segunda-feira, março 30, 2009

Yes, she can!


É sempre de saudar quando Portugal consegue ser maior que as grandes corporações internacionais, que os magnânimes franchisings monopolizantes e semelhantes coisas grandes e assustadoras...
Em primeiro, o atraso. Quando toda a gente pensava que a prestigiosa marca Playboy chegava cá e era festas e glamour e lançamentos nos dias planeados e coisas bonitas, vem o gene Tuga e... arrebimba o malho! “Ah, seria tão bom lançar a revista numa “casual friday”, aquele dia da semana em que as pessoas ainda estão a trabalhar mas em que já se sente o calorzinho do fim-de-semana e por isso, uma novidade deste calibre, comprada numa hora de almoço ou ao fim do dia para levar durante a merecida pausa de dois dias, seria tão bem recebida por todos, já para não falar na quantidade de posts em blogs (que, como toda a gente sabe, são escritos e lidos sobretudo durante a semana), destaques em jornais, notícias na televisão, etc, etc, etc...” – sonhou em voz alta Hugh Hefner numa conference call com os editores portugueses, com uma singela lágrima a escorrer-lhe pela face já marcada pelos anos de sexo, quer dizer, de vida, enquanto as suas 3/4/5/etc mulheres lhe faziam uma limpeza a seco ao roupão. Depois de um momento de silêncio e de caixas de kleenex a passar de mão em mão, os editores portugueses devem ter dito “Claro, Sr. Hefner, nunca deixaremos a sua obra-prima perder o brilho que sempre a distinguiu das demais. Nós veneramo-lo, Sr. Hefner!... Abençoe-nos com o seu mojo...” – rompendo consequentemente num aplauso eufórico acompanhado pela 9.ª sinfonia de Beethoven e de um strip integral de uma das estagiárias. Mas como o mundo não é perfeito (por muito silicone que lhe tentemos injectar) e Portugal ainda menos, lá saiu a pobre revista num sábado de manhã, quando já todos sabiam quem iria estar na capa e quando a maioria dos olhares só despertam depois da uma da tarde, sendo renegada para segundo plano por aqueles que optaram pela praia, família, viagens, retiros espirituais, o sossego do lar, o chinelo no pé, as bebedeiras, as ressacas e outras coisas bem mais interessante, como o sexo ao vivo e a cores.
Em segundo, a menina da capa. Há que admitir que ter uma afro-portuguesa na primeira capa da Playboy em Portugal tem quase a mesma relevância da eleição do primeiro presidente afro-americano. Mas neste caso a menina não chegou lá pelo mérito, pelos votos ou sequer pelo reconhecimento. É óbvio que se deveu a mais um caso de mão-de-obra barata, usando mais uma vez a lógica tipicamente Tuga, de ter mais por menos. Mónica quem? O que é que ela fez para estar na capa da primeira Playboy? Uma girls-band? Há quantos anos? Ah, mas pede menos 20 mil euros que as outras! Então está bem!... Como opção, assim de repente, não sei, surge-me uma das mulheres mais desejadas do país, alguém que se tornou uma sex-symbol na primeira vez que apareceu, que representa a beleza tipicamente portuguesa, que fez o filme mais visto de sempre em Portugal, que está para Portugal quase como a Marylin Monroe esteve para os E.U.A. e que tem (um pormenor de menor importância, tendo em conta o “requinte” dos homens que lêem a Playboy) seios naturais. Ah, Soraia...
Bem, mas a chegada da Playboy a Portugal deixa pelo menos uma curiosidade no ar. Como será que esta publicação vai sobreviver, com preços de publicidade astronómicos (acho que nunca tinha visto tantos anúncios da Bentley numa revista) e, principalmente, meninas recatadas e nada baratas? Quem irá ter a mesma “coragem” (palavras da própria) que a menina Mónica (olhem para o sorriso orgulhoso daquele marido!)? E, a grande questão, em que número irá figurar a Lili Caneças?
Finalmente, o melhor da revista: a sessão com as meninas do horseball! O que é natural é mesmo bom!

1 comentário:

Jo disse...

:) belo texto :)