quinta-feira, dezembro 28, 2006
sexta-feira, dezembro 22, 2006
quinta-feira, dezembro 21, 2006
O Natal é fodido...
Desejo a todos os leitores assíduos deste blog, aos voyeurs casuais, aos que se enganaram a escrever "bulimia" no Google e vieram aqui parar, aos que souberam deste blog através de amigos e deixaram de ser amigos desses amigos por não terem gostado do que aqui se escreve, aos que concordam comigo, aos que discordam comigo, aos meus amigos, aos amigos dos meus amigos, às namoradas e amigas coloridas, às gajas boas, às gajas boas que também conseguem ser bonitas, às "meninas civilizadas", às que vão particiar amanhã no dia do ORGASMO PELA
PAZ (um belo gesto natalício), às que vão participar nem que seja sozinhas, aos casais já casados, aos casais por casar, aos homens que dão valor às mulheres que têm, aos homens que dão valor às mulheres que ainda não têm, aos que procuram, aos que fazem, aos que não fazem, aos que sonham, aos que criam, aos que queriam e, finalmente, a mim, um Natal genuinamente selvagem!
update: E um feliz Natal também para as "cotas"!
quarta-feira, dezembro 13, 2006
PORTUGAL DE... MIGUEL ESTEVES CARDOSO
De cabelos grisalhos, já muito afanado, com o mesmo tique da língua e feio como sempre, um dos escritores mais geniais e influentes da cultura portuguesa dissertou ontem na RTP 1 sobre Portugal. Foda-se, foi lindo. Numa conversa totalmente expontânea, conduzida por Rui Ramos, houve espaço para tudo. Da asneira mais rude à frase mais poética foi uma hora de constante
provocação analítica (ou análise provocadora) da realidade do país e do povo. No meio de risada incontrolável, consegui suster duas ideias: 1ª - Que todos os portugueses deviam ter um estrangeiro em casa para terem uma análise contínua e externa da realidade nacional, pois, segundo a mentalidade lusitana, só os estangeiros têm a capacidade de o fazer (mesmo os estrangeiros que só conhecem uma aldeia no interior da Escócia); 2ª (menos relacionado com a realidade portuguesa mas também) - Que o que as mulheres realmente querem se resume a
este simples poema de alguém-que-não-apanhei-o-nome:
"You'll go your way,
I'll go your way too."
segunda-feira, dezembro 11, 2006
quinta-feira, dezembro 07, 2006
A maior prova de Amor (2ª vez)
Depois de ter escrito um texto magnífico sobre a minha noite de Wrestling da passada terça-feira, fui rasteirado à entrada da grande área pelo blogger beta e perdi todas as palavras,
vírgulas e aforismos. Decepcionado com a minha própria falha tecnológica, não consegui
reescrever outro texto magnífico. Sendo assim, aqui fica um texto sobre o mesmo assunto
mas agora com toda a pojança da mediocridade (porque não consigo pensar noutra coisa para
escrever enquanto não tirar isto da cabeça...!).
Terça-feira fui ao Wrestling. Se fui na terça-feira é porque fui um dos fãs "harcore" que esgotou
o Pavilhão Atlântico no primeiro dia de venda dos bilhetes. Sou fã "harcore" de Wrestling
desde que me lembro de ter canais de satélite em casa. Antes da Tv Cabo e da Internet,
acompanhava o Wrestling através da Sky Sports, Eurosport, RTL, TNT e, posteriormente da
RTP 1 (com os comentários do António Macedo e do saudoso Tarzan Taborda). Com 12, 13 anos,
lendo assíduamente BD fantástica, os lutadores de Wrestling eram, aos meus olhos, super-heróis
de carne e osso. Porque o que me interessava eram as estórias da quais aquelas
personagens faziam parte. Não me interessava saber se eles realmente se aleijavam ou não
(era o mesmo que ir ao teatro e dizer: "Aquele actor que levou um tiro não morreu. Ele devia
morrer realmente para a peça ser mais credível!") , ou se eram genuinamente maus ou bons.
O que me interessava era a forma como todas aquelas personagens com "poderes" (os golpes
individuais que definiam as suas vitórias) se interlaçavam em narrativas de traição, vingança e
justiça. Sim, porque o sentimento de justiça estava sempre presente, nem que fosse pelo
simples facto de todas as situações, por mais complexas que fossem, serem resolvidas num ringue segundo determinadas regras. Eles eram heróis, não só porque conseguiam muitas vezes
superar condições extremamente desfavoráveis, mas porque o seu carisma crescia a cada luta,
a cada queda, a cada gota de sangue e suor, a cada derrota e a cada vitória. Recordo também
que antes dos lutadores adoptarem nomes próprios (como agora é recorrente) usavam
alter-egos que ainda os fazia parecer mais personagens saídas dos livros de fantasia do que pessoas reais (Ultimate Warrior, Srg. Slaughter, British Bulldog, Hitman, Mr. Perfect,
The Giant, etc).
No entanto, na terça-feira pude constactar, finalmente ao vivo, que eles são reais. E que
praticam um desporto (sim, desporto!, se considerarem desporto um exercício que implica uma
determinada condição física, psicológica e atlética) que puxa muito pelo esqueleto. Obviamente que ao vivo tudo perde um pouco do encanto, a análise dos golpes é mais fria, reparamos nas expressões, nas palavras, nas falhas, nos exageros. Mas será que quando vamos ao circo vamos
para ver os fios que seguram os equilibristas ou vamos ver o espectáculo que eles proporcionam com as suas manobras arriscadas?
Confesso que estive durante todo o espectáculo com um tremor inerente ao estômago (afinal, o meu ponto fraco!) tal era o nervosismo de estar perante tais estrelas. A presença daquelas
figuras de estilo na minha realidade impediu que me soltasse o suficiente para aproveitar em pleno aquele momento. Não levei cartazes, não comprei merchandising, aplaudi pouco e gritei menos. Tudo porque estava feliz.
E agora chega o momento de explicar a razão do título deste post.
Na terça-feira fui ao Wrestling com a minha namorada. Menina delicada, nada dada a este tipo de confusões testoesterónicas, aceitou o meu convite e sentou-se ao meu lado para ver algo que nunca tinha visto na vida (nem na televisão!). Desconhecia aquele mundo por completo mas aceitou entrar nele por mim. Foi sem dúvida a maior prova de Amor que me deram na vida (não sei se vos parecerá estranho, mas eu cá sei da minha vida...). E como se não bastasse a sua companhia e o seu sorriso, ainda conseguiu fazer com que o tal tremor que me atacava o estômago se desvanecesse e gritou comigo, aplaudiu, assobiou, riu muito... Foi bom.
Lição a reter: Os gostos não se descutem, partilham-se.
segunda-feira, novembro 27, 2006
Os pontos altos de uma semana em baixo...
5ª Feira
Sim, é ele!
Sem dúvida, o melhor concerto a que assisti na vida! Eu, que não sou fã de concertos grandes, tipo pavilhão atlântico, estádio nacional, com muita pirotecnia e palcos de 100 metros de altura, posso afirmar que, segundo os meus parâmetros, assisti na Aula Magna ao concerto perfeito. E de uma banda portuguesa. Foda-se, há que ter orgulho. O David Fonseca é um "granda cromo", no sentido em que é um músico extraordinário que toca tudo (até ferrinhos) com um à
vontade e um estilo invejável. Ele domina o palco e o cria uma empatia com o público que nos impele a pedir que ele nunca se canse e que o concerto nunca mais acabe. Foram duas horas e quarenta e cinco minutos com mais três encores de pura magia. E não foi só a música. Para além dos incríveis vídeos que acompanharam algumas das canções (principalmente naquela "Não afastes os teus olhos dos meus" - procurem no YouTube), houve momentos de
pura comédia estilo stand-up em que David Fonseca respondeu às três perguntas mais estúpidas que lhe estão constantemente a fazer. Inesquecíveis foram também as 10 versões
que ele fez ao piano e à guitarra de hits dos Anos 80, numa prova de esforço e talento
inspiradores, que pôs o público a cantar em uníssono, levando o artista à loucura.
Ainda assim, o meu private moment, foi poder voltar a ouvir a voz da Rita Pereira (que já acompanho desde os Atomic Bees) e presenciar a sua evolução enquanto extraodinária cantora e esbelta felina.
6ª Feira
Raios os partam!
Este filme é demasiado bom para ter um fim. Com isto quero dizer que Little Miss Sunshine é um filme que nos deixa ligados a uma família de personagens que são boas demais para as perdermos de vista. Enquanto a velha carrinha amarela se afasta, buzinando esquizofrenicamente pela autoestrada, com a família mais imprevisível e desconjuntada da história do cinema, ficamos com uma sensação estranha de que estamos a perder as melhores estórias e lições das nossas vidas e também das deles. À boa maneira de um Delicatessen, choramos a rir das maiores desgraças e sorrimos com lágrimas nos olhos das palavras mais bonitas e dos gestos mais grandiosos. Este é um feel good movie que mostra o que de mais monstruoso existe no mundo da perfeição, quer seja da perfeição física, da perfeição mental
ou da "perfeição" familiar. Só mesmo um acto de loucura pode salvar as almas perdidas, e é exactamente isso que estas almas perdidas fazem para que a alma mais nova não se perca também. Esqueçam o título em português. Depois de verem o filme, é a frase Little Miss Sunshine que vos fará recordar a beleza de uma estória que de bela não tem nada.
Sábado
À tarde
Será que esta exposição existe?
À tarde fui ao CCB ver a exposição Fantasmas do artista contemporâneo Nuno Cera. Confesso que nunca tinha ouvido falar do indivíduo mas a imagem do cartaz (em cima) espicaçou a minha curiosidade num dia de chuva. No entanto, quando acabei a minha visita, confesso que me senti um pouco decepcionado. Apesar de bem montada, com um ambiente muito negro e um tecto baixo a fazer lembrar umas catacumbas, a exposição revelou-se de muito pouco interesse.
Pareceu-me mais uma tentativa do artista mostrar que o que ele quer mesmo ser é realizador
de cinema experimental (com muito pouca imaginação e fraca qualidade técnica) do
que propriamente artista de exposições. Desde logo, quando entrei na sala, achei curioso
estar alguém a explicar a temática e as obras aos visitantes sem ser o próprio artista (estando o artista ao lado, miúdo novo, coçando a barba com ar pensativo(?)). Acho que isso é que
é ser um verdadeiro artista: eu faço, tu explicas. Nível! Quando a explicação acabou (a visita
guiada com hora marcada estava já no fim) ninguém tinha dúvidas (pois claro!) e foi-se tudo embora sem voltar a olhar para trás.
Comecei, então, eu a minha vistita solitária. Vi fotos e filmes que mais pareciam fantasmas de fotografias e filmes. No final, o filme que dá a imagem ao cartaz (outra vez, em cima) parecia prometer (era o único com presença humana) mas saiu-me o tiro pela culatra quando vi que a menina fantasma tinha, de repente, depois de 15 minutos a vagear por uma casa abandonada, uma travadinha e começava a sangrar sem porquês nem consequências. É a arte contemporânea. Daqui a uns vinte anos volto lá para ver se aquilo já me diz alguma coisa. Tá giro.
À noite
Nervoso miudinha!
Desculpem voltar a dizer isto mas: Foda-se! Confesso que fui apanhado de surpresa por este filme. Fui alugar o DVD porque já tinha visto o cartaz e o trailer quando passou pelos cinemas
undergrounds portugueses mas, como nos extras valorizam e é bem verdade, o trailer (e, já
agora, o cartaz) deixa mais perguntas do que respostas. Aconselho que vejam este filme
se querem ver algo que foge às regras, que amplifica as emoções e que não vos vende gato por
lebre. Este é um filme rijo, feito por pessoas de grande talento e visão, que não tiveram medo de
meter o dedo na ferida da maneira mais fria possível. Vejam o filme e vejam os extras.
Não posso dizer mais nada. Quero que sejam tão surpreendidos como eu fui.
Domingo
Duro, mas duro!
Sem ser grande fã da saga James Bond (por não gostar de um herói com demasiados benefícios: mulheres, carros, armas, roupas, viagens, alta tecnologia, etc, etc e tal) fiquei muito satisfeito com a nova linha de herói que se ri de lhe estarem a esmagar a sua arma mais letal: o barrote de carne. Sem ter o charme das outras versões bondianas, mas ainda assim com mulheres incríveis a cairem-lhe ao colo (vá-se lá perceber!), este novo espião inglês (sim, este inglês, porque toda a gente sabe que o verdadeiro inglês é loiro de olhos claros, basta vê-los no Verão tipo lagostas na praia) convenceu-me o suficiente para continuar a seguir com atenção as suas aventuras. Com um genérico muito fraquinho (onde é que estão as gajas?) e uma música que não bate certo com nada (com um Robbie Williams desejoso de fazer outro Millenium, foram-me escolher o ranhoso do Chris não sei quantos), foi o único filme do 007 que vi com interesse e entusiasmo. Fiquei principalmente impressionado com a cena em que ele quase morre para salvar a vida à sua Vesper, apenas para ter mais uma oportunidade de lhe apalpar as mamas. MACHO!
Para quem também gostar de BD, fiquei com a nítida sensação que o novo James Bond é quase uma versão Ultimate do "agente secreto mais conhecido do mundo".
Sim, é ele!
Sem dúvida, o melhor concerto a que assisti na vida! Eu, que não sou fã de concertos grandes, tipo pavilhão atlântico, estádio nacional, com muita pirotecnia e palcos de 100 metros de altura, posso afirmar que, segundo os meus parâmetros, assisti na Aula Magna ao concerto perfeito. E de uma banda portuguesa. Foda-se, há que ter orgulho. O David Fonseca é um "granda cromo", no sentido em que é um músico extraordinário que toca tudo (até ferrinhos) com um à
vontade e um estilo invejável. Ele domina o palco e o cria uma empatia com o público que nos impele a pedir que ele nunca se canse e que o concerto nunca mais acabe. Foram duas horas e quarenta e cinco minutos com mais três encores de pura magia. E não foi só a música. Para além dos incríveis vídeos que acompanharam algumas das canções (principalmente naquela "Não afastes os teus olhos dos meus" - procurem no YouTube), houve momentos de
pura comédia estilo stand-up em que David Fonseca respondeu às três perguntas mais estúpidas que lhe estão constantemente a fazer. Inesquecíveis foram também as 10 versões
que ele fez ao piano e à guitarra de hits dos Anos 80, numa prova de esforço e talento
inspiradores, que pôs o público a cantar em uníssono, levando o artista à loucura.
Ainda assim, o meu private moment, foi poder voltar a ouvir a voz da Rita Pereira (que já acompanho desde os Atomic Bees) e presenciar a sua evolução enquanto extraodinária cantora e esbelta felina.
6ª Feira
Raios os partam!
Este filme é demasiado bom para ter um fim. Com isto quero dizer que Little Miss Sunshine é um filme que nos deixa ligados a uma família de personagens que são boas demais para as perdermos de vista. Enquanto a velha carrinha amarela se afasta, buzinando esquizofrenicamente pela autoestrada, com a família mais imprevisível e desconjuntada da história do cinema, ficamos com uma sensação estranha de que estamos a perder as melhores estórias e lições das nossas vidas e também das deles. À boa maneira de um Delicatessen, choramos a rir das maiores desgraças e sorrimos com lágrimas nos olhos das palavras mais bonitas e dos gestos mais grandiosos. Este é um feel good movie que mostra o que de mais monstruoso existe no mundo da perfeição, quer seja da perfeição física, da perfeição mental
ou da "perfeição" familiar. Só mesmo um acto de loucura pode salvar as almas perdidas, e é exactamente isso que estas almas perdidas fazem para que a alma mais nova não se perca também. Esqueçam o título em português. Depois de verem o filme, é a frase Little Miss Sunshine que vos fará recordar a beleza de uma estória que de bela não tem nada.
Sábado
À tarde
Será que esta exposição existe?
À tarde fui ao CCB ver a exposição Fantasmas do artista contemporâneo Nuno Cera. Confesso que nunca tinha ouvido falar do indivíduo mas a imagem do cartaz (em cima) espicaçou a minha curiosidade num dia de chuva. No entanto, quando acabei a minha visita, confesso que me senti um pouco decepcionado. Apesar de bem montada, com um ambiente muito negro e um tecto baixo a fazer lembrar umas catacumbas, a exposição revelou-se de muito pouco interesse.
Pareceu-me mais uma tentativa do artista mostrar que o que ele quer mesmo ser é realizador
de cinema experimental (com muito pouca imaginação e fraca qualidade técnica) do
que propriamente artista de exposições. Desde logo, quando entrei na sala, achei curioso
estar alguém a explicar a temática e as obras aos visitantes sem ser o próprio artista (estando o artista ao lado, miúdo novo, coçando a barba com ar pensativo(?)). Acho que isso é que
é ser um verdadeiro artista: eu faço, tu explicas. Nível! Quando a explicação acabou (a visita
guiada com hora marcada estava já no fim) ninguém tinha dúvidas (pois claro!) e foi-se tudo embora sem voltar a olhar para trás.
Comecei, então, eu a minha vistita solitária. Vi fotos e filmes que mais pareciam fantasmas de fotografias e filmes. No final, o filme que dá a imagem ao cartaz (outra vez, em cima) parecia prometer (era o único com presença humana) mas saiu-me o tiro pela culatra quando vi que a menina fantasma tinha, de repente, depois de 15 minutos a vagear por uma casa abandonada, uma travadinha e começava a sangrar sem porquês nem consequências. É a arte contemporânea. Daqui a uns vinte anos volto lá para ver se aquilo já me diz alguma coisa. Tá giro.
À noite
Nervoso miudinha!
Desculpem voltar a dizer isto mas: Foda-se! Confesso que fui apanhado de surpresa por este filme. Fui alugar o DVD porque já tinha visto o cartaz e o trailer quando passou pelos cinemas
undergrounds portugueses mas, como nos extras valorizam e é bem verdade, o trailer (e, já
agora, o cartaz) deixa mais perguntas do que respostas. Aconselho que vejam este filme
se querem ver algo que foge às regras, que amplifica as emoções e que não vos vende gato por
lebre. Este é um filme rijo, feito por pessoas de grande talento e visão, que não tiveram medo de
meter o dedo na ferida da maneira mais fria possível. Vejam o filme e vejam os extras.
Não posso dizer mais nada. Quero que sejam tão surpreendidos como eu fui.
Domingo
Duro, mas duro!
Sem ser grande fã da saga James Bond (por não gostar de um herói com demasiados benefícios: mulheres, carros, armas, roupas, viagens, alta tecnologia, etc, etc e tal) fiquei muito satisfeito com a nova linha de herói que se ri de lhe estarem a esmagar a sua arma mais letal: o barrote de carne. Sem ter o charme das outras versões bondianas, mas ainda assim com mulheres incríveis a cairem-lhe ao colo (vá-se lá perceber!), este novo espião inglês (sim, este inglês, porque toda a gente sabe que o verdadeiro inglês é loiro de olhos claros, basta vê-los no Verão tipo lagostas na praia) convenceu-me o suficiente para continuar a seguir com atenção as suas aventuras. Com um genérico muito fraquinho (onde é que estão as gajas?) e uma música que não bate certo com nada (com um Robbie Williams desejoso de fazer outro Millenium, foram-me escolher o ranhoso do Chris não sei quantos), foi o único filme do 007 que vi com interesse e entusiasmo. Fiquei principalmente impressionado com a cena em que ele quase morre para salvar a vida à sua Vesper, apenas para ter mais uma oportunidade de lhe apalpar as mamas. MACHO!
Para quem também gostar de BD, fiquei com a nítida sensação que o novo James Bond é quase uma versão Ultimate do "agente secreto mais conhecido do mundo".
segunda-feira, novembro 20, 2006
sexta-feira, novembro 17, 2006
Ser o modelo... ou ser um modelo?
Foda-se, Ana Carolina, foda-se!
Apesar da minha contínua frustração com a mentalidade sofredora das fêmeas (só grandes masoquistas tentam atingir uma "satisfação mental" através do vómito induzido, do amor pela dor - eu amo o meu marido mesmo que ele me bata -, e, não contentes com a realidade, gastam dinheiro e tempo a chorar baba e ranho com tragédias românticas, seja em livros, novelas ou
filmes), analiso esta notícia em particular, o impacto que ela pode ter numa sociedade
embrenhada em informação contraditória e contenho-me. É certo que este exemplo poderá
chocar muita gente, principalmente aquelas a que se destina: as adolescentes com a mania
da adolescência. No entanto, uma notícia destas pode ter um resultado proporcionalmente
inverso. Que pensarão as meninas agora? Oh, meu Deus, estou muito magra, é melhor
começar a comer! E cá vai disto que amanhã não há. Começam então os problemas de
obesidade. Mas esperem. Existem soluções para a obesidade que também implicam uma dose
elevada de dor. Perfeito, pensam elas. Vou comer tudo o que conseguir porque depois é só
enfiar uns tubos no estômago ou pôr uma banda gástrica e ir reciclando. Tudo isto com o auxílio
de umas operações plásticas ainda mais dolorosas, claro. Exercício físico? Alimentação equilibrada? Apreciar as qualidades do corpo em vez dos defeitos? Não! Isso só dá é prazer!
Como dizia ontem o José Rodrigues dos Santos sobre teoria do determinismo, numa conversa muito interessante no programa Prova Oral da Antena 3: "Pequenos actos têm sempre grandes consequências".
Os melhores?
Como afirma o meu caríssimo Salmão, "considerar-se um blogue o melhor é um terreno perigoso e subjectivo. Creio que um blogue é o espelho de uma personalidade. Se for feio ou bonito, lixo ou luxo, para todos ou só para alguns, um blogue é sempre um pedaço da alma de quem o mantém, requer sempre algum empenho, nem que seja mínimo. Considerar um blogue melhor ou pior em detrimento de outros é ferir um ego."
Assim sendo, a minha lista completa encontra-se do vosso lado direito.
Cheers!
segunda-feira, novembro 13, 2006
Para que servem as despedidas de solteiro?
Inverno. A noite chega cedo. Junta-se uma gataria de machos à porta de um health club qualquer para conferenciar enquanto se vêem umas gatinhas a passar. Trocam-se ideias e ideais para um fim de noite com gatas peladas com armas e varões assinalados. O gato enforcado não desconfia de nada. Estamos todos, vamos embora. Meia hora a abrir na auto-estrada do Sul e chegamos a Palmela por desvios bem escondidos. O kartódromo internacional estende-se à nossa frente com curvas e contra-curvas. Os pneus amontoados nas bermas estão mesmo a pedí-las. Aguardamos um atraso mal organizado e vamos à bola. Nos matrecos sou rei. À baliza. Acabam-se os trocos. Invícto. Os que ficaram no banco trincam umas sandochas com suminho. Quem vai guiar não bebe. Chega o chefe da casa, dá o briefing e manda os senhores para os bólides encharcados. Cú fresco, siga para a pista. Voltas de aquecimento sem nada a registar. Quinto lugar na grelha de partida. Pensava que tinha sido mais rápdio. Luz verde. Corta-relvas a fundo. Alguém ultrapassa alguém, alguém é ultrapassado. A corrida segue a todo o gasoil até que alguém faz um pião. Palmas. Mais umas voltas e alguém
decide subir uma ladeira. Gritos radicais. A corrida segue em grande estilo. Canto ópera em fortíssimo no interior da minha cúpula protectora. A poucas voltas do fim um dos gatos sente
as curvas no estômago e encosta às boxes. Pouco depois a corrida acaba. Enquanto o último
classificado vai cuspir a bola de pêlo às urtigas, aqui o felino finca as unhas na medalha de um honroso 6º lugar (um lugar que ninguém desconfia...) e sente alegria por ter, ao menos, dado luta. Saímos de uns carros e enfiamo-nos noutros. Troca-se a indumentária para ficarmos apresentáveis para a noite que se prevê húmida e seguimos por onde viemos. Mais meia hora e estamos de novo em Lisboa. Chegados ao restaurante com 1 hora de atraso, agarramo-nos ao marisco e ao tinto como gatos selvagens. Brindamos a tudo e a nada. A fome é muita. A alegria é enorme. O convívio é estridente. Duas garrafas depois da primeira, o marisco começa a ganhar vida nos estômagos ainda enrolados pelas curvas. O álcool sobe e desce. O marisco volta a nadar. A noite ainda vai a meio e a casa de banho já faz fila. Chegam os digestivos. Está tudo fino. As felinas agarradas aos varões começam a ficar desfocadas. Os felinos selvagens parecem gatinhos de colo. Cabeças apoiadas em mesas, paredes e ombros amigos. O marisco ressuscita e adquire novo lar em bacias e retretes. A noite acaba antes da hora. O futuro é uma névoa. A morada também. Chegamos a casa trazidos por almas caridosas. As camas parecem melhores que as gatas atletas. As namoradas agradecem.
quarta-feira, novembro 08, 2006
Maldito seja...
...se não for ver este filme...
... perdão, este filme!
Geralmente não me costumo interessar por algo que muita gente goste, que muita gente
conheça ou que muita gente aconselhe (quem me conhece sabe o quão difícil foi porem-me
a ler o Código DaVinci) , mas neste caso tenho de colocar o orgulho de lado e abraçar
exasperadamente a espectativa besteselling. Sendo um dos meus livros de eleição, com uma história diabolicamente cativante da primeira à última palavra, não deixa de ser curioso
que, através dos meandros da memória, me recorde dele devido a um aroma particular.
O primeira cópia que li de "O Perfume" era de uma amiga que o lera durante as férias
do Verão. Certo dia, foi deixado por ela à beira-mar, mesmo antes da maré começar a subir. Depois de inundado, o livro foi-me emprestado, conservando nas suas páginas o aroma a água salgada e a maresia. Por isso, sempre que me lembro d"O Perfume", lembro-me do cheiro a mar e a Verão. Mas serei eu capaz de matar por causa de um grão de areia?
... perdão, este filme!
Geralmente não me costumo interessar por algo que muita gente goste, que muita gente
conheça ou que muita gente aconselhe (quem me conhece sabe o quão difícil foi porem-me
a ler o Código DaVinci) , mas neste caso tenho de colocar o orgulho de lado e abraçar
exasperadamente a espectativa besteselling. Sendo um dos meus livros de eleição, com uma história diabolicamente cativante da primeira à última palavra, não deixa de ser curioso
que, através dos meandros da memória, me recorde dele devido a um aroma particular.
O primeira cópia que li de "O Perfume" era de uma amiga que o lera durante as férias
do Verão. Certo dia, foi deixado por ela à beira-mar, mesmo antes da maré começar a subir. Depois de inundado, o livro foi-me emprestado, conservando nas suas páginas o aroma a água salgada e a maresia. Por isso, sempre que me lembro d"O Perfume", lembro-me do cheiro a mar e a Verão. Mas serei eu capaz de matar por causa de um grão de areia?
quinta-feira, novembro 02, 2006
Ontem vi dois filmes...
A ironia...
do Destino.
Acerca de Marie Antoinette, achei que estava muito segura de si, jogou bem ao ataque sem
nunca descuidar a defesa e teve alguns momentos contemplativos que acabaram por não
culminar num final brilhante. O poder quase omnipresente da Luz ao longo dos noventa
minutos foi a tónica dominante, reservando os melhores momentos para descuidos fatídicos ou amadorismos de puro génio. Por sua vez, a direcção da equipa esteve a cargo de alguém que já deu provas que é bom(a) mas que nesta partida só foi salvo(a) pela superior qualidade dos artistas em campo.
Se não viram. Vão ver.
do Destino.
Acerca de Marie Antoinette, achei que estava muito segura de si, jogou bem ao ataque sem
nunca descuidar a defesa e teve alguns momentos contemplativos que acabaram por não
culminar num final brilhante. O poder quase omnipresente da Luz ao longo dos noventa
minutos foi a tónica dominante, reservando os melhores momentos para descuidos fatídicos ou amadorismos de puro génio. Por sua vez, a direcção da equipa esteve a cargo de alguém que já deu provas que é bom(a) mas que nesta partida só foi salvo(a) pela superior qualidade dos artistas em campo.
Se não viram. Vão ver.
terça-feira, outubro 31, 2006
terça-feira, outubro 24, 2006
segunda-feira, outubro 23, 2006
sexta-feira, outubro 06, 2006
Click!
Ontem chorei com uma comédia... e não foi só de me rir. Uma simples frase sobressaltou-me com questões que sustentam a minha própria existência: "Family first."
Não sou uma pessoa religiosa nem defendo a ideia de família enquanto santíssimo sacramento. Acredito que a ambição é um valor importante nos dias que correm. Acredito que há pessoas ambiciosas que fariam tudo, largavam tudo, para conseguir um cargo mais alto na empresa, a tal promoção, o aumentozinho e todos os restantes benefícios profissionais que não só significariam maior sucesso, mas também um maior ego, mais dinheiro e melhor qualidade de vida. Mas será mesmo assim? Como em várias ocasiões onde um silêncio incómodo se impõe,
recorro-me de uma célebre frase do mundo da banda-desenhada, neste caso do tio do Homem-Aranha: "With great power comes great responsability."
Num mundo em fast-forward, onde um ser-humano se dedica incondicionalmente ao seu
trabalho em detrimento da família, do lazer, do prazer, transformando-se numa máquina fria em piloto-automático, é muito fácil perder-se a noção das prioridades, dos pormenores, do carinho, das verdadeiras emoções. Eu não vivo para trabalhar e tenho raiva de quem vive. Trabalho para viver, se possível com melhores condições do que se não trabalhasse. Considero que obtive sucesso quando vejo o meu trabalho reconhecido, mas não trabalho para me reconhecerem. Prefiro surpreender do que corresponder às espectativas. Tenho o ego guardado para ser valorizado por quem me ama, não por quem me paga.
Mesmo se eu viver em fast-forward sei que o mundo vai demorar as mesmas 24 horas a rodar sobre si mesmo. Essa ligeireza basta-nos, a mim e ao mundo, para sermos felizes. Family first. Play.
segunda-feira, setembro 25, 2006
sexta-feira, setembro 22, 2006
Pontos eróticos de cada Signo
Eu sei que isto é coisa de gatas, mas estas descrições surgiram-me num mail e não resisiti em
partilhar convosco. Desculpem novamente o brasilês.
Nota: Não há muita concordância de opiniões acerca do meu signo. Nascido a 23 de Outubro ficarei para sempre no limbo entre a bondade de Balança e a voracidade de Escorpião. Ou então
guardarei comigo o segredo de ter um carácter composto por essas duas forças astrológicas. A todos os que partilham comigo esta ambivalência... boa sorte!
Carneiro (21/03 a 20/04)
Como o Careiro tem disposição de sobra para o sexo, procura uma pessoa que seja ardente e ousada. Para agradá-lo, o melhor é entrar no clima e realizar suas vontades e fantasias. Os pontos eróticos são a Cabeça e o Pescoço.
Lugares para Transar: adora locais ousados, que tornam o sexo mais emocionante, como elevadores ou locais públicos.
Touro (21/04 a 20/05)
Ele é um expert em preliminares e costuma levar o seu parceiro(a) ao delírio com beijos ardentes. Para este signo, o sexo tem de acontecer naturalmente. Além disso, tem preocupação em oferecer prazer. Seus pontos eróticos são os Ombros e o Pescoço.
Lugares para Transar: Os luxuosos e requintados são os que mais fazem a cabeça deste signo.
Gémeos (21/05 a 20/06)
Criativo, o geminiano adora um clima exótico na hora de transar. Monotonia passa longe deste signo e cada dia precisa ter um sabor diferente do outro, odeia rotina no sexo. Pontos eróticos: Mãos e Braços.
Lugares para Transar: Para Gêmeos, os locais pouco convencionais, como uma praia deserta e o campo, são os melhores.
Caranguejo (21/06 a 22/07)
Este é super atencioso e costuma cobrir seu parceiro(a) de carinhos na hora do sexo. Não curte transar só por atracção física, precisa ter algum sentimento pela pessoa. O Peito e as Axilas são seus pontos eróticos.
Lugares para transar: Curte locais seguros convencionais, mas às vezes, topa se arriscar às margens de uma lagoa.
Leão (23/07 a 22/08)
Para o Leonino, a sintonia sexual é muito importante. Tem vigor e disposição e, se está com uma pessoa que acompanhe o seu pique, pega fogo na cama. Para ele é muito importante se entregar totalmente e explorar as fantasias. Os seus pontos eróticos são as Costas, os Olhos e os Órgãos genitais.
Lugares para Transar: Não costuma se importar muito com isso, mas a preferência é por locais exóticos.
Virgem (23/08 a 22/09)
O Virginiano gosta de fazer sexo sem pressa, deixando as coisas acontecerem. É muito vaidoso e se mostra sempre preocupado com o conforto do parceiro(a). O único problema é a timidez na cama. Seus pontos eróticos são o Umbigo e a Virilha.
Lugares para Transar: prefere locais limpos e organizados para ter prazer. Um banho a dois pode ser ideal.
Balança (23/09 a 22/10)
Este é muito mais preocupado com a qualidade do que com a quantidade. As preliminares são fundamentais e não dispensa carinhos e palavras suaves. As Nádegas e a região Lombar são os pontos eróticos.
Lugares para Transar: Um jantar à luz de velas, com música lenta de fundo podem dar origem a uma grande noite de amor.
Escorpião (23/10 a 21/11)
Muito atraente, este signo é sensual e ardente na hora H. É sempre um vulcão prestes a explodir de prazer. Se quiser deixa-lo louco, abuse dos carinhos na Nuca e Órgãos Genitais, pois são seus pontos eróticos.
Lugares para Transar: Locais proibidos e misteriosos fazem sua cabeça na hora da transa. Elevadores e Prédios abandonados deixam seus desejos à flor da pele.
Sagitário (22/11 a 21/12)
A regra na transa para este signo é: pura adrenalina sempre. Um dia não pode ser igual ao outro, aventura e emoção fazem parte de todos os sectores da vida dele. Coxas, Pernas e Quadris são seus pontos eróticos.
Lugares para Transar: Uma praia, a cobertura de um prédio ou um campo são os locais ideais para liberar seus desejos.
Capricórnio (22/12 a 20/01)
Adora tomar a iniciativa e costuma cobrir a pessoa amada de carinhos e atenção. Não é muito chegado a inovações e idéias exóticas na hora do sexo, mas sua sensualidade chega a surpreender em certos momentos. Seus pontos eróticos são: Boca, Joelhos, e Costas.
Lugares para Transar: Prefere locais reservados, como a sua própria casa ou um motel bem discreto.
Aquário (21/01 a 19/02)
Nos momentos de intimidade, o Aquariano coloca para fora as mais estranhas fantasias sexuais. A sintonia mental e espiritual é importante para este signo, que tem como seus pontos eróticos os Pés, os Tornozelos e as Pernas.
Lugares para Transar: É imprevisível na hora de escolher um local para fazer amor, o importante para o aquariano é curtir as mais diferentes sensações.
Peixes (20/02 a 20/03)
Ele é puro carinho na hora da transa dar e receber muitos cafunés e palavras doces. É um óptimo amante e deixa o seu parceiro (a) nas nuvens. Seus desejos são estimulados pela energia incrível que possui. Não gosta de rotina e os Pés e as Costas são seus pontos eróticos mais sensíveis.
Lugares para Transar: Para ele um quarto decorado com toques místicos pode ser o ideal para curtir o prazer.
terça-feira, setembro 19, 2006
Porque nos enGATAmos?...
Realmente a zoologia tem um certo encanto:
Desmond Morris é um zoólogo que estuda o primata Homo Sapiens como apenas mais uma espécie animal. Essa é a premissa do seu livro "A Mulher Nua - Um Estudo do Corpo Feminino”.
Este autor é famoso pelo best-seller “O Macaco Nu”, em que faz uma análise zoológica do animal humano - atribuindo o sucesso de nossa espécie a um processo evolucionário chamado neotenia, ou seja, à manutenção de características infantis na idade adulta. Diferentes dos outros animais, os humanos não param de brincar depois de crescerem. Diz ele que arte, pesquisa, música e poesia são brincadeiras adultas. Faz tudo parte da nossa curiosidade e capacidade de inventar.
A neotenia manifesta-se de formas diferentes no homem e na mulher. O homem é mais infantil no comportamento (arrisca mais na brincadeira, gosta da competição), a mulher incorpora mais características de criança ao corpo adulto. Segundo Morris, a fêmea seria anatomicamente até mais evoluída que o macho:
“A vantagem de ter um corpo de criança é clara. A evolução programou o macho para defender a prole - e, no mundo primitivo, a mulher infantilizada também era protegida. Daí ela ter conseguido preservar a voz aguda, o rosto imberbe e as formas curvilíneas.”
Depois temos estas deliciosas assumpções (desculpem o brasilês):
CABELOS - Quanto mais finos os cabelos, mais femininos. Segundo Morris, a cabeleira delicada das mulheres é uma das reminiscências infantis que atraem os homens. Loiras têm os fios mais finos, seguidas pelas morenas e, por último, as ruivas. "Nesse sentido, as loiras são mais femininas", escreve o zoólogo, também responsável pelo negrito no verbo. Aí estaria a raiz da preferência masculina pelas platinadas - e do costume feminino de clarear os cabelos. A tintura não deixa os fios mais delgados, mas o efeito visual é o mesmo. E, no caso, parecer mais feminina já basta.
BOCHECHAS - A ausência de barba é um dos sinais mais visíveis da distinção de gênero entre humanos. Se a mulher nunca chega a ter um rosto peludo, é para manter a aparência de criança que precisa de proteção. "Simbolicamente, a bochecha é a parte mais suave de todo o corpo feminino", diz Desmond Morris. Segundo o autor, bochechas coradas remetem à idéia de virgindade. "A mulher que cora diante de um comentário de conotação sexual obviamente tem consciência de sua sexualidade, mas ainda preserva uma certa ignorância." Mulheres assim geralmente são jovens: eis por que a maquiagem facial muitas vezes carrega em tons rosados nas bochechas.
LÁBIOS - No reino animal, os lábios humanos são os únicos curvados para fora. "Se observarmos atentamente a boca de um chimpanzé ou de um gorila, logo veremos que a superfície macia e brilhante fica escondida", afirma Morris. Nossos beiços não são apenas infantis, são embrionários: eles têm a forma dos lábios de um feto de chimpanzé de 16 semanas. Essa característica se mostra bastante útil para sugar o leite dos seios também exclusivos da fêmea humana. Num homem adulto, os lábios se tornam um pouco mais esticados e finos; mas a mulher, até chegar à velhice, mantém lábios carnudos e macios, prontos para serem beijados. A conotação sexual da boca vem de outros lábios femininos, os lábios vaginais: a semelhança está na forma, na textura e na coloração. E todos os lábios da mulher agem em uníssono quando vem a excitação: ficam mais túrgidos, mais rubros e mais sensíveis. As mulheres não demoraram para perceber essa relação e usá-la em seu favor - o primeiro esboço de um batom vermelho surgiu já entre as prostitutas do antigo Egito.
MÃOS - Aqui se encontra uma das maiores diferenças anatômicas entre os sexos. Enquanto as mãos dos homens são fortes, as das mulheres ganham em flexibilidade. Isso se traduz em maior habilidade para manipular objetos pequenos. "As mãos masculinas, embora capazes de grande precisão se comparadas às mãos de polegares curtos de outras espécies, não podem competir com as mãos delicadas, ágeis e frágeis da fêmea humana", afirma Morris. Mais uma vez, a bifurcação evolutiva tem origem na antiga divisão de tarefas: enquanto os machos caçavam e lutavam com suas mãos musculosas, as fêmeas se dedicavam à coleta de alimentos e a trabalhos decorativos, tarefas que exigem habilidade dos dedos. Então, por que a maioria dos grandes pianistas são homens? Para Morris, a resposta é óbvia: o teclado do piano foi desenhado para mãos masculinas. "Num teclado ligeiramente menor, mais adequado ao tamanho da mão feminina, a flexibilidade dos dedos faria as mulheres pianistas suplantarem facilmente os homens." Resta saber por que os fabricantes de instrumentos musicais ainda não inventaram tal coisa.
SEIOS - Apesar de serem 2, os seios da mulher são únicos. Além de produzirem leite para a prole, despertam interesse erótico no homem. Isso não ocorre em nenhuma outra espécie - após o período da lactação, as tetas das fêmeas simplesmente desaparecem. Nas mulheres, não: as mamas até aumentam quando estão cheias de leite, mas continuam protuberantes mesmo quando não há nenhum bebê para alimentar. Na opinião de Morris, esses seios perenes são uma artimanha da evolução para estimular a procriação. Eles emulam os sinais sexuais emitidos pelas nádegas - algo oportuno para quem assumiu a postura ereta e é quase sempre vista de frente. "O par de falsas nádegas no peito permite continuar transmitindo o primitivo sinal sexual sem dar as costas ao interlocutor", diz o zoólogo. Não à toa, tanto os seios quanto as nádegas têm a forma de meia-esfera. Morris afirma ainda que essa função sexual dos seios pode ter prejudicado sua atribuição primária. "Os seios cresceram tanto em seu esforço para imitar as nádegas que ficou difícil para um bebê abocanhar um mamilo", diz.
CINTURA - A razão por que homens são atraídos por fêmeas de cintura fina é tão simples quanto cruel: depois do primeiro parto, essa parte do corpo se expande irremediavelmente. "Mesmo que ela consiga, com um regime alimentar rigoroso, recuperar o corpo esbelto que tinha antes da gravidez, a cintura nunca vai ser tão fina", afirma Morris. Segundo ele, depois de vários partos, a circunferência da cintura da mulher aumenta de 15 a 20 cm. Portanto, uma cintura de pilão dá ao homem a impressão de estar diante de uma fêmea que ainda não desempenhou sua função de reprodutora - o que, em tempos primitivos, significava quase o mesmo que uma mulher virgem.
QUADRIS - Quadris largos são uma das marcas mais características da silhueta feminina. O sinal biológico que eles transmitem, e que atrai os machos da espécie, é bastante claro: uma bacia ampla facilita a procriação. Mulheres de quadris grandes, então, são imediatamente relacionadas às noções de fecundidade e feminilidade.
PÊLOS PÚBICOS - Fora a cabeça e as axilas, a região genital é a única parte do corpo feminino a ter cabelo abundante. Em primeiro lugar, os pêlos púbicos são um sinal visual. "Numa época primitiva em que os humanos andavam nus, eles devem ter funcionado como um sinal de que a menina havia se tornado uma mulher adulta", afirma Desmond Morris. O nascimento desses pêlos coincide com o início da ovulação - quando a fêmea é biologicamente capaz de procriar. Segundo Morris, "para o macho pré-histórico, a ausência de pêlos púbicos nas meninas era um aviso de que elas ainda eram jovens demais". Esses cabelos têm também a função de atrair o homem pelo odor. Não faz muito sentido num ambiente em que as pessoas usam roupas e tomam banhos diários, mas o tufo de pêlos ajuda a reter os feromônios - substâncias que supostamente despertam a libido - secretados por glândulas da região genital. Há ainda outro motivo para a zona púbica ser cabeluda: os tufos atuam como amortecedor do atrito em atos sexuais, digamos, vigorosos.
GENITAIS - Comparada ao aparelho de nossos parentes mais próximos - os símios - a genitália da fêmea humana apresenta uma sensacional evolução: a capacidade de gerar prazer. Usemos como exemplo o coito entre 2 babuínos: o pênis entra e sai em média 6 vezes da vulva, numa performance que não costuma durar mais de 8 segundos. A macaca não tem tempo nem de pensar num orgasmo. Se a coisa é diferente na nossa espécie, isso não se deve apenas à extrema sensibilidade dos tecidos dos genitais femininos - algumas peculiaridades do pênis humano também ajudam. Macacos não conhecem o que chamamos de ereção: seus pênis são finos e sustentados por ossos. Já o aparato desossado dos homens fica pronto para o uso somente quando a excitação manda para lá um suprimento extra de sangue. Isso alonga o pênis, mas é o aumento do calibre que realmente faz a diferença. A pressão do pênis nas paredes internas da vagina provoca sensações de prazer e, à medida que a excitação cresce, crescem também os lábios vaginais e a sensibilidade de todo o aparelho genital. O clímax de tudo isso é o orgasmo. Bonito, não?
BUNDA - Dentre todos os animais, os humanos são os únicos dotados de bunda. Isso porque também somos os únicos mamíferos a andar sobre 2 patas o tempo todo - os fortes músculos glúteos são essenciais para que possamos adotar essa postura. Em especial nas mulheres, as nádegas exercem também um forte apelo sexual. A bunda feminina difere da masculina em 3 pontos essenciais: é maior, mais empinada e rebola. Não é preciso dizer o quanto essas qualidades agradam ao homem. Não se sabe ao certo por que, mas Morris levanta uma hipótese: como nossos ancestrais andavam de 4 e sempre copulavam por trás, os sinais sexuais eram naturalmente emitidos pelo traseiro da fêmea. Quando assumimos a postura ereta e desenvolvemos os músculos glúteos, as formas arredondadas das nádegas substituíram esses sinais primitivos. "As mulheres com grandes traseiros enviavam fortes sinais sexuais, e com isso as nádegas iam crescendo", diz o autor. Segundo ele, as mulheres passaram a ter superbundas, gigantes a ponto de atrapalhar a cópula - o que teria propiciado o nascimento do coito frontal e o surgimento dos seios como sinal sexual alternativo na frente do corpo feminino.
PÉS - Como não precisavam percorrer grandes distâncias atrás de caça na pré-história, as mulheres acabaram dotadas de pés menores que os dos homens - mesmo em relação ao seu próprio corpo. Assim, pés pequenos passaram a ser vistos como símbolos de feminilidade. Esse é o motivo de mulheres de comportamento masculinizado serem chamadas de "sapatão" e é também uma fonte de constrangimento para meninas que nascem com pés grandes. Para terem pés considerados femininos, as mulheres têm desde sempre se submetido a torturas. A mutilação de garotas chinesas, que tinham seus pés enfaixados na infância para que parassem de crescer, é só um extremo. Os sapatos estreitos e de salto alto - a elevação do calcanhar faz o pé parecer mais curto - estão aí para provar.
quinta-feira, setembro 14, 2006
Busquelette
Raramente fico indignado. Na transição defesa-ataque que foi a minha puberdade nunca senti a
necessidade de me indignar. Tudo me parecia natural. A rejeição, a injustiça, o adeus. No entanto, à medida que me fui reconhecendo como ser-humano, presente num determinado tempo e espaço, fui ganhando uma consciência crítica que me foi abominando, aos poucos, a realidade, as pessoas, e tudo o que está para além do meu infinito. Um desencanto que partilho com duas ou quatro moscas intrigantemente afectas ao meu ouvido esquerdo. O Benfica já não é o meu Benfica e não tenho SportTv. Só me resta ter sete vidas... mas acho que já perdi uma algures.
segunda-feira, setembro 11, 2006
quinta-feira, setembro 07, 2006
A retranca
Antes de mais, quero dizer o quanto fiquei surpreendido com os milhares de emails que recebi a dar conta do movimento sexual global (WSD). Agradeço a todos aqueles que no passado dia 6do9 se juntaram em copulações sincronizadas por um mundo melhor.
Da minha parte, após uma noite de grande actividade contributiva, não me encontro nas
melhores condições físicas. Sinto realmente que algo que se moveu esta noite... mas suponho
que tenha sido apenas alguma vértebra.
quarta-feira, setembro 06, 2006
terça-feira, setembro 05, 2006
Uma tarde ao sol...
No calor de uma tarde como esta, deito-me à janela e ponho-me a pensar...
Cada vez mais vejo a vida como algo que me está a acontecer neste momento. Ao contrário do que pensava quando era apenas um gatinho de colo, nessa altura via a vida como algo que iria apenas acontecer num futuro distante. Agora sinto que estou no momento preciso. Qual o passo certo, qual o momento certo, qual a palavra certa...? As decisões são todas de tal importância que o meu ideal da eterna juventude se vê agora confrontado com a versão adulta de um conto de fadas, onde o mais difícil não é matar o dragão, é evitar optar pelo suicídio.
Os adultos nunca nos dizem que a nossa necessidade de emancipação é o primeiro lapso para uma vida adulta. Talvez porque eles próprios não se emanciparam, talvez porque sempre souberam o que era ser adulto e sempre o aceitaram, ou talvez porque simplesmente não nos querem assustar.
Por exemplo, hoje vejo os adolescentes de uma forma que, por defeito do tal ideal de juventude eterna, nunca o imaginei fazer. Oiço-os a reivindicarem liberdade para viver, para curtir, para crescerem sozinhos, sem ajuda, em paz... e não consigo deixar de sorrir um sorriso descrente,
tal como aqueles que sempre odiei ver nos lábios de um adulto enquanto protestava pela
minha própria liberdade.
No entanto, o meu coração libertino ainda não me deixa aceitar certas regras que talvez a vida
me irá impôr mais tarde, a bem ou a mal. Uma das coisas que gostava de fazer era de viver
ao mesmo tempo que os meus filhos, de forma a nunca conseguir sorrir desta maneira acerca das suas palavras tão cheias de verdade e sonho. Mas também sei que sem este distanciamento
nunca conseguiria guiá-los por entre as vicissitudes de uma vida onde os desastres são em
abundância.
A técnica que vou treinando para minar osistema é, na verdade, muito simples: vou manter-me
sempre do lado de quem tem coragem para sonhar. Porque a realidade é apenas um reflexo
material de uma ideia. Sem ideias, a realidade não consegue existir. E sem a lição do Amor,
nenhuma matéria se conseguirá manter unida. Nunca.
...
... acho que é melhor tirar a cabeça do Sol...
segunda-feira, setembro 04, 2006
Too much rock for one hand!
Sim... um filme de gajas... só com gajas... que fala sobre a vida das gajas... e sobre o mundo da ginástica... de gajas.
Escrito e realizado por uma gaja... foi um dos filmes mais surpreendentes que vi este ano. (Também sou gajo para dizer estas coisas, não é só o Nuno Markl!)
Vejam o trailer aqui!
terça-feira, agosto 29, 2006
I'm fuckin' goin'
Pois, pois... não fui ao concerto dos Rolling Stones mas vou ver esta palhaçada. Troco um evento histórico por um momento degradante de pais de família a lutar em cuecas. Troco uma viagem ao Porto por uma corridinha até ao Pavilhão Atlântico. Troco uma homenagem sincera por um guilty pleasure sem qualquer fundamento.
Hum...
Finalmente o prazer em estado puro.
Para mais informações smash this!
segunda-feira, agosto 21, 2006
Depois das férias...
... regresso a um tema já falado neste blog: o verdadeiro movimento global! Depois do "salto" proponho o "deslize" para alterar a rotação da Terra. E desta vez acredito que os resultados serão muito mais positivos, já que se baseiam puramente nas leis da Física. Como já dissertei anteriormente, o"Salto Global", efectuado há algumas semanas, teria muito poucas probabilidades de resultar, já que a força aplicada por um movimento perpendicular ao eixo terrestre conduziria toda a energia para o núcleo da Terra. Logo, se todas as pessoas do mundo saltarem, a Terra permanece no mesmo lugar. Experimentem com uma bola de futebol. Se quatro pessoas derem um pontapé na bola ao mesmo tempo de quadrantes opostos a bola não se mexe. Agora pensem que são formigas à volta da bola de futebol. Quantas formigas são precisas para fazer uma bola mexer-se com um salto conjunto? No entanto, uma verdade física é que a inércia de uma esfera é muito menor se ela girar/deslizar pelo espaço em vez de simplesmente tentar deslocar o seu peso. E isso pode ser conseguido por biliões de formigas se elas se deitarem sobre a esfera e realizarem o acto do amor. Associando a Física ao Kamasutra (Ultima hora: Einstein rebola no caixão!) a posição ideal deve ser a "de gatas", com as mãos da submissa(o) encostadas à parede, de modo a que a energia seja aproveitada na sua totalidade. No entanto, os casais não devem esquecer um parâmetro muito importante: todos devem estar direccionados para Nordeste. Razão: a rotação da Terra faz-se de Oeste para Este, logo é impensável tentar contrariar esse movimento já que a força exercida na superfície da esfera é muito menor do que a força exercida pela esfera em si. Assim, a intenção é desviar ligeiramente o processo de rotação, aproveitando o movimento da Terra (Oeste-Este) mas desviando-o ligeiramente na diagonal (Nordeste). E porquê Nordeste e não Sudeste? É sabido que o nosso planeta não roda paralelo ao Sol, está ligeiramente deitado. Daí resulta que o Pólo Norte se encontra mais afastado. Assim, se queremos afastar a Terra do Sol, teremos de apostar num reforço da pressão para Norte.
Finalmente, esta pode ser a melhor razão para uma frase de engate: "Comigo vais sentir a Terra a mexer." Formidável!
terça-feira, agosto 08, 2006
Para mim está provado!
Não existem gatos brasileiros desempregados em Portugal!
Peço desculpa mas vou desenvolver:
Numa das minhas horas de almoço, fui a um restaurante de comida alemã, não só porque os pratos eram diferentes dos hamburgueres e saladas que costumo comer, mas também porque o espaço me pareceu convidativo. Fui atendido ao balcão por uma empregada brasileira, que em vez de me cumprimentar com um cerrado "Willkommen!" apenas soltou um bafurento "Oi, tudo bem?". Vi também que todas as pessoas atrás do balcão eram brasileiras, inclusivamente as funcionárias da cozinha. Tudo me pareceu demasiado Rio de Janeiro. Mas estava engando. Quando me fui sentar, vi que num plasma pendurado na parede estava uma imagem estática: Dois homens, um deles enorme e outro quase anão, estavam no meio de um grande palco. Era oDVD de um concerto sertanejo, ou lá como é que eles chamam à música pimba brasileira, do duo Rionegro & Solimões. Foda-se! Subitamente percebi que já nem a qualidade da comida me poderia recompensar a dor psicológica que iria sustentar.
Finalmente, todo o meu dia foi entusiasticamente pelo cano do esgoto abaixo quando alguém seleccionou o item Ver Concerto.
segunda-feira, agosto 07, 2006
Eureka do dia (ui, esta vai doer...)
Sim, já todos podem ter chegado a esta conclusão (principalmente as felinas), mas será que realmente racionalizaram sobre ela? Um dias destes a minha companheira explicou a outra amiga que se emagrecesse e perdesse o seu rabo redondinho eu a deixaria. Bom, talvez a resolução não fosse tão drástica, mas o que é certo é que me apercebi que o que realmente interessa no corpo das gatinhas é a sua matéria gorda (choque!), algo que elas querem determinantemente eliminar desde o dia em que nascem. Os seios e o rabo de uma fêmea são maravilhas naturais que exigem preservação! Abaixo as ossadas cadavéricas e vivam os seios voluptuosos! Abaixo os rabos achatados e celebrem-se as formas curvilíneas de umas ancas robustas! Chamem a UNESCO e elevem os corpos bem dotados a Património da Humanidade! O mundo não é das magras, é das boas! Eureka!
sexta-feira, agosto 04, 2006
quarta-feira, agosto 02, 2006
O prazer
Ler é um prazer. Saber é um prazer. Saber fazer é um prazer. Fazer com prazer é um prazer. Viver é um prazer. Viver com sabedoria é um prazer. Ter prazer em viver é um prazer. Amar é um prazer. Partilhar momentos de prazer é um prazer. Fazer o amor é um prazer. Foder é prazer. Conviver é um prazer. A amizade é um prazer. Trocar ideias é um prazer. Conversar é um prazer. E trabalhar?...
Sinto que preciso de trabalhar por prazer.
terça-feira, agosto 01, 2006
A arte de dormir
Quando se ama, torna-se quase impossível dormir sozinho numa cama. Mesmo que seja demasiado pequena, há sempre espaço que sobra, espaço vazio. É tortuoso encontrar uma posição confortável, uma postura correcta, um sítio para onde olhar ou para onde desviar os olhos. É difícil o acto de adormecer. Concluo que a arte de dormir é uma performance a dois. Um bailado no silêncio onde se dança quieto, num só corpo composto, de braços e pernas laçados, de suspiros sonhados e aromas a cabelos molhados. Dormir é um braço que se sobrepõe, uma perna que roça suavemente, um músculo que espasma, um beijo que se dá devagar mesmo de olhos fechados. Amar é dormir de peito quente e coração aberto.
a minha próxima ida ao cinema...
segunda-feira, julho 31, 2006
sexta-feira, julho 28, 2006
Item do dia
Só um macho para se lembrar de um título destes para um livro. Mas segundo a revista Mulher Moderna as gatinhas apanharam o sentido da coisa e andam por aí a divertir-se à grande. Vale tudo no combate às calorias. Até rir à gargalhada.
Curiosamente, segundo este livro, a consequência mais intensa que um orgasmo feminino pode causar é: "A terra moveu-se!" (- 686 calorias) Será realmente possível? Brevemente...
(Sim, passei as garras pela Mulher Moderna. Mas acreditem que revistas como esta são como buracos de fechadura para o mundo das fêmeas. De vez em quando é imperativo espreitar para não estarmos sempre um passo atrás...)
quinta-feira, julho 27, 2006
No limiar da vida
Um dia, no tempo da minha inocência, lembrei-me de fazer algo metafísico. Enquanto caminhava sozinho pela rua ia pensando na vida dos que passavam por mim. Qual seria a influência de um pequeno gesto meu no resto da vida de uma outra pessoa? De que forma um acto permeditado de alguém que não faz parte do nosso percurso de vida pode destabilizar (ou até corrigir) o nosso caminho, o nosso destino. O que aconteceria se eu, contra todas as regras, mesmo as mais ilógicas, decidisse intervir na intimidade de uma gatinha desconhecida?
Foi o que fiz. Aproximei-me de uma jovem que por ali passava e disse-lhe: "És mais bonita do que sempre julgaste ser." Depois retomei o meu percurso e não voltei a olhar para trás.
Que efeito terão tido as minhas palavras na mente da jovem gatinha? Bem, tudo terá dependido do seu estado de espírito no momento. Sendo ela uma uma jovem com boa auto-estima, uma vida equilibrada, e mais preocupada com as alterações ambientais do que com a sua própria beleza, talvez tenha pensado que eu era maluco e dois segundos depois já nem sequer se lembrava do que eu lhe tinha dito. Mas imaginemos que esta era uma gatinha deprimida, insegura quanto à sua figura, alvo de considerações vorazes por parte de outras gatas e outros gatos, e que, naquele preciso momento, se questionava sobre a sua própria beleza, quem sabe até sobre a sua integridade.
Talvez o meu gesto tenha tido algum efeito. Acredito abundantemente na lei da causa-efeito. Acredito na lei da borboleta que agita as asas e provoca um furacão. Acredito acima de tudo na Lei da Compensação. Mas também acredito na lei do acaso. E que melhor acto premeditado haverá do que o acaso?
quarta-feira, julho 26, 2006
Eureka do dia!
Numa altura em que o povo português pensa que é visto no mundo inteiro por ser brejeiro e mal educado, eis que chego a uma conclusão que vai deixar os filandenses e os suecos de orifício aberto:
"Foda-se" é, muitos o desconheciam, a forma mais educada de insultar alguém. Veja-se. Ao dizermos "foda-se", estamos a pedir a alguém que se foda a si próprio, mas tratamo-lo(a) por você, ou, na sua forma complexa, "quero que você SE FODA!" (também muito usado no vocábulo brasileiro). Se quisessemos realmente ofender alguém, diriamos "fode-te", mas o português não consegue andar por aí a tratar por tu pessoas que não conhece.
Podemos então concluir que a língua portuguesa não é brejeira mas sim muito formal. Demasiado formal, dirão alguns críticos, por isso é que os cabrões dos outros países andam armados em filhos da puta para ver se nos fodem... caralho!
segunda-feira, julho 24, 2006
Operações plásticas: Essa coisa fantástica... para eu cagar em cima!
Antes:
Depois:
"Era aquele sinal preto no nariz, pá. Aquilo chateava-me à brava. O pior é que agora o problema não é só um sinal, é a cara toda!"
Eu sei que o principal problema das reportagens de investigação é que, muitas vezes, a postura isenta do jornalista se começa a desfazer a partir do momento em que os intervenientes da própria reportagem começam a dizer coisas que mais parecem saídas de um conto de terror. Os exemplos mais mediáticos deste tipo de reportagens são os célebres documentários do Michael Moore "Bowling for Columbine" e "Fahrenheit 9/11". É certo que a montagem final e o tipo de realização está muito dependente da visão do jornalista, mas há coisas que não se podem mudar (e que no caso do George W. Bush não necessitam ser mudadas) e que são as coisas que os intervenientes dizem.
No entanto, não é sobre os filmes do Michael Moore que desejo falar aqui, mas sim sobre a reportagem que ontem deu no Jornal da Noite da Sic sobre as operações plásticas feitas a adolescentes. Pergunta tipo Sexo e a Cidade: "Será que as adolescentes do novo século estão a crescer tão depressa que atingem a estupidez idosa mesmo antes de atingirem a maturidade adulta?" Pergunto isto porque os meus pêlos CAEM, de tão eriçados que ficam, quando oiço uma menina de 15 anos dizer: "Estou a pensar fazer uma operação plástica porque a minha irmã, que tem menos 3 anos que eu, tem as mamas maiores que as minhas." Claro, é um racioncíno lógico. Assim, quando esta menina tiver as mamas maiores que a irmã mais nova, também pode ter um namorado com uma pila maior para furar até magoar, com mãos maiores para a espremerem bem, e com um cérebro muito mais pequeno, já que engraçou com ela por ela ter as mamas de plástico maiores que as mamas naturais da irmã mais nova. E claro que esta menina vai ser muito feliz, porque o namorado vai-lhe dizer "Que belas mamas que tu tens" até os sacos de silicone lhe darem pelos joelhos ou até ele, já velho e farto de ver as mamas sempre iguais, dizer antes de apagar a luz: "Importas-te de tirar as mamas durante a noite. Não consigo dormir com o barulho da água." Isto, claro, se ela conseguir manter uma relação duradoura com base nas suas mamas (uma base muito escorregadia, diga-se de passagem). Mas o pior é que esta menina que, na reportagem, teve o cuidado de esconder a cara mas não de esconder a voz (logo aí, um sinal de clara esperteza), não é só uma menina, é o retrato de muitas meninas que julgam que as mulheres se fazem pelas mamas. Uma palavra para vocês, meninas: A minha gata tem seis mamas e não foi por nenhuma delas que me apaixonei, foi pela gata completa.
Aproveitem o que a natureza vos dá, meninas. As maminhas são o que a mulher tem de mais precioso, o que a distingue dos homens. Mais até do que a vagina. Uma vagina e umas mamas de silicone qualquer transsexual pode ter. Maminhas só as meninas.
...
Mas ainda não acabou. Porque depois da menina, veio o doutor. Aliás, vários. Confesso que não vi a reportagem toda (este tema, para mim, tem muito pouco que se lhe diga), mas ficou-me na memória uma sequência de testemunhos que esclareceram muitas das questões que tinha em relação às pessoas que fazem este tipo de cirurgia a seres inconscientes (leia-se, adolescentes). Primeiro, um médico com ar muito respeitável, esclareceu que não exercia aquele tipo de intervenções a menores, exactamente porque o corpo nestas idades ainda está em formação, podendo haver mal-formações a médio prazo. Argumento esclarecedor, até para adolescentes. Mas, logo a seguir, surge outro médico, às voltas com a meia-idade, com uma touca cheia de cores, muito alternativo (apreciador de adolescentes?) que diz fazer operações plásticas a adolescente, desde que tenham a aprovação dos pais.
Termino, então, com mais uma pergunta tipo "Sexo e a Cidade": Será que os pais das adolescentes do novo século são capazes de resistir a um doutor com um barrete cheio de cores florescentes, ou serão também eles adolescentes à espera de umas mamas novas?
Depois:
"Era aquele sinal preto no nariz, pá. Aquilo chateava-me à brava. O pior é que agora o problema não é só um sinal, é a cara toda!"
Eu sei que o principal problema das reportagens de investigação é que, muitas vezes, a postura isenta do jornalista se começa a desfazer a partir do momento em que os intervenientes da própria reportagem começam a dizer coisas que mais parecem saídas de um conto de terror. Os exemplos mais mediáticos deste tipo de reportagens são os célebres documentários do Michael Moore "Bowling for Columbine" e "Fahrenheit 9/11". É certo que a montagem final e o tipo de realização está muito dependente da visão do jornalista, mas há coisas que não se podem mudar (e que no caso do George W. Bush não necessitam ser mudadas) e que são as coisas que os intervenientes dizem.
No entanto, não é sobre os filmes do Michael Moore que desejo falar aqui, mas sim sobre a reportagem que ontem deu no Jornal da Noite da Sic sobre as operações plásticas feitas a adolescentes. Pergunta tipo Sexo e a Cidade: "Será que as adolescentes do novo século estão a crescer tão depressa que atingem a estupidez idosa mesmo antes de atingirem a maturidade adulta?" Pergunto isto porque os meus pêlos CAEM, de tão eriçados que ficam, quando oiço uma menina de 15 anos dizer: "Estou a pensar fazer uma operação plástica porque a minha irmã, que tem menos 3 anos que eu, tem as mamas maiores que as minhas." Claro, é um racioncíno lógico. Assim, quando esta menina tiver as mamas maiores que a irmã mais nova, também pode ter um namorado com uma pila maior para furar até magoar, com mãos maiores para a espremerem bem, e com um cérebro muito mais pequeno, já que engraçou com ela por ela ter as mamas de plástico maiores que as mamas naturais da irmã mais nova. E claro que esta menina vai ser muito feliz, porque o namorado vai-lhe dizer "Que belas mamas que tu tens" até os sacos de silicone lhe darem pelos joelhos ou até ele, já velho e farto de ver as mamas sempre iguais, dizer antes de apagar a luz: "Importas-te de tirar as mamas durante a noite. Não consigo dormir com o barulho da água." Isto, claro, se ela conseguir manter uma relação duradoura com base nas suas mamas (uma base muito escorregadia, diga-se de passagem). Mas o pior é que esta menina que, na reportagem, teve o cuidado de esconder a cara mas não de esconder a voz (logo aí, um sinal de clara esperteza), não é só uma menina, é o retrato de muitas meninas que julgam que as mulheres se fazem pelas mamas. Uma palavra para vocês, meninas: A minha gata tem seis mamas e não foi por nenhuma delas que me apaixonei, foi pela gata completa.
Aproveitem o que a natureza vos dá, meninas. As maminhas são o que a mulher tem de mais precioso, o que a distingue dos homens. Mais até do que a vagina. Uma vagina e umas mamas de silicone qualquer transsexual pode ter. Maminhas só as meninas.
...
Mas ainda não acabou. Porque depois da menina, veio o doutor. Aliás, vários. Confesso que não vi a reportagem toda (este tema, para mim, tem muito pouco que se lhe diga), mas ficou-me na memória uma sequência de testemunhos que esclareceram muitas das questões que tinha em relação às pessoas que fazem este tipo de cirurgia a seres inconscientes (leia-se, adolescentes). Primeiro, um médico com ar muito respeitável, esclareceu que não exercia aquele tipo de intervenções a menores, exactamente porque o corpo nestas idades ainda está em formação, podendo haver mal-formações a médio prazo. Argumento esclarecedor, até para adolescentes. Mas, logo a seguir, surge outro médico, às voltas com a meia-idade, com uma touca cheia de cores, muito alternativo (apreciador de adolescentes?) que diz fazer operações plásticas a adolescente, desde que tenham a aprovação dos pais.
Termino, então, com mais uma pergunta tipo "Sexo e a Cidade": Será que os pais das adolescentes do novo século são capazes de resistir a um doutor com um barrete cheio de cores florescentes, ou serão também eles adolescentes à espera de umas mamas novas?
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