segunda-feira, março 02, 2009

Sexual (r)evolution...


Normalmente não gosto de postar coisas sem fazer a minha própria leitura, mas desta vez fiquei sem palavras...

Retirado integralmente daqui:

"Uma notícia da globo: Muito se fala da emancipação do sexo, em relação ao amor, mas pode o amor tornar-se independente do sexo? O debate vem à tona enquanto emerge o movimento "assexual" como "quarta orientação sexual" e muitos casais preservam o núcleo romântico e buscam a sexualidade fora dele.
"Não tem nada a ver com a promiscuidade. Simplesmente, há cada vez mais gente que aceita que é muito difícil encontrar todos os estímulos em uma só pessoa", explica à Agência Efe Anthony Bogaert, professor do Departamento de Psicologia da Universidade de Brock, em Ottawa, no Canadá e especialista em sexualidade.
O amor aspira actualmente a sobreviver a este "divórcio", apesar dos esquemas tradicionais. "Ainda são pessoas sexuais, mas perderam o apego sexual ao seu companheiro, embora não o romântico", especifica, às vésperas do dia de São Valentim (dia dos namorados nos Estados Unidos e em países da Europa).
"O amor e o sexo estão geralmente separados. Os casais que mais se amam, os que se conheceram aos 12 anos, foram ao colégio e à universidade juntos e depois se casaram, não são os que mais gozam", afirma à Efe Miguel Oscar Menassa, diretor do Grupo Zero de Poesia e Psicanálise. Ele acrescenta: "Muitas mulheres têm seu primeiro orgasmo fora do casal. Depois, gozam com o companheiro, mas primeiro, para ter uma boa sexualidade é preciso aprender a não respeitar demais o objecto sexual". Mesmo assim, "o ideal continua sendo poder conjugar que aquilo que eu amo também é aquilo que eu desejo", mas isso "ocorre muito poucas vezes" e, nesses casos, também pode ter uma duração restrita, diz Menassa.
"As consultas estão cheias de casais de apaixonados que não conseguem ter relações. Eles se transformam em impotentes e elas, em frígidas", explica Menassa.
Além dos caminhos divergentes que o amor toma em relação ao sexo, começa a ganhar força um grupo que se reivindica como a quarta orientação sexual: os assexuais. Para a visão psicanalítica de Menassa, isso não existe. "Separamos a sexualidade da 'genitalidade'. A sexualidade é muitas coisas na actividade humana e uma função vital imprescindível", rebate. No entanto, Bogaert, em seus estudos, avalia que, enquanto muita gente "não quer sexo pela relação afectiva", também existem outras pessoas "que simplesmente não têm interesse nem atracção pelo sexo". Os assexuais, segundo os analistas, formam entre 1% e 3% da população, nos quais muitos incluem figuras célebres como Salvador Dalí, Frédéric Chopin e Isabel I da Inglaterra. "É muito difícil para o assexual encontrar um companheiro, e uma indubitável fonte de stress", reconhece Bogaert.
Assim nasceu o Platonic Partners (www.platonicpartners.co.uk), um site de contatos para encontros amorosos libertados do -para seus adeptos- "jugo" do sexo.
Ou, para entender o fenómeno mais amplamente ou "se juntar" a ele, nasce a Assexual Visibility and Education Network (www.asexuality.org) -existe ainda um site dedicado ao assunto em português (http://www.assexualidade.com.br)."

2 comentários:

Alexandr3 disse...

Não concordo de todo com isto..
Pelo menos eu..
Nunca tive tanto prazer sexual com um one-night-stand com tenho com a minha namorada, com quem partilho muito mais que uma vida sexual...

Há muitas formas de viver a vida sexual e talvez o problema sexual de alguns casais seja outro que não a simples resignação de "temos mais prazer com outras pessoas"...

El Felino disse...

Aqui não se trata de concordâncias. Trata-se da apresentação de uma nova ideia. Mais uma, entre muitas. As concepções sexuais nunca devem ser generalizadas. Só por haver uma nova tendência/ideia/conceito não quer dizer que toda a gente venha a seguí-la. Cada um deve viver segundo a sua própria vontade mas respeitar a dos outros, da mesma forma que se respeitam as várias correntes morais, filosóficas, políticas e religiosas. O que me surpreendeu foi o assumir desta "quarta sexualidade" de uma forma tão honesta. Esta é uma questão com que muitos casais se deparam, principalmente numa era em que as relações são cada vez mais voláteis e permeáveis a influências exteriores. Esta é mesmo uma prova de que a sociedade/o ser humano está cada vez mais a perder o medo de quebrar tabus e dogmas sobre si mesma. E a (r)evolução sexual é uma das mais produndas alterações que uma sociedade pode ter. Se nos anos 60 era a liberdade sexual, o novo milénio está a trazer o associativismo sexual. As pessoas estão a juntar-se para defenderem as suas ideias. Por um lado há o perigo de se criarem nichos, mas por outro lado há o benefício das pessoas deixarem de se sentir isoladas e perdidas só por terem ideias diferentes. Eu digo: Viva lá (r)evolution sexual!