segunda-feira, janeiro 05, 2009

Last year...


Mais do que um bom ano, tive uma boa passagem de ano. Aliás, tive duas. O fuso horário permitia essa excentricidade.
Com neve lá fora e um calor tropical lá dentro, houve saltos de cadeira em pé-coxinho, fogo de artifício artesanal, beijos confiscados, abraços apertados e sentimentos em avalanche. Tudo isto numa só noite, a noite mais longa.
Fora isso, muita cerveja (só para mim, danke shön!), almoços à noite, caminhos alternativos (com a Fräulein Fófinha a comandar a “Daimler” Vito), paisagens de sonho, subidas e descidas (umas a pé, outras em transporte periclitante), cabeças nas nuvens (ou por cima delas), pés entalados em trenós, estômagos às voltas na cama, discotecas coloridas sem ninguém, pequenos-almoços dignos de reis, um restaurante tão perto e ao mesmo tempo tão longe, um calendário para cada dia do ano, um médico bávaro (única prescrição: “a little drink”), a sua mulher (a cada beijo, uma cabeçada), um verdadeiro “pirrrata”, uma boneca com taquicardia, a música no coração com as notas todas, a mãe do Mozart, um cemitério com vultos, uma festa extremamente bem acompanhada, a visita guiada a uma cidade falsificada, a arquitectura futurista numa cidade antiga, a cabana do José Cid (junto à neve, em vez da praia), os deuses a caminhar sobre as águas do lago, as salsichas mais antigas da Alemanha, o Palais D’Amour encerrado para descanso do pessoal, o spot 69 para um instrumento de nove lugares, a cama partida por falta de uso, os rabos e os narizes gelados das mulheres, os programas da TV alemã com tradução simultânea, o sono que não chegava, o coro a roncar e a neve... sempre a neve, lá fora, à nossa espera.

Bom ano feliz!

2 comentários:

Estrelinha... disse...

Apesar de muitas... Poucas palavras para tanta emoção junta.

El Felino disse...

Apenas fagulhas para atear a chama da memória...