmente por ser no primeiro fim-de-semana em que a exposição abriu ao público), fomos recebidos por dois storm troopers, e à saída por um imponente Bobba Fett. Vibrei com todo o material sobre os episódios IV, V e VI, mas acho que os figurinos ao vivo só por si valiam a visita. O cenário de maquinaria pesada foi muito bem escolhido para a realização da exposição.
Só posso dizer que o meu sobrinho que vai agora fazer 5 anos, cada vez que vem cá a casa pede-me para pôr o filme dos "polícias das espadas"! Lá vou eu desencaminhar mais um.